SÉTIMA ROSA

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  Em meio ao breu que cobria o beco naquela noite  de lua cheia, surgiu uma mulher.
  Ela se sentou no caixote sujo, ao lado da caçamba de lixo, abaixou a cabeça e desabou em lagrímas.
- uma moça tão bonita chorando em um lugar tão feio?-disse uma voz rouca.
  A mulher se virou para imediatamente para olhar quem havia dito aquilo.
  Viu um mendigo sentado, olhando diretamente para ela, e lhe oferecendo um lenço, até bem limpinho vindo de um morador de rua.
- obrigado - disse a donzela
- disponha -
E Tornou a abaixar a cabeça.
- oque aconteceu?- perguntou
- foi um homem! - desabafou em desespero.
- um homem bonito, eu imagino, que provavelmente magoou seus sentimentos, não? -
- não. Quer dizer... é uma longa história -
- pois diga, que sou todo ouvidos-

O sol daquela tarde tornava a fonte da praça uma estrela d'água.

Que refletia uma mão, uma mão que tocava o peixe, num gesto de carinho.

As nossas mãos se viram juntas no mesmo lago cristalino.

Unidas, se afastaram num susto inocente, sem reação, sorrimos um para o outro.

E desses sorrisos vieram risos,
Que gargalhavam, e eram risos inteiros que permitiam se encontrar.

E cairam campo abaixo,
E subiram um céu dourado de fim de tarde.

Até se deparar com um beijo quente.
Queimaram-se num abraço.

Contaram, as estrelas pelo anoitecer.

E pularam do sol a lua.
De uma só maneira.

Enquanto a mão descia pelo corpo quase nú.
Se via em febre que seus rostos, colororindo o parque.

Já no fim de sua jornada,
Ele roubou sete rosas do jardim,
E assim folou:

A primeira, será eterna
A segunda, é a verdadeira
A terceira, será mentira
A quarta, será sutil
A quinta, estará por um fio
A sexta, loucura
E a sétima, será valorosa por ser passageira.
Assim como paixão.

Guardei aquele amor para a manhã seguinte,
Que raiou com cêu escuro e matou as sete rosas.

Ah! Que dor me rompeu
Quando a notícia de sua morte me alcançou.

Tal como doeu a partida da sétima rosa que com um suspiro morreu.

Nota do autor: me admiro com as inúmeras possibilidades que o amor trás dentro de seu ápice.
Com suas loucuras e sua serenidade.
Porque amar é dividir-se com outro. E abrir-se com alguém e  expor suas fraquezas, seus segredos, sua essência.
Amar é ser menor em si. E ser mais que um.
Juntar-se e ser maior e mais belo.
Assim como no  fim de toda paixão percebemos que a estaca zero é um cotidiano.
Oque realmente importa, é oque você aprende com seus

Tatu.

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