𝙲𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟺

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𝚂𝚎𝚞𝙽𝚘𝚖𝚎

"Porra." murmurei ao ver a tela do celular.

Havia marcado com Sina exatamente as dez horas, pois daria tempo o suficiente para comprarmos pipoca e nos sentarmos sem perder qualquer cena do filme, e aqui estou eu, as dez e meia esperando ela, que não deu nenhum sinal de vida.
Vi as luzes do cinema piscarem avisando que o filme iria começar em dez minutos e dei de ombros entrando no prédio, vendo diversas pessoas fantasiadas dos diversos personagens, e com a mesma roupa que eu, a Magenta, a empregada super debochada.

"Um combo grande." pedi pegando a nota de dentro do sutiã.
"Jujubas ou confetes?"
"Confetes."

O rapaz assentiu e me entregou o maior combo que tinha, com um copo médio cheio de confetes coloridos e eu agradeci silenciosamente, enquanto o meu celular piscava com uma mensagem da Sina pedindo desculpa por ter furado. Apenas revirei os olhos e segui até a sala onde o filme seria exibido, a maior sala do cinema, e o meu lugar ficava literalmente no meio da sala.
Me sentei tirando o casaco, e colocando as coisas encima do meu colo e apoiando os pés na poltrona da frente.

"Não sabia que você curtia baby."

Desviei o olhar para o rapaz que estava sentado na poltrona ao lado da minha, ele tinha um copo do tamanho grande cheio de confetes da cor azul e um copo de refrigerante também do grande no suporte da poltrona, e usava uma blusa da A Casa do Terror.

"Oque você está fazendo aqui?" perguntei ríspida.
"Ue..." falou olhando para os lados de modo dramático "...como assim aqui não é uma Target? Só queria comprar um pouco de maionese."
"Idiota." falei rindo.

O filme se iniciou e assim vários gritos de animação, assim como pipoca voando para todos os lados da sala.

"Você tá muito linda hoje." falou me fazendo encarar ele confusa.
"Oque?" perguntei tentando sobrepor a voz "Não dá pra te escutar."
"Eu falei que você tá muito gata!" gritou no mesmo instante em que a sala ficou em silêncio.

Soltei uma risada divertida e sorri para ele focando o meu olhar para a tela onde o filme passava agora, tentando ignorar o fato que as minhas bochechas ardiam por causa da vergonha.

[...]

"Você sabe que é quase um protesto silencioso, né?" falei fazendo ele revirar os olhos.
"Porquê temos que envolver política em tudo?" perguntou enfiando a mão no balde de pipoca "Você tem que aprender a relaxar gatinha."
"Eu sou relaxada." falei revirando os olhos.
"Com certeza sim." falou se apoiando no poste ao meu lado.

Desviei o olhar dos dele e encarei a rua a minha frente, era um pouco depois da meia noite e o tráfego já havia diminuído, porém ainda era considerável naquele horário.

"Bem, amanhã..." começou a falar.
"Não vai dar." falei cortando a frase dele "Tenho treino de futebol."
"Mais depois do treino..."
"Eu não sei oque você quer comigo, okay?" falei me virando para ele "E sinceramente eu não me importo, mas eu não tô afim de joguinhos então, foi legal e a gente se vê, o meu uber chegou."

Antes que Noah pudesse formular alguma coisa eu entrei na Hilux prateada que me esperava, não entendia, mas algo dentro de mim gritava para que eu ficasse longe de Noah o máximo que eu conseguisse.

𝙽𝚘𝚊𝚑

Observei o carro desaparecer enquanto puxava a chave do meu carro de dentro do bolso da jaqueta.

"Tanto faz." murmurei indo em direção do carro.

Parei brevemente dentro do carro analisando para onde eu iria naquele momento, ainda estava cedo e eu definitivamente não estava com paciência para ir pra casa, então por fim fui para festa.

[...]

Entrei na casa da Sabina dando de cara com Sina, amiga da (SeuNome) que deveria ter encontrando com ela no cinema mais cedo.

"Noah Urrea em uma festa!" Heyoon gritou vindo em minha direção.
"Existem dias escuros para todos." falei irônico.
"Cerveja?" ofereceu me entregando um copo vermelho.

Apenas lancei um olhar para a coreana que parecia estar mais alta do que o normal e dei um gole na bebida, sentindo o gosto amargo da cerveja descer pela minha garganta.

"Eai cara!"

Encarei Krys com uma das sobrancelhas arqueadas como se perguntasse oque ele estava querendo naquele momento.

"Como foi com a estressada?" perguntou rindo.
"Muito bem na verdade." falei "Mais agora eu quero cento e cinquenta por encontro."

O sorriso de Krys desapareceu naquele momento, e um olhar levemente incrédulo e debochado invadiu a sua feição.

"E porque você acha que eu vou pagar isso?" perguntou.
"Vamos ver os fatos." falei "Sai com ela hoje, e você está com a Miss Brasil, de nada, é cento e cinquenta ou nada, e adiantado."

No mesmo momento que Krys tentava argumentar alguma coisa o meu celular vibrava relevelando uma mensagem de (SeuNome) falando que sairia do treino das seis da tarde e ponto, para que eu não chegasse atrasado se não ela iria embora.

"Cento e cinquenta, ou sem Miss Brasil para você amanhã." falei balançando o celular.
"Tanto faz." falou me entregando as notas.
"Obrigado pela preferência." falei irônico.

Krys se afastou de mim e eu apenas apoiei na escada da entrada observando o quão os adolescentes estavam bêbados naquele momento, e isso me deixava com uma enxaqueca de leve.

"Noah, né?" Sina gritou.
"Sina, né?" falei no mesmo tom fazendo ela rir.
"Você é engraçado, nem parece que comeu um pato inteiro." falou me fazendo encarar ela confuso.
"Oque?" perguntei confuso.
"Nada!" gritou novamente.

Olhei ainda confuso para ela, que avançou contra os meus lábios me beijando profundamente, oque me pegou de surpresa, porém depois eu retribui sentindo o cheiro de morango dela invadir as minhas narinas, percebendo que contrastava com o cheiro de cereja que (SeuNome) tinha, que parecia um milhão de vezes mais atraente para mim.

Use SomebodyOnde histórias criam vida. Descubra agora