A casa do Desespero

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Todos diziam que a casa 12 do final da rua Montgomery era assombrada pelo fantasma de um homem que sofria de depressão depois da morte da esposa e do filho.

E que por não aguentar a solidão ele havia cometido suicídio, mais todos também diziam que essa história havia sido criada para encobrir a verdade por trás do verdadeiro motivo de sua morte.

Segundo seu amigo de infância Timothy, o homem que atendia por Antonio gomez e que morava em uma rua de um condomínio recém construído em São Paulo, havia descoberto que a criança que sua esposa dera a luz na verdade era de seu vizinho, Luiz e que triste e decepcionado ele havia matado a criança e a esposa e cometido suicídio dias depois.

Mais aquilo não assustava Tommy e sua irmã, afinal haviam se mudado para a casa velha a um mês e nada do que as filhas gêmeas dos vizinhos da casa ao lado diziam havia acontecido.

Nenhum sussurro, nenhum barulho na escada, nenhuma uma luz que se acenderá sozinha, nem passos a noite. Tudo parecia normal.

Fechou os olhos. Podia até não haver fantasmas na casa, mais alguma coisa havia mudado no comportamento de seus pais. Alguma coisa ruim...

Alguma coisa ruim habitava aquela casa. Algo que levará seu pai a loucura. Algo que o fizera se jogar de uma janela e quebrar um ciclo de despero que marcaria aquela rua estranha.

......

Dois dias antes...

Raramente Jimmy ouvia seus pais brigaram ou discutirem, mais nos últimos dias as coisas haviam mudado, principalmente depois que sua mãe começará a ficar até mais tarde no escritório.

E naquele dia não havia sido diferente, tanto ele quanto o pai e a irmã haviam jantado novamente sem a companhia de Elise, uma advogada que trabalhava em um caso de assassinato.

Ela havia chegado as exatas onze e meia da noite, de carona com seu colega de trabalho, o senhor Soares. Seu pai e o juiz haviam sido colegas de escola no passado e não se davam muito bem.

Os motivos, nem ele mesmo sabia, nunca havia reparado nos motivos por trás das discussões de seus pais. Mais aos 12 anos, era curioso suficiente pra tentar descobrir algo, e foi por isso que se escondera em baixo de uma mesa para ouvir os dois discutirem.

__ eu não sei por que você tem que ficar até tarde no trabalho.__ ouviu seu pai perguntar irritado.__ as crianças sentem sua falta na mesa e na hora de dormir.

__ as crianças ou você?__ disse ela alterada, a voz embargada.__ eu já disse não é nada do que você pensa, apenas estou ocupada em um caso.

__ sei...

Disse seu pai e ele ouviu quando a porta se abriu e se fechou novamente. Minutos depois de um curto choro e alguns suspiros cansados ele ouviu quando sua mãe se retirou do escritório.

Saiu de debaixo da mesa e inspirou profundamente, não era tão ingênuo assim, seu pai tinha ciúmes de sua mãe, e aquilo parecia está afetando o relacionado dos dois. Se perguntou se todas as vezes que os dois discutiam eram pelos mesmos motivos.

Sua mãe parecia cansada. E seu pai cada vez mais estressado e fechado. E isso estava começando a assustar a pequena Vitória, que á aquela hora dormia tranquilamente em seu quarto.

Quando conferiu que os pais haviam subido para seus quartos, ele saiu do escritório e enquanto passava pela sala ouviu a campainha tocar e um arrepio percorreu seu corpo.

Contos do Terror Vol.IOnde histórias criam vida. Descubra agora