PROFUNDAMENTE

NO SILÊNCIO

Em todo tempo teve algo de torto.

Achado no bar, o pecado o encontrou.
A fumar e beber do vinho.

Sentado à mesa de jogos,
Caiu de Paixão,a tal Donzela angelical.
Ao olhar desafiador,
jogou tudo, apostando na sorte.
Todavia o dado foi pro lado da azar.

Assinou com diabo seja digno, seja divino.

Agora condenado a morte.

Último fio de alegria,
Quando bebeu do bom e se deitou com a dama de olhos celestes.

Ao beija-la.
Viu o mar vermelho varrer sua vida.
O corpo, a carne, a bebida.
Vista de baixo tornou-se um vício.
Cedeu repouso, prostou-se abstraído.

Cheirava a estrume, retalhado e cuspido.

Se deparou com a lititude celeste,
Apavorado, assegurou aos alí presentes que sua vida iria retomar.

Vida que forá distinta e horada
- será o meu desenlace que decidirá, meu propositó?
Meu tropeço, servirá de exemplo para minha caminhada?
Então é esse o destino que me aguarda?
Pois então, eu morro sobre, sua luxuria, seu pródigo.

Alagou o caminho pro inferno com prantos.
E clamou ao senhor Deus:
Que pesadelo!penso aqui preso,
Por um deslize, pagarei com minha vida! Não com morte, partirei, me farei prisioneiro.

Serviu dez anos, a casa dos caprichos.

Aflito e injustiçado,
Vestiu os espinhos daquela coroa,
Se até o próprio Deus foi golpeado.

Rendeu-se a vida e se lançou na lagoa.

Reencarnou soberano dos impugnados.
Os homens amavam entre si,
Mulheres se deitavam por ouro,
Viviam sobre a areia da humanidade,
Pisados pelo deus outrora era bondade,
Penso, que deus é esse?
Penso, qual motivo de tamanha vaidade?

Via tanta fome,
Tanta dor.
Já não havia o que acreditar,
Cobertos de trapos e lixo.

Subiu no céu mais alto,
Ergeu um grito
- se não serei rei na terra e nem no paraíso, então farei do nada meu refúgio.
Viverei abaixo da sola de tudo,
Não me desespero, não abro voz para nenhum falso soberano.
Apenas permaneço mudo.
Pois será nas sombras e no silêncio que os calados tomaram o mundo.

Tatu.