Capítulo 53

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Dois dias tinham se passado e o Marcelo estava bem melhor, ainda não tinha voltado pro trabalho e eu agradeci por isso. Hoje ele resolveu ir na mãe dele mas eu quis ficar em casa mesmo.

- Cadê as crianças? - perguntou assim que entrou no quarto

- Com o Alex e a Karen - falei baixo

- O que você tem? - perguntou se sentando na ponta da cama - É saudade deles?

- Não, tô me sentindo muito não - falei sorrindo fraco - Tô com o corpo dolorido, muito cansada

- Tá doente, ursinha? - perguntou passando a mão no meu cabelo e beijou minha testa

- Tô dodoi, ursão - falei fazendo voz de criança e percebi ele segurar uma risada

- Não faz essa voz - falou me puxando pra deitar no peito dele e beijou meu rosto

- Por que? - perguntei baixo

- Com essa voz, toda meiguinha e com esse cabelo parece até uma menininha - falou rindo - Uma Lara maiorzinha

- Eu fiz Maria Chiquinha pra brincar com ela e acabei ficando com preguiça - falei e ele me olhou como se tivesse entediado - Tá, eu deixei porque eu gosto

- Ainda bem que admitiu - falou rindo

- Idiota - neguei com a cabeça

- Eles vão dormir lá? - perguntou se referindo as crianças

- Sim - falei baixinho

Estava quase dormindo quando escutei o meu celular tocar, vi o nome do Alex no visor e entreguei pro Marcelo.

- O que ele queria? - perguntei quando ele se levantou

- Não querem dormir lá, tão enjoados - falou e eu me sentei - Ele disse que ia trazer mas achei melhor ir lá

- Vou com você buscar - falei me levantando

- Não precisa - falou colocando uma camisa

- Lógico que precisa - falei pegando um moletom dele e me vesti. - Para ali, amor

- Ali aonde? - perguntou sem entender

- Lojas americanas, vou comprar uns doces - falei e ele bufou

- Mas é doida - falou parando o carro - Vou estacionar - falou quando eu desci

- Ta bom - falei entrando na loja

Como a loja estava vazia eu passei pelo caixa rapidinho, demorei mais comprando do que na fila. Quando sai o Marcelo estava entrando na loja.

- Bora lá - falou pegando a bolsa

- Deus me dibre - falei negando com a cabeça - Tenho pânico daquele estacionamento, muito estranho

- Fica ai - falou saindo

- Ei - escutei me chamarem e quando olhei era um menino de uns 18 anos

- Que foi? - perguntei colocando o celular no bolso do casaco

- Bora ali - falou e eu neguei - Eu tenho um dinheiro - falou e eu vi que tinha um grupinho de adolescentes observando a cena, estava meio movimentado por ali

- Eu não sou garota de programa - falei alto pausadamente e quem estava perto riu

- Para com isso, maluca - falou cheio de vergonha

- Cara, não tenho travesti pra te apresentar - falei alto como se tivesse estressada e percebi o carro do Marcelo parar na calçada, logo entrei observando o povo rindo

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