Segunda chegou e com ela veio de brinde aquela chuvinha do final de semana, movimento foi super fraca e com isso fechamos mais cedo. Cheguei no ponto não deu dois minutos e o ônibus veio, cheguei em casa e os problemas começaram, mal abri o portão e o Nandinho apareceu desesperado.
- Amiga, a vó tá passando mal - falou rápido e eu corri
- Meu Deus - falei e fui pegar os documentos dela
- Tô indo na frente com ela - falou saindo junto com o bofe dele e por causa do nervosismo eu não conseguia achar as coisas.
Assim que eu consegui achar corri pro hospital e entreguei as coisas pra recepcionista, ficamos um bom tempo esperando até o médico aparecer.
- E ai? - perguntei nervosa
- Ela ta bem - falou e respiramos aliviados - Ela vai ter que ficar uns dias em observação - explicou mais algumas coisas
- Ela estava bem, está tomando os medicamentos certinhos - falei e o Nandinho me abraçou
- É uma doença difícil, felizmente ainda estamos conseguindo tratar aqui - falou me olhando
- Eu posso vê-la? - pedi e ele negou com a cabeça
- Vai pra casa, toma um banho, arruma as coisas dela e vem - falou calmo e saiu
- Vamos, amiga - falou me arrastando
- Por meu Deus? Por que? - sussurrei saindo do hospital
Foram 3 dias no hospital, 3 dias terríveis. Minha chefe me liberou esses dias e quando voltei a trabalhar a mãe do Nandinho ficou tomando conta dela. Essa situação mexia totalmente com meu humor, estava no ponto esperando meu ônibus e como naquela noite o mesmo carro parou e bofe grisalho me chamou.
- Oi - falei sorrindo fraco e entrei no carro
- Oi, sumiu - falou e eu encarei sem entender - Andei passando por aqui e você não estava - explicou
- Problemas - falei dando de ombros
- O que aconteceu? - perguntou parecendo preocupado
- Não quero falar sobre - falei sorrindo fraco
- Já sei - falou entrando numa rua e estacionou na frente de um Mc Donald
- Que isso? - perguntei quando ele saiu do carro e eu desci em seguida
- Minha filha sempre diz que comida melhora tudo - falou me fazendo rir
- Ela tem razão - falei entrando com ele
- Vai lá que eu mesmo pego - falou me empurrando pra mesa.
Ele fez os pedidos e eu mandei uma mensagem pro Nandinho explicando aonde eu estava e com quem.
- Espero que goste - falou despertando minha atenção
- Arrasou - falei sorrindo
- Ficou até animada - falou brindando e começamos a comer - Me conta sua história - pediu me olhando fixamente
- Não tenho uma história - falei baixo, confesso que amava a voz dele mas me sentia intimidada também
- Todo mundo tem uma história - falou como se fosse óbvio e eu fiquei sem saída
- Me chamo Brenda, tenho 21 anos, trabalho em uma loja de roupa de marca e moro em Bonsucesso com a minha avó - falei sem entrar em detalhes
- Difícil de se abrir hein - falou terminando o lanche
- Pra estranho sim - falei direta e ele riu baixo
- Agora me conta você sua história - falei bebendo meu refrigerante
- Não tenho - falou dando de ombros
- Todo mundo tem uma história - falei imitando ele
- Filha da puta - sorriu de lado e que sorriso lindo - Me chamo Marcelo, tenho 56 anos, sou empresário e tenho 3 filhos - falou de forma básica
- Difícil de se abrir hein - falei de forma debochada e me levantei indo jogar as coisas no lixo
- Vamos doidona - me chamou e nós fomos em direção ao carro
Em menos de 10 minutos chegamos na minha casa, desci do carro mas dessa vez ele veio junto.
- Que foi? - perguntei me encostando no carro
- Gostei de você, não sei porque - falou olhando nos meus olhos
- Você nem me conhece - falei rindo baixo
- Mas eu sei que você tem o coração bom - falou simples e alisou meu rosto
- Sabe? - perguntei arqueando as sobrancelhas
- Sei - falou baixo aproximando o rosto do meu. Quando me dei conta já estávamos nos beijando, um beijo calmo, sem pressa. Um beijo muito bom. Ele explorava toda minha boca, uma mão estava por dentro do meu cabelo enquanto a outra apertava suavemente minha cintura, arranhei a nuca dele de leve e encerrei o beijo com uma mordida no lábio.
- Eu tenho que entrar - sussurrei e ele me deu um selinho demorado
- Se cuida, doidona - falou me soltando e eu me afastei
- Você também - falei sorrindo e fui entrar mas voltei e tomei a iniciativa de beijar ele, desse vez com mais intensidade - Eu tenho mesmo que entrar - falei em meio ao beijo e ele sorriu de lado
- Tem? - perguntou me olhando tão intensamente que quase tive um orgasmo
- Tenho - falei me afastando - Tchau - falei e dessa vez eu entrei mesmo
A chefe viajou e de brinde ganhamos folga, minha vó está bem melhor e resolveu ir no bingo com a mãe do Nandinho. Ajeitei minhas coisas e fiquei da melhor forma bebendo no portão com os meus amigos.
- Tem pegada, amiga? - perguntou Mayara se referindo ao Marcelo
- Mona, deixou um rio na minha calcinha só com um beijo - falei sorrindo
- Ele tem cara mesmo que fode gostoso - o Vinhado falou bebendo
- E eu tô doida pra descobrir - falei sorrindo e bebi
- Muito piranha mesmo - minha amiga falou rindo
- Logo você falando? - Nandinho perguntou debochado - Garota, você tá fodendo com o motorista do seu ônibus - falou nos fazendo rir
- Estou mesmo porque ele é um puta gostoso - falou nem ligando
- Mas sério eu nem sei quem ele é direito - falei desanimando
- Você vai transar e não casar com ele - Mayara falou como se fosse óbvio
- Ele é todo misterioso - falei terminando de beber
- Tem maior pinta de miliciano - falou meu amigo e eu concordei
- Se for mesmo minha pepeca vai continuar dentro da calcinha - falei pensativa
- Deixa mesmo porque essa raça é pior que traficante - minha amiga falou se levantando
- A chave do cabaço dela está comigo - meu amigo falou batendo palma todo escandaloso
- Mané cabaço, essa garota não é virgem nem no cú - minha amiga falou rindo
- Sou uma santa, piranhas - falei debochando
- Tenho que ir porque meu bofe motorista mandou mensagem, vamos estrear um motel novo - falou abraçando a gente
- E eu vou virar pro meu bofe e vou logo cantar "bota esse caralho aqui" - cantou batendo na bunda
- Viado escroto - falei rindo e peguei as coisas

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Meu Coroa
FanfictionEscritora: Ana Souza • Responsável pela história: Ana Caroline Capa: sophiadelrey • +16 | "Alguns amores são proibidos e vistos como errados por maus olhos. Mas, o amor não tem idade, sexo, religião ou raça. O amor apenas acontece!" - Dai Ribeiro