Capítulo 4

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– CORRE, CORRE, CORRE!

REAGRUPAR! FOGO!

Tiros de fuzil ecoam pelo lugar. A poeira levanta gradualmente, tornando minha visão bem mais apertada e embaçada conforme o tempo passava.

Uma granada explode ao meu lado, e estilhaços voam em nossa volta. Por sorte caio dentro de uma trincheira, mas depois de alguns minutos já não sentia alguns de meus membros. Meu abdômen estava sangrando, e um frio começava a me tomar por completo.

PARAMÉDICO! PRECISAMOS DE UM PARAMÉDICO! SOLDADO FERIDO, SOLDADO FERIDO! – alguém gritava ao me pegar.

Outra bomba estoura ao nosso lado.

O homem que me carregava quase tropeça, mas continua firme em seus pés. Sua resistência parecia ter aumentado junto com sua determinação.

– Aqui, coloque-a na maca.

Ele obedece ao médico de campo e me observa preocupado. Não podia ver as faces nitidamente por conta do atordoamento, mas os reconhecia pela voz.

Vai ficar tudo bem. Vamos cuidar de você, Tenente Stark.

Stark.... Stark...

Aos poucos acordo de meu sonho. Levo um susto ao voltar pra realidade, pensando que a cena que acabara de reviver ainda continuava.

Me deparo com o rosto de Weller me encarando. Ele segurava o riso.

– Hm.. Que foi? Já tá na hora? – eu me ajeito no sofá, tentando me sentar.

Agora que eu lembrei: Depois de ter ajudado Patterson a quebrar os códigos e passarmos pela segurança inteira do sistema de cadastro pro evento, peguei meu antigo notebook com ela pra analisar algumas fichas de militares da ativa no banco do FBI. Acabei capotando durante a análise.

Procuro pelo computador portátil, preocupada que Weller visse as buscas. Ele estava fechado em cima da mesa de centro.

Kurt solta a risada tímida que prendia anteriormente ao ver minha agitação.

– Não, ainda são 6 da manhã. Pelo visto tiveram uma noite ocupada.

– Ah, é.. Quer dizer, nada que não déssemos conta mas.. Agh.. – sinto uma leve dor de cabeça.

Minha mão direita automaticamente vai de encontro à testa. Fecho os olhos por alguns segundos.

– Você está bem? – ele pergunta preocupado.

Hm... Preciso de cafeína – dizia em meio a murmúrios.

Ele ri novamente, dessa vez pelo nariz.

– Você não tem jeito mesmo. Vem, eu te pago um café.

– Você não precisa trabalhar? – abro os olhos vagarosamente.

– Cheguei mais cedo. Precisava assinar umas papeladas pra entregar agora pela manhã – ele estende a mão.

Eu me levanto com seu auxílio.

Weller estava bem perfumado e todo elegante com seu terno. Atraía olhares por onde passava. Sempre tivera estilo.

– Ok.

Não estava em posição de negar o convite naquele momento. Por mais que tivesse alguns assuntos pra resolver, minha barriga estava vazia. Também acabara de despertar, então meus pensamentos ainda eram meio bagunçados.

𝙎𝙩𝙖𝙧𝙠 𝘼𝙙𝙫𝙚𝙣𝙩𝙪𝙧𝙚𝙨: BlindspotOnde histórias criam vida. Descubra agora