🔴Capítulo 3: Querido diário

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Após momentos embaraçosos com Toni no colégio, Cheryl fora para casa completamente sem jeito, por mais que já tivessem passado algumas horas, ela ainda está se sente envergonhada.

A ruiva chega na porta de sua casa, gira a maçaneta e abre a porta, entra para dentro, e volta a fecha-la.

- Pai? - Cheryl o chama em tom alto para verificar se ele está em casa.

- Aqui na cozinha, filha! - um grito rouco a informou.

Cheryl passa pelo corredor, caminha até a cozinha e vê o mais alto preparando algo no fogão, com um pano de prato jogado em seu ombro direito.

- Fazendo a janta? - pergunta sorrindo, apoiando-se no balcão da cozinha.

- Sim, estrogonofe! - tampa a penela e limpa as mãos no pano que está em seu ombro, em seguida deixa o pano no balcão e se aproxima de Cheryl - Como foi, no colégio? - Clifford, seu pai, pergunta.

- Embaraçoso... - fecha o sorriso só de lembrar oque aconteceu.

Doutora Sullivan havia dito ao pai de Cheryl sobre ela sentir atração por garotas, seu pai não via aquilo como um problema, no começo ele ficou um pouco confuso, mas se aprofundou no assunto e percebeu que sua filha continuara a mesma independente de sua orientação sexual.

- Embaraçoso, como? - questiona, interessado.

- Meio que... - falha ao procurar por palavras explicativas.

- Foi algo relacionado a sua paquera? - sugere com os braços cruzados e sorrindo, ele sabe exatamente que era aquilo, toda vez que Cheryl falava de Toni a ele, um brilho instalava-se em seus olhos.

- Foi...

- Quer me contar o que aconteceu? - seu olhar pousou brevemente para o fogão, mas logo voltou a encarar a filha.

Cheryl permanece quieta, ela não sabe por onde começar, então só dá risada, e seu pai também. Clifford ri enquanto nega com a cabeça e volta para o fogão, ele entende se Cher não quiser compartilhar algo com ele, mas tem certeza que ela vai escrever algo em seu diário.

Cheryl continua rir e sai da cozinha, vai até as escadas e as sobe, chegando no segundo andar ela passa pelo corredor, vê a porta do quarto de seu irmão mais velho - Jason -aberta, vai até lá por curiosidade e percebe que o garoto não está presente. Sem muita enrolação seus passos a guiam até seu quarto.

A ruiva entra em seu quarto e joga sua bolsa na cama, caminha até sua escrivaninha e observa seu diário, ao lado dele uma caneta, esperando para ser usada.

- Então vamos lá! - respira fundo, senta-se na cadeira que acompanha a escrivaninha e apanha a caneta, abre o diário na página seguinte da última que escreveu, e começa a anotar tudo...

Querido Diário...

Lembra de Toni? A garota que eu falava para você? Bom, hoje eu esbarrei com ela algumas vezes, e mais do que nunca tive certeza de que meus sentimentos por ela ainda são válidos.

Isso é engraçado, não é? Passou tanto tempo e eu ainda sinto a mesma coisa, ou algo mais forte se for possível! Hoje no almoço eu fiquei bem perto dela, quando fui jogar o resto de minha maçã no lixo, nos encaramos, foi vergonhoso, mas, ela sorriu para mim! Eu seria mal-educada se não sorrisse de volta, não é?

Esse momento foi muito envergonhoso, cinco segundos pareceram duas horas! Eu nunca senti algo similar antes...
Eu saí o mais rápido possível dali, ou pelo menos tentei... Quando entrei no banheiro para fugir daquele clima, ela entrou logo depois, e o clima desagradável voltou a surgir, por sorte ela entrou em uma das cabines, me dando tempo para sair correndo!
Eu sinto que ainda gosto dela, ela é tão linda! Eu queria saber iniciar uma conversa, mas... Eu não sei, então, espero que um dia a coragem caia sobre mim.

Bem que meu primeiro beijo podia ser com ela não é? Não sei se ela sente o mesmo por mim, mas queria descobrir.
Obrigada por sempre me escutar

Querido Diário.

Depois de desabafar tudo com seu "fiel amigo",  Cheryl se sente mais leve, e agora para ela a situação até se tornou um pouco engraçada...

My Stupid Diary || Versão Choni Onde histórias criam vida. Descubra agora