A Orgia dos Vampiros (Lestat Fic)

Ansiedade

Eu fui para a casa assustada e muito tremula, de medo e de frio, corria cambaleando e com a visão turva.
Eu morava num apartamento pequeno, tinha dois quartos, um muito pequeno, que servia apenas para guardar coisas inúteis, uma cozinha, sala e banheiro.
Cheguei rápido e me atirei na cama virada para baixo, enfiando o rosto no travesseiro. Não peguei cobertores e nem troquei as roupas, minha cabeça parecia rodar e me dava uma leve nausea.
Eu não parava de pensar no rapaz... vampiro, sei lá, aquilo tudo tinha sido muito estranho, eu estava assustada, mas confesso, um pouco maravilhada.
Ele era lindo, frio, bruto... Deus, como ele parecia Lestat! Mas era possível? Acho que não..
Começei a perder nos pensamentos, de sono.
Acho que dormi sorrindo, mas não sei ao certo.

Acordei com fome, como sempre. Me levantei ainda com as roupas do dia anterior, tirei minhas botas, fui até a cozinha e fiz um sanduíche de queijo quente. Enquanto mordia já ia tirando as roupas e entrando no banheiro com o lanche nas mãos, pela metade.
Liguei o chuveiro na agua mais quente possível, eu estava com muito frio e queria ficar bem quentinha. Terminei meu lanche e terminei de me despir tirando as meias... Estavam com um cheiro péssimo. Ri e atirei as no chão, no canto do banheiro, que já estava começando a ficar com uma temperatura agradável.
Coloquei uma das mãos embaixo da agua para ver como estava. Estava perfeita... Entrei devagar molhando cada parte do corpo, inclusive meu cabelo que já não lavava a quase uma semana. Confesso que odiava lavar o cabelo, fazia-o apenas quando era estritamente necessário.
Liguei um som alto para ouvir. Steve Vai. Love Blood. Essa musica me fazia pensar em Lestat. Lembrar da cena em que Stuart Townsend o tinha interpretado de maneira muito sexy e ousada. Embora eu gostasse da versão de Stuart, achava Tom Cruise muito mais fiel.
De qualquer forma, fechei os olhos e comecei a fantasiar... Aaah, se Lestat fosse real... Eu realmente faria tudo por ele.. Eu deixaria tudo. Eu queria tanto servi-lo.
Queria que ele soubesse disso.
Queria que tudo aquilo fosse real, mas havia grande possibilidade de eu estar apenas bebada na noite anterior.
Desliguei o chuveiro, me enrrolei na toalha e fui me enxugando pelo caminho até o quarto. Já eram 5 horas da tarde e aparentemente eu havia dormido demais. Eu trabalhava de maneira autonoma então estava tudo bem ficar em casa as vezes.
Coloquei uma roupa e fui secar meus cabelos, que eram naturalmente pretos mas eu pintava de ruivo, e há meses não retocava, a raiz estava feia e o ruivo super desbotado. Me irritei com isso e prendi os cabelos após secar.
Eu iria sair.
Iria ao bar noturno. Mas hoje eu ia apenas beber... e lógico... esperar... eu precisava saber se ontem havia sido apenas viagem minha ou se aquele cara ia estar realmente lá. Obvio que ele não era um vampiro, mas mesmo assim ele me interessava, pela beleza e pela ousadia. Queria ao menos saber o nome dele.
Coloquei roupas simples porem arrumadas. Uma calça jeans com alguns rasgos nas pernas, por onde aparecia a meia arrastão por baixo, uma bota, uma blusinha soltinha e uma jaqueta de couro. Passei uma maquiagem leve apenas para tirar o foco das olheiras de ressaca, chamei um uber e logo fui para o bar.

Os carros não conseguiam entrar na rua do bar noturno, que ficava numa viela feia com o nome de "Travessa dos dois", então o carro parou na rua ao lado. Paguei e desci, entrando na rua apertada. Paredes pichadas e um povo estranho encostados nelas. Lá no fim da viela podia-se ver uma placa que dizia "taverna 1", um barzinho no andar de cima de um prédio meio acabado. Subi as escadas devagar observando cada pessoa que passava por mim. Estava movimentado por que ainda eram 7 horas da noite. Lá encima era preciso bater na porta para entrar e então um rapaz alto, de pele negra e muito bem vestido, porém mal humorado abria a porta. Ele era Bryan, o dono do lugar, um ricasso que era bem reservado e pouco simpatico. Ele me comprimentou apenas balançando a cabeça e indicando pra eu seguir até um corredor ao lado do balcão. No fim do corredor havia uma porta escrito "depósito". Abri ela devagar, e passei por pilhas de caixas de cerveja e segui uma boa parte do caminho no escuro. No fim do depósito havia outra porta. Essa era a entrada do Bar Noturno.
Ela ficava sempre trancada e era necessário dar três batidas na porta para que Emeli abrisse a porta. Emeli era a esposa de Bryan e responsável pelo bar noturno. Ela era minha melhor amiga desde a época da escola, e assim que ela começou namorar Bryan me apresentou o bar.
Ela era uma garota magra, dois anos mais nova que eu, cabelos longos e desgranhados de tom castanho.
Ela abriu a porta me dando um abraço e falando "cadê a minha menina?" Rindo e empurrando a porta atrás de nós.
- Oi, Em!
- Você aqui de quinta, Alera? Tá com febre? - disse ela rindo e colocando uma das mãos na minha testa.
- Claro que não. - respondi rindo.
- Então a que devo a honra, mulher?
- Eu vim procurar um cara.
- Olha, aqui tem varios. - disse ela apontando pro balcão do bar onde varios rapazes estavam sentados e rindo.
- Besta. É um cara que encontrei na viela ontem, indo pra casa, acho que ele deve frequentar o bar, por que ele estava vestido de Lestat e devia estar meio louco também.
- Lestat? Jura? Por isso você se interessou nele né? Hahaha já tivemos varios armand aqui... alguns Louis... mas Lestat acho que deve ser o primeiro viu...  Difícil ver um loirinho bonito suficiente pra imitar ele. - Disse ela me puxando para uma das mesas e fazendo um sinal para um rapaz nos trazer bebidas.
- Então, eu não me lembro dele aqui. E o mais surpreendente é que ele realmente parecia muito o Lestat.
- Como ele se chamava? Ele falou?
- Lestat.
Ela riu. O rapaz chegou nos dando dois copos de vodka com energético, me cumprimentou e saiu.
- Lestat? Que obvio! Devia ser gatinho então...
- Era sim, muito. Você não lembra dele aqui? - perguntei.
- Olha eu não reparo muito na cara das pessoas. Talvez ele seja novo aqui também. Quem sabe ele apareça denovo. Embora eu acho difícil não notar um Lestat.
- É, tem razão.

Ficamos bebendo o conversando por um bom tempo, eu via casais indo e vindo dos quartos escuros e da sala de sessões e eu observava cada um deles, eu estava procurando ele, o suposto Lestat, mas acabei me cansando de esperar quando deu duas da manhã e resolvi ir para a casa. A ansiedade que tomava conta de mim era imensa. Eu queria vê-lo.
Há tempos não me sentia assim.