Capítulo 21

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- Marcelo Narrando -

Resolvemos comprar as coisas da viagem em um mercado por aqui mesmo pra quando chegar lá só descansar da viagem e aproveitar. Era estranho andar com a Brenda, todo mundo olhava pra gente e quase morriam quando tínhamos um gesto de carinho um com o outro. Hoje a Brenda está com um short jeans, uma blusa do Mickey e rabo de cavalo, parece mais nova do que é e aposto que tão pensando que é minha filha.

- Vamos levar isso - ela surgiu de não sei onde colocando um monte de doce no carrinho

- Se sabe que não vamos morar lá, né? - perguntei pegando mais algumas coisas na prateleira

- Te garanto que isso não vai durar - falou e eu dei de ombros

- Brenda? - escutei alguém chamar e virei junto com ela

- Maurício - falou cumprimentando

- Ué, seu pai não morreu? É seu tio ele? - perguntou me olhando e antes que ela respondesse eu tomei a frente

- Nem pai e nem tio, eu sou marido dela - falei sério e ela sorriu me olhando

- Marido? - perguntou sem acreditar e riu - Procurou em asilo, Brendinha?

- Não, ela só achou um homem de verdade. Cansou desses moleques que nem orgasmo conseguem dar, sabe? Cansou de ter que tomar conta de criança e resolveu viver um relacionamento de verdade com um homem e não com um moleque - falei simples e percebi ela querendo rir da cara dele

- Depois a gente se fala - falou sem graça pra Brenda

- Não, depois a gente não se fala - falou séria e ele saiu - Arrasou, amor - falou me dando um selinho demorado

- Quem é esse cara? - perguntei terminando de pegar as coisas

- Eu ficava as vezes com ele - falou se apoiando no carrinho

- Ele já te comeu? - perguntei

- Claro que não - falei revirando os olhos

- Sei lá pô - falei dando de ombros

- Eu sei pra quantos eu dei e cabe em uma mão - falou me olhando e começou empurrar o carrinho em direção ao caixa

- Quantos? - perguntei curioso

- Um dia quem sabe - falou pegando uns doces no caixa e colocou no carrinho

Era divertido viajar com a Brenda, ela cantava, contava piada e sempre tinha assunto.

- É sério, amor. Eu li isso na internet - falou rindo

- Como você sabe que na Rússia uma garrafa vazia não pode ficar na mesa? - perguntei rindo enquanto dirigia

- Eu vivo procurando curiosidades de outros países - explicou pegando outro doce na sacola e abriu

- Muito tempo vago - falei e me assustei de leve quando ela colocou um pedaço na minha boca mas eu comi

- Me responde uma coisa - pediu colocando o pé no painel do carro

- O pé, Brenda - falei e ela nem deu bola

- Você ainda tem vergonha de mim? - perguntou me olhando

- Eu nunca tive vergonha de você, Brenda - falei sério - Era novidade pra mim me relacionar com alguém da sua idade, como é pra você só que você não ligava

- Enfim, já passou? - perguntou comendo

- Se eu falar que não é estranho vai ser mentira mas eu já deixo isso em último plano - falei parando no sinal e aproveitei pra olhar pra ela - Eu sempre fui do tipo reservado, não gosto de chamar atenção e namorar você é totalmente o oposto. Já te olham por você ser esse mulherão e comigo ao lado é pior ainda

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