Capítulo 22

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Elora e Tauriel demoraram-se a descer, ficaram paradas nos degraus das escadas conversando pelo que pareceram horas. Tauriel lhe atualizava sobre os ataques dos Orcs nos últimos meses, além das queimadas eles passaram a desmatar grandes áreas próximas a Dol Guldur. Infelizmente as rondas podiam apenas evitar que as chamas se aproximassem de seu território, qualquer um que chegasse mais perto correria o risco de não voltar mais... mesmo os elfos mais bem treinados sucumbiram no território.

Dois grupos enviados há três dias para observação não voltaram e Tauriel duvidava que retornassem.

Enviaram rastreadores atrás deles, mas não havia nada a ser seguido. Foi como se tivessem desaparecido no ar. A capitã teve que avisar as famílias na noite passada e a lembrança das lágrimas deles ainda estavam frescas em sua memória.

- Fico feliz que esteja aqui Elora, por mais que haja uma batalha a frente, hoje isso já é motivo suficiente para sorrir um pouco.

Elora devolveu o sorriso triste da elfa.

- Gostaria que tivessem me avisado. - Elora cruzou os braços no peito e recostou-se na parede de pedra. Tauriel estava a sua frente, apoiada no corrimão das escadas. - Eu poderia ter vindo e ajudado. -

Elora duvidou do que disse. Não tinha mais controle dos seus poderes, como poderia ter ajudado? Mas uma voz no fundo de sua mente disse que não. Que mesmo sem eles, a menina ainda tinha valor. Ainda tinha suas habilidades, treinara com afinco para isso.

Ficou grata pela voz, mesmo que fosse bem fraca ela ainda estava lá.

- Não duvido da sua lealdade conosco e tenho certeza que teria vindo se a chamássemos, mas... eu vi como Aran Thranduil voltou de Rivendell. Não acho que teria sido bom para nenhum dos dois.

A menina ficou sem fala, se controlou para não engasgar com a própria saliva. Tauriel sabia?

- As coisas mudaram um pouco por aqui desde então. - Tauriel a olhava com empatia. - Os portões foram fechados e ele ficou ainda mais recluso. Todos ficamos preocupados, - Elora desviou o olhar para seus pés. - mas a reclusão diminuiu um pouco depois da visita de Légolas.

- Légolas esteve aqui? - Elora levantou a cabeça e Tauriel assentiu. - Estel estava com ele?

Havia meses que não via o primo. E desde que ele partira, enviara apenas uma carta.

- Não, ele veio sozinho. Um dos nossos mensageiros ouviu que os dois foram vistos próximos a Celdwin e sua majestade pediu para que o trouxéssemos aqui. Antes que pergunte, não, não sei sobre o que foi falado. Apenas que Légolas saiu pouco tempo depois e estava visivelmente abalado. Não falou com ninguém, apenas montou em seu cavalo e partiu.

Elora franziu o cenho. Teria ela algo a ver com aquilo?

Gostava muito de Légolas, era um de seus amigos mais próximos, não queria que se ressentisse dela por qualquer que seja o nome da relação estranha que ela tem com Thranduil. Desejava muito menos colocar-se entre ele e seu pai.

- Vai me contar então? - Tauriel perguntou.

- Contar o que?

- Sobre Rivendell. - Tauriel jogou os cabelos por cima do ombro.

A menina olhou para os lados, mordendo o lábio inferior. Não havia ninguém andando por perto, já era bem tarde e as rondas dentro do palácio eram bem esporádicas. Olhou para Tauriel novamente, há tanto tempo queria ter alguém para conversar sobre isso. Confidenciar tudo o que se passava em seu coração e lhe dar conselhos.

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