Entre rosas e espinhos

5° capítulo

Rosa narrando

Quando Lúcia literalmente me puxou para fora do carro tive um deslumbre com aquela casa, quer dizer mansão! Era magnífica, muito sofisticada mas também muito antiga oque dava um belo realce nela, fiquei por uns segundos trocando de olhar entre a mansão e o belo jardim de rosas que ficava na frente da entrada. Um lugar lindo, devo dizer.
- Pelo visto gostou né irmãzinha, espere só até ver lá dentro! - diz Jason animado, não sei porque pensam que com todo o meu histórico vou deixar me submeter a essa familia. Se acham estão muito enganados! Quero me livrar daqui o mais rápido possível, mas para isso preciso esperar o anoitecer vai ser bem mais fácil fugir no escuro...

Depois de observar a casa por uns segundos e mergulhar em devaneios próprios sinto uma mão me puxando para frente, para entrar na mansão. Quando olho para o lado percebo que é a Lúcia e sigo com ela para dentro da mansão, ela me da um rápido tour sem se aprofundar muito dizendo que a sala de jantar e cozinha ficavam no corredor esquerdo, já a sala de jogos e a sala ficavam no direito e os quartos no segundo andar.
- Então Lúcia, vou te mostrar o seu quarto para você tomar um banho e descansar - diz me levando para cima, gosto daquela frase pois realmente estava me sentindo suja. Passamos por várias portas até parar numa branca com glitter, quando ela abre a porta fico de boca aberta. O quarto era lindo, lindo demais! Ele tinha no lado esquerdo da parede uma penteadeira, uma escrivaninha para estudar e uma porta que provavelmente seria o closet, no lado direito tinha uma porta que provavelmente daria para o banheiro e alguns pufs direcionados a uma TV smart enorme! E no meio do quarto uma cama, com um tapete na frente. Sem contar que o quarto era todo branco com rosa, que não é a minha cor preferida na verdade não gosto muito mas daquele jeito a cor estava linda! Parecia um quarto daquelas princesas da TV mesmo.
- Ei, meu amor o quarto é seu. Você vai ter muito tempo para explorar ele, tudo bem? Agora você tem que tomar banho e ir para cama. - diz com uma voz meio mandona mas mesmo assim concordo, viro para frente dela esperando ela ir embora para ir me arrumar mas ela adentra ainda mais o meu quarto indo para a porta do lado esquerdo, e trazendo na mão uma calcinha, um sutiã, uma meia-calça da cor da minha pele e um vestido amarelo. Olho com dúvida para ela, mas tudo fica claro para mim quando ela vem na minha direção e tenta levantar o meu terninho, eu viro bruscamente e coro violentamente.
- Oque você tá fazendo? Sua louca! - grito histérica.
- Xiu! Não quer levar umas palmadas no primeiro dia, quer? - diz levantando a palma da mão e me mostrando como forma de ameaça, isso me assusta bastante! Como assim me bater? A única vez que apanhei na minha vida foi por causa da expulsão de um antigo colégio que frequentava e foram só duas.
- Esse aqui vai ser o primeiro e único dia! - berro desesperada e logo vejo 4 figuras masculinas na porta nos observando.
- Oque está acontecendo aqui? - diz uma voz grossa que arrepia até os meus cabelos
- Nada - sussurro.
- Hein, meu amor. Oque está acontecendo aqui? - pergunta olhando para Lúcia.
- Nada, Renan. É só que essa mocinha está fazendo drama porque não quer que eu lhe dê banho! - diz frustrada.
- Mas oque é isso mocinha? Pois trate já de obedecer a sua mãe! - diz ele com raiva eminente.
- Mas...
- Sem mais! Agora vem cá - diz e puxa a barra do meu terninho, e o arranca com tudo! Ainda bem que tinha uma camisa branca embaixo da outra peça oque deixou o meu corpo protegido, mas as lágrimas já rolavam pelo meu rosto desesperadamente.
- Não chora meu amor, não chora - Lúcia diz enxugando as minhas lagrimaso e voltando a barra da minha camiseta, mas sou mais rápida e começo a me debater para dete-la. Quando sinto o meu traseiro arder, e percebo que alguém realmente bateu lá! Paro de me debater e olho para trás, percebendo que foi Hugo quem fez isso e com essa descoberta começo a chorar alto como um bebezão mesmo.
- Não faça mais isso, ouviu? Se não ninguém que está aqui vai me impedir de te dar uma surra! Agora se aquieta e já para o banho. - diz com uma voz que me assusta e por causa disso assinto rapidamente me dirigindo para o banheiro, chorando e de cabeça baixa. Mas de uma coisa eu sei! Nessa casa eu não passo uma noite...