fornicarious

202 12 4
                                    

Lindsay acordou de um pesadelo levando ar até seus pulmões e apertando seus dedos contra o tecido da cama... Era o mesmo sonho que ela teve durante toda sua vida: Ela via seus amigos e seus familiares chorando envolta de um caixão preto, era um funeral. E quando Lindsay se aproximava para ver o corpo, ela se assustava ao perceber que a garota morta era ela mesma.  

O celular de Lindsay desperta e ela levanta rapidamente lembrando que estava na hora de ir para o colégio. Assim que Lindsay termina de se arrumar com aquele uniforme apagado e sem graça, ela começa a amarrar o cabelo em um grande rabo de cavalo e desce as escadas ouvindo seus pais sussurrando: "Você sabe, faltam apenas 3 meses", "Podemos falar sobre isso depois?". Como de costume, Lindsay ignorou e gritou que estava indo para escola enquanto abria a porta em direção a calçada.

Colégio Foxcroft

- Eu pensei em te buscar oito horas pra sairmos... O que acha? - Diz Gavin agarrando Lou pela cintura enquanto ela envolve seus braços no pescoço dele.

- Hm... deixa eu pensar.  - Lou pressiona seus lábios em um tom irônico . - Sim, a minha a agenda está aberta.

- Isso é bom, senhorita. - Diz Gavin sorrindo.

Mesmo os garotos não entendendo porque Lou estava tão afim de um bolsista, ela não ligava, ele a fazia se sentir especial. Lou e Gavin começaram a namorar há dois anos e quatro meses, se conheceram em um jogo de futebol americano no segundo período e nunca mais se largaram. Embora houvesse muitas brigas, e ele ainda sentisse raiva por ela ter quebrado o celular dele em uma crise de ciúmes, eles se amavam, é o tipo de casal que as pessoas queriam ser.

- Ei, Gavin... Ei Lou. - Disse Lucca se aproximando dos dois, que o cumprimentou mutuamente. - Então, hoje iremos fazer nosso trabalho de química quântica, certo, Gavin?
Lou suspirou fundo e Gavin pode sentir os olhos dela o fuzilando com ódio e rancor. Aquilo significava que eles não teriam mais um encontro às 20hrs.

- Me desculpa, Lou... - Ele iria começar a se explicar quando ela se dessagarrou dele e saiu pelo corredor mostrando o dedo do meio em sua direção.

- Eu te odeio, Gavin Hill. - Ela grita chamando a atenção de todos próximos, até de Lindsay que havia acabado de chegar.

A caminhada da casa para a escola não era longa, mas de alguma maneira Lindsay se sentiu um pouco cansada, sua respiração estava ofegante e ela só conseguia pensar na maneira que sua cabeça doeu ao passar perto da igreja, e ainda doía.

- Você está bem? - Uma voz forte questiona enquanto ela retira a mão de sua cabeça.

- Tyler? - Lindsay pergunta assustada. Havia tempo que eles não se viam, anos para ser mais exato.

Tyler e Lindsay foram amigos de infância, daqueles que dividiam todos os segredos e culpas, e foi assim por um longo espaço de tempo, até que Tyler teve que se mudar para Inglaterra. No início eles acreditavam que, não importasse a distância, eles ainda seriam amigos... Mas na realidade as coisas foram outras, cada dia que passava eles trocavam menos mensagens, Lindsay estava muito ocupada cuidando do grêmio estudantil e Tyler conhecendo sua nova cidade.

- Você não vai me dar as boas vindas? - Tyler questionou com um sorriso no canto dos lábios. Lindsay encarou o rosto dele e sorriu de volta, arqueou a sobrancelha enquanto sentia seu corpo sendo acolhido pelo de Tyler em um forte abraço. Ela sentiu falta dele, em algumas noites chegava a digitar uma mensagem em seu celular, mas sempre apagava. Mesmo com tanto sentimento entre os dois, eles perderam totalmente o contato. - Ora, ora, você fez uma tatuagem?

Lindsay se afastou franzido a testa, ela observou os dedos de Tyler apontado para seu ombro e ficou surpresa ao ver que em sua pele tinha um tipo de rabisco que ela não conseguia decifrar.

Crepúsculo SolarOnde histórias criam vida. Descubra agora