Capítulo 1

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- Brenda Narrando -

" O Rio de Janeiro continua lindo", logo de manhã no caminho do trabalho escutei essa música. Ai eu te pergunto: Lindo pra quem? Por que pra mim moradora de Bonsucesso não tem nada lindo. Peguei meu ônibus lotado como sempre e pela graça de Deus ele foi rápido, logo cheguei na loja aonde eu trabalho. Deixei minhas coisas no fundo da loja, coloquei meu uniforme e fui agir as coisas.

- Amiga - me virei assim que eu escutei a voz animada e dei de cara com a Mayara uma amiga que trabalha na loja também

- Oi estranha - respondi e ela revirou os olhos

- Eu venho no amor e você toda cavala - falou e eu tive que rir

- Mayara, uma hora dessa e um frio do caralho você quer que eu seja amorosa? - perguntei rindo

- Você tá precisando de uma surra de piroca, mona - falou olhando a hora no celular e abriu a loja

- Eu tô mesmo mas é tanto problema na minha vida - falei indo pro balcão

- A vó não melhorou não? - perguntou se referindo a minha avó por quem ela tem um carinho enorme

- Tá naquelas, né? Só Deus na minha vida mesmo - falei fazendo careta

- Vai pra igreja, amiga - falou mexendo em algumas araras

- Tô indo toda terça e tô orando pra caramba - falei e encerramos o assunto quando entrou um cliente na loja

Finalmente a loja fechou, muito cliente e muita gente que só entra pra dar uma olhadinha e tira a vez da gente. Fui pro ponto com a Mayara e a bicha cheia de fogo querendo ir pra baile.

- Você tá é muito louca, vou ficar próspera na minha cama assistindo netflix - falei rindo

- Você vai ver só quando quiser me levar - falou toda boladinha

- Mona, você que me arrasta - falei e ela acabou rindo

- Muito piranha você - falou me dando um tapa no braço - Olha meu ônibus - falou dando sinal

- Nem perguntei, conseguiu dar pro motorista? - perguntei vendo o ônibus se aproximar

- Quando ele largou o ônibus no ponto final fomos pro motel. Mana, nunca levei tanta pirocada - falou suspirando - Vou arrastar ele de novo - falou animada e o ônibus chegou

- Tchau piranha - falei rindo

- Quando chegar me manda mensagem - falou subindo no ônibus e eu confirmei com a cabeça.

Quase uma hora depois e nada do ônibus, estava com o cú na mão já, o ponto vazio e eu entregue a Deus. Passou um carrão devagarinho e eu me arrepiei toda de medo, não deu dois minutos o carro voltou e abaixou o vidro.

- Ei - chamou e eu só conseguia enxergar um homem de boné

- Sou garota de programa não, moço - falei olhando pra ver se o ônibus vinha

- Eu tô vendo doidona, vem que eu te dou carona - falou com aquela voz grossa e um pouco rouca, em outra situação teria um rio na minha calcinha

- Vou não, cara. Meu ônibus tá chegando já - falei negando com a cabeça

- Não vai passar nenhum ônibus agora, teve um acidente fudido ali na frente - falou explicando - Agora é você que sabe, vou ficar me oferecendo muito não

- Eu não sei quem é você - falei como se fosse óbvio

- Tira uma foto minha, manda pra alguém de confiança e ativa a localização do celular - falou rindo e eu vi uma moto com dois caras passando

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