O rato do meu marido

35 4 0
                                    


George tinha o hábito de ligar para a esposa, por vídeo chamada, sempre cinco minutos antes de sair do laboratório. Nesse dia em particular, George, estava com uma enxaqueca dos infernos e só precisava de dois minutos da ligação por vídeo e dirigiria para sua casa.

Antes, guardou o pequeno Rato em sua caixa e selou, pegando seu celular e procurando o contato da mulher. Quem visse, Katia era uma mulher e tanto, muita areia para George, que tinha calvície, uma barriga um tanto grande para seus quarenta anos e quase não fazia amor com sua esposa. Katia, com seus trinta e cinco anos, lábios carnudos, cabelos longos, seios grandes e charmosos, com certeza estava com George por conta da filha de cinco anos, Clara.

Não era amor.

Quem atendeu foi Clara, coisa que não acontecia. A menina mal segurava direito o celular.

- Pai... - Disse Alegremente Clara.

- Cadê a mamãe?

Por sorte, a menina mudou de posição a câmera do celular e começou a andar. Estava indo em direção ao quarto dos pais, mais algo estava diferente. George escutou murmúrios, o celular tombou e caiu, exatamente filmando a fresta da porta, dando para ver Katia e seu vizinho transando.

Pelo choque George rapidamente desligou. A dor havia sumido, ofegante pegou a caixa e se dirigiu ao elevador. Alguns minutos depois, saiu e pegou as chaves de seu carro. No carro, ainda ofegante e suando frio, George olhou para a caixa e para o celular ao lado dela no banco do carona.

- Rubie - lembrou-se da irmã, que amava tanto Clara, quase quanto ele próprio amava a menina. O celular reconheceu o nome e ligou para Rubie automaticamente.

Tocou uma, duas, na terceira alguém atendeu.

- George, algum problema? - Carlos, marido de Rubie parecia curioso, porque Rubie não recebia tantas ligações do irmão.

- A Clara está?

- Na cozinha, preparando um jantar delicioso.

- Posso imaginar que sim - George controlou seus impulsos de desligar e partir para casa logo. Em vez disso, respirou e se conteve. - A Clara me pediu pra ficar com vocês esse final de semana, tem algum problema - George sabia que não.

- Claro que não, quando buscamos ela?

- Hoje, ainda hoje - George já podia dirigir sem que algo desse errado. Conectou o celular ao carro e assim sua atenção estaria livre no caminho. - Vamos ter uma festa aqui na empresa, e não queria chatear Clara com esses encontros chatos de adulto. E além disso, Clara está com saudades da tia dela. - George odiava mentir, não era perfeito, mas usar Clara para mentir arranhava sua garganta.

- Ótimo, mais tarde buscamos ela. - Após a ligação, George se concentrou em ir pelo caminho mais longo e dar tempo de não encontrar o que ele recusava em aceitar.

Que fazia um tempo que sua esposa estava saindo com o vizinho. Mais novo que ambos, o garoto não tinha mulher, muito menos caráter, então, viu em Katia o que agradava ao seu membro no meio das pernas.

Já na frente de casa, a porta se abriu e George esperou ver o vizinho sair dali, mas foi Katia que o recebeu. Já com outra roupa, cabelo arrumado e Clara grudada nas suas pernas.

- Demorou hoje? - Katia abriu a porta para George e o abraçou. Viu a caixa no banco do carona.

- O que tem ai?

- Um rato, lá do trabalho, eu nem devia trazer ele pra cá, mas, eu tinha que vir o quanto antes. Tenho algo pra falar - Katia sorriu. - A empresa vai dar uma festa hoje, Rubie vai ficar com Clara e nós dois vamos aproveitar a noite.

O Triunfo da Morte: Livro Um.Onde histórias criam vida. Descubra agora