1° capítulo

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Rosa narrando

Ando pelo grande corredor saltitando e cantarolando no ritmo de uma música do meu mp3, quando me lembro que uma família virá visitar o orfanato hoje e que todas nós devemos estar prontas para receber eles. Devem ser mais um dos casais que vieram adotar um bebê, penso na minha mente não dando muita bola e voltando a me concentrar na música.

Passeio livremente pelos corredores por minutos, talvez horas até ser atrapalhada por Mare e Mary, irmãs gêmeas que foram deixadas pelos pais aqui esse ano um verdadeiro ato de crueldade. Até tentei não dar muita bola, mas era impossível com aquelas praguinhas chamando o meu nome, impaciente virei de frente para elas disposta a ouvir oque tinham para falar.
- A Dona Marilena pediu para todas nós nos arrumarmos para esperar a família, Rosa. Mesmo que não recepcionaremos eles, devemos estar arrumadas para se eles nos pegarem nos corredores ou até mesmo sermos as escolhidas - Mare diz num fôlego só.
- Nossa, para essa preparação toda, eles devem ser bem ricos e importantes - digo mergulhada em meus próprios devaneios. As gêmeas só concordam com a cabeça e logo seguimos para os dormitórios. Chegando lá, vejo as garotas se espremendo na frente de um espelho e só de ver toda a bagunça e multidão no quarto me dá tonturas...

Depois de colocar o uniforme padrão do orfanato, que não usavamos todos os dias pois esse era melhorado, que basicamente consiste em uma meia branca ⅞, um shorts saia que vai até a metade das coxas azul marinho e um terninho feminino branco e azul marinho e arrumar os meus cabelos, voltamos aos nossos afazeres e como não tinha oque fazer fui ajudar uma das pequenas, Letícia, a fazer seus deveres escolares.

Depois de ajudar Letícia a fazer os seus deveres, fui deitar e tentar dormir mas sem êxito. Minha mente estava a mil e não parecia que iria desligar tão cedo, fiquei rolando na cama até ouvirem chamar o meu nome.
- Rosa? Me acompanhe, requisitaram a sua presença na diretoria. - depois de ouvir essa frase meu coração acelera e começo a tremer desesperadamente, "será que fui escolhida?". Mas sigo a mulher pelo corredor ouvindo o barulho dos nossos calçados contra o assoalho causando um som gostoso aos meus ouvidos, até chegar na frente da porta da diretoria. Ali congelo e já sei que será o meu mártire, quando vejo a porta ser aberta tanto a física quanto a do destino...

Entre rosas e espinhosOnde histórias criam vida. Descubra agora