O alarme

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A contagem chegava ao fim, uma década iria se passar e o alarme ia despertar. O lugar em que o tanque em que Theo estava, cinco anos antes tinha sido explodido na superfície fazendo o solo e o teto da instalação caírem, prejudicando cinquenta por cento da segurança da cobaia sair ileso do tanque.

Na sala aonde estava mais alguns tanques camuflados pela sujeira e o tempo, se escutou os familiares sons de sinos, primeiro um, depois vários, altos, que ressoavam entre as paredes daquela sala. O líquido que ajudava na preservação do corpo humano, ia se esvaindo do tanque. As mechas do cabelo de theo cairam sob seu rosto e sob a máscara de ar, os fios que seguravam e ajudavam no monitoramento do estado da cobaia seguraram Theo quando o líquido todo havia se esgotado do tanque.

Em outra sala, uma luz de emergência foi ligada, dando vida para alguns aparelhos na sala de controle. Uma em particular tinha uma linha reta, que começava na borda de uma tela de quarenta polegada, e terminava em sua outra extremidade, mudou: primeiro para cima, depois para baixo, isso varias e varias vezes, depois o pi do aparelho. Sinal de Theo havia acordado internamente, mas seus olhos ainda continuavam fechados. Seu peito subia e descia.

Ainda estava com as roupas de dez anos atrás, de um acontecimento que não se recordaria de imediato, mas que ia assusta-lo um pouco. E então abriu os olhos, bem devagar.

O vidro do tanque era blindado e possuía uma tecnologia, ao toque da cobaia, um tela ia surgir no vidro, mostrando apenas um botão verde e assim que aconteceu, quando Theo acordou e encostou no vidro. Olhou ao redor, batendo, tentando sair. Por fim, olhou para o botão na tela, e o apertou: Se não fosse pelos cabos que seguravam Theo, teria caído quando o vidro subiu totalmente para ele sair.

- Os... Fios - Segurou os cabos nas costas e o puxou, tirando cada um, para depois as pernas tremerem e o fazer cair. Estava fraco? Tentou segurar no tanque em que estava e bateu com a cabeça, ao ver que estava preso. Uma luz vinha de uma rachadura a um metro dele.

Involuntariamente Theo empurrou os escombros para longe, sem que encostasse mesmo neles. Um pouco confuso, algo em sua cabeça não o fez gritar com aquilo, o deixando seguro de que havia se esquecido que já possuía aqueles dons. Estava em um quadrado de sala, com alguns tanques, mas não saberia dizer se havia pessoas ali, todos tinham uma água espessa e escura.

- Saída - leu em voz alta, a pequena placa em cima de uma porta fechada.

Ao se aproximar, sem esforço algum a porta correu para o lado ao abrir. E uma sala ainda maior se viu, com paredes cinzas e as lâmpadas de uma luz amarelada.   Viu as telas, e os aparelhos que registravam seu estado atual, já sem utilidades após desconectar de seu corpo. Encontrou um armário, com uma placa dizendo: Theo, Cobaia, Nova York, 2080. A porta, como a outra, correu para o lado ao abrir e ele viu uma dispensa com roupas, mochilas, equipamentos,  e mais algumas coisas que não  conseguiu ver no escuro lá dentro. Tateou ao lado da porta e achou o interruptor, o ligando.

- portas automáticas e luzes com interruptores - Disse Theo ao não encontrar tal lógica. - cadê o banhei- pegou suas roupas e já procurava o banheiro, quando um corredor surgiu das sombras, após as luzes ligarem.

- ai está você - Foi para o banho. Por um momento esquecendo que não estava em sua casa, que aquela lugar novo não parecia nenhum que já tivesse ido, e o nome na placa da dispensa sobre ser uma cobaia, e aqueles números. Sobre ainda estar em Nova York ou não. A água morna do chuveiro serviu como anestésico, o livrando de qualquer preocupação enquanto estivesse de baixo da água.

Após um certo tempo, Theo escutou um pip, e o chuveiro se desligando sozinho. O vidro do box do banheiro se acendeu e nele se podia ler: Tempo máximo batido. Theo respirou fundo,  se secou e se vestiu. Volto para a dispensa aonde reparou que tinha um relógio, um pouco maior do que costumava usar. Uma luz verde mostrou as horas: Nove e meia. E uma luz azul mostrava a data: 25.06.90, o que deixou Theo tonto.

Não perdendo tempo, colocou as coisas que tinha na dispensa com seu nome na mochila e voltou para as telas. O sinal de algum ponto de internet era nulo, não tinha, o sistema estava off-line. Resolveu então explorar a sala: volto na dispensa e viu uma caixa quase escondida com algumas comidas desitradadas, seria sua ração. No banheiro não tinha nada de novo, a luz no box havia apagado, enquanto viu um formato de uma porta em um canto invisível antes para ele, na parte em que uma das luzes estava queimada.

- O que temos aqui? - se perguntou, ainda esperando alguma resposta e se deu conta de novo que só tinha ele ali. Ficou em silêncio em frente a suposta porta, pegando uma lanterna de sua mochila. Era um completo e incomodo silêncio. Ali em baixo? Em cima?

Ao dar um passo em direção a porta, ela correu para o lado ao abrir, revelando um longo corredor, com várias salas. O feixe de luz mostrou as partículas de poeira daquele corredor, Theo entrou por aquela passagem, sem sinal das luzes ligarem.

- Alguém não pagou a luz - Passou o feixe de luz pelas salas, que eram dispensas vazias e bagunçadas, gritando para Theo que já tinham passado por ali. Uma dispensa em particular chamou atenção de Theo, por ter dois cadernos apenas. - Carter. Atlanta. 2080. - Theo leu.

Theo pegou rapidamente os cadernos, como se esperasse que uma armadilha se ativasse por causa de sua intromissão. Mas nada havia acontecido, voltando para a sala de controle, jogou os monitores sem valor nenhum para o chão e colocou suas coisas em cima da mesa. Sentiu que esfriava por ali, e pela data no relógio de pulso, estavam no inverno. Na capa do caderno, de couro avermelhado, se lia: Memórias. Mas, no segundo caderno, não tinha reparado na fechadura que impedia de ler o que tinha ali. Estranhamente na dispensa de Carter, não tinha nenhuma chave.

- Carter - Theo leu o que tinha na capa do caderno secreto. - Ótimo, ficamos com esse das memórias. Já que esse lugar não me mostra uma SAÍDA - tinha gritado essa última parte, mas nada ou ninguém o respondeu. - Vou ler.

O Triunfo da Morte: Livro Um.Onde histórias criam vida. Descubra agora