Capítulo 12

1.5K 153 21
                                    

Depois de Estel, acompanhado por Légolas, foi a vez de Arwen e Emel partirem. Elora viu-se sozinha em um turbilhão de sentimentos confusos; não que fosse de alguma forma contar a alguém sobre Thranduil. Seria seu segredo para sempre, até por que era uma atração estúpida e indesejada. Um dia outro homem chamaria sua atenção e ela poderia olhar para trás e rir de suas tolices.

Apesar de querer estender a visita, Emel teve que retornar aos seus deveres em Mirkwood. Elora cogitou escrever ao Rei, pedindo que a elfa permanecesse mais tempo mas logo descartou a ideia. Depois que recebera o presente, a pena ficara jogada de lado e o papéis vazios. Lhe faltava coragem até mesmo para agradecê-lo.

Então aceitou a partida de Emel, pedindo a elfa que gentilmente passasse a ele seus sentimentos de gratidão.

Era uma saída covarde, mas era a melhor.

Ao contrário de Emel, Arwen quis partir. Retornou a Lothlórien após uma discussão com Elrond, os dois não estavam em bons termos. A elfa queria que o pai compreendesse que ele não podia fazer as escolhas dela; e Elrond tentava abrir os olhos da filha para todo o sofrimento que via em seu futuro. Os dois estavam cegos pelos seus próprios argumentos e não ouviam o que o outro tinha a dizer.

Os dias tornaram-se pálidos, fazendo com que os três meses seguintes passassem como um sopro.

Logo já estavam no alto verão, mas nem os dias quentes com suas tardes preguiçosas, onde todos juntavam-se no gazebo para ouvir música, animava seus ânimos. Elrond trancou sua tristeza dentro do peito e voltou rapidamente a ocupar-se de seus deveres, sempre carregando um olhar distante. Estar distanciado de Arwen era o que realmente lhe preocupava, pois tinha certeza que o romance com Aragorn era passageiro. Precisava lhe dar apenas alguns anos de espaço para que ela reconhecesse por si própria o que ele vinha tentando lhe dizer. Os gêmeos passaram a envolverem-se mais com os assuntos da cidade, como uma forma de ajudar o pai e distraí-lo de vez em quando.

Lindir também estava diferente, distraía-se com facilidade e quase sempre durante as aulas ficava olhando algum ponto invisível nas paredes. O que era muito perturbador. Lindir não perdia a oportunidade de lecionar sobre alguma coisa, nem quando estavam falando sobre temperos! A situação estava mais crítica do que Elora imaginara.

Pensava novamente no assunto enquanto dedilhava as cordas da harpa em suas mãos, que ecoavam sons melancólicos. Não estava inspirada para tocar algo mais alegre e as elfas a sua volta não pareciam se importar. Lindir estava lhe ensinando a tocar e ao contrário do que imaginou estava aprendendo rapidamente. Tomara gosto pela música e começou a praticar sempre que podia entre uma tarefa e outra.

A menina piscou os olhos saindo do transe quando ouviu os risinhos próximos. Os gêmeos passavam pelo gazebo com a armadura completa acenando para todas com sorrisos galanteadores nos rostos. Elora riu discretamente das reações à sua volta enquanto deixava o instrumento de lado e andava até os primos. Ela preocupou-se quando percebeu que estavam equipados com arcos e espadas.

- Aonde vão? - Elora indagou.

- Bronnan foi saqueada esta madrugada. - Elladan respondeu sem rodeios, era sempre o mais direto dos dois. - Enviaremos mantimentos para ajudar a cidade.

Elora olhou fundo em seus olhos, depois para o rosto evasivo de Elrohir.

- Não precisariam deste armamento todo se fossem apenas escoltar mantimentos. - Disse convicta, cruzando os braços.

Os gêmeos se entreolharam. Elladan bufou enquanto pegava Elora pelo braço, puxando-a para um canto mais isolado enquanto Elrohir começava a explicar.

MelinyelOnde histórias criam vida. Descubra agora