Capítulo cinquenta

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Coringa🔥

Parecia que eu tinha parado no tempo, cabelinho e Bruna conversavam ali na minha frente mas tudo rodava na minha mente, eu não entendia porra nenhuma e nem queria entender, só ter a notícia que a Milena tava bem ia me deixar suave.

Eu tava sentado a cotas já, com a cabeça pra cima e os braços cruzados, pensando em várias paradas.

Bruna: A mãe dela tá vindo, eu vou ir comer alguma coisa, vocês querem? - Jonas balançou a cabeça dizendo que sim, mas eu neguei.- colabora ai, irmão. Já tem horas que tu tá aqui, com essa cara de sono.

Cabelinho: Se quiser ela trás alguma parada, tem mais de oito horas que nós tá aqui na espera, Coringa. Sem comer e sem dormir.

Coringa: Faz o que vocês quiserem ai, porra. Tô sem fome e sem sono, se quiser pode ir pra casa, eu fico.

Bruna: Eu vou lá então.- Balançou a cabeça saindo, tomei minha postura de novo dessa vez abaixando minha cabeça e já ouvi uma voz feminina perguntar sobre Milena Fernandes, no corredor.

Já tinha visto a mãe dela de longe e foi rápido, a mulher tem mó cara de enjoada, nojenta demais.

Lívia: Cadê a minha filha? Eu preciso saber da Milena.

Coringa: Tá na cirurgia, dona. Tem mais de seis horas, ninguém deu notícia ainda.

Lívia: Mas em que meio essa menina foi se meter, eu avisei tanto pra ela! - Passou a mão no rosto, chorando.

Cabelinho: Não tem o que fazer agora, é só esperar.

Lívia: Isso é tudo culpa sua.- Olhou pra mim.- você também tem sua parcela de culpa nisso, e você vai pagar!

Coringa: Caralho, tô pilhadão. Não vem encher a minha cachola porra, me deixa na minha, tua filha é maior de idade e sabe muito bem o que faz.

Lívia: Você só apareceu pra atrasar a vida da Milena! Você sabe que é verdade, ela sempre gostou de viajar, trabalhar pra ser independente, e do nada você aparece virando tudo de cabeça pra baixo. Que futuro você pode dar pra minha filha seu bandido, nada disso tem um final feliz, quando a mulher não morre na linha de tiro, ela sofre na mão de gente como você.

Eu só tava calado, porque se eu abrisse a minha boca só ia sair merda, e só que mais me preocupava ali era a Milena.

Cabelinho: Já deu né? Ninguém aqui é culpado por nada não, bagulho sem noção querer fazer escândalo agora.

Lívia: Eu trabalhei pra dar o melhor pra ela, não fiquei dia e noite fora de casa pra ver a minha filha com gente do seu tipo, tudo ilusão isso! Vocês só estão bem enquanto tem dinheiro, mas e quando isso acabar? É a minha filha! - Bateu no peito.- eu quero o melhor pra ela, e o melhor não é você.

Coringa: Cala a porra da tua boca, tu não tem moral nenhuma pra falar o que pensa da minha vida! - Levantei, apontando o dedo na cara dela.- vai se fuder caralho, tu não passa de uma velha rica e nojenta, eu nunca fiz mal pra Milena, ela escolheu ficar comigo.

Cabelinho: Não adianta perder a cabeça.- Me empurrou, pra trás.

Coringa: A próxima vez que tu abrir essa boca pra falar de mim vai ser a última!

Ela abaixou a cabeça querendo se fazer de vítima, e geral que tava ali já começou a olhar.

Lívia: Aqui não é lugar pra um bandido como você ficar, eu vou chamar a polícia.

Bruna: Você não tem direito nenhum, ninguém aqui obrigou ela a viver essa vida não, já tá na hora de você se tocar que a sua filha cresceu, e que agora ela faz as próprias escolhas.

Lívia: Você vai sumir da vida da Milena, ou vai se arrepender.

Coringa: Ninguém vai me afastar dela, filha da puta! - Empurrei ela que foi direto pro chão.

Começaram a gritar os seguranças, eu só arrumei minha arma na cintura e fui saindo rápido, sem olhar pra trás, e eu não ia esquecer esse esculacho da mãe dela, ninguém me coloca pra baixo nessa porra.

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