Dois dias tinham se passado e o Marcelo estava bem melhor, ainda não tinha voltado pro trabalho e eu agradeci por isso. Hoje ele resolveu ir na mãe dele mas eu quis ficar em casa mesmo.
- Cadê as crianças? - perguntou assim que entrou no quarto
- Com o Alex e a Karen - falei baixo
- O que você tem? - perguntou se sentando na ponta da cama - É saudade deles?
- Não, tô me sentindo muito não - falei sorrindo fraco - Tô com o corpo dolorido, muito cansada
- Tá doente, ursinha? - perguntou passando a mão no meu cabelo e beijou minha testa
- Tô dodoi, ursão - falei fazendo voz de criança e percebi ele segurar uma risada
- Não faz essa voz - falou me puxando pra deitar no peito dele e beijou meu rosto
- Por que? - perguntei baixo
- Com essa voz, toda meiguinha e com esse cabelo parece até uma menininha - falou rindo - Uma Lara maiorzinha
- Eu fiz Maria Chiquinha pra brincar com ela e acabei ficando com preguiça - falei e ele me olhou como se tivesse entediado - Tá, eu deixei porque eu gosto
- Ainda bem que admitiu - falou rindo
- Idiota - neguei com a cabeça
- Eles vão dormir lá? - perguntou se referindo as crianças
- Sim - falei baixinho
Estava quase dormindo quando escutei o meu celular tocar, vi o nome do Alex no visor e entreguei pro Marcelo.
- O que ele queria? - perguntei quando ele se levantou
- Não querem dormir lá, tão enjoados - falou e eu me sentei - Ele disse que ia trazer mas achei melhor ir lá
- Vou com você buscar - falei me levantando
- Não precisa - falou colocando uma camisa
- Lógico que precisa - falei pegando um moletom dele e me vesti. - Para ali, amor
- Ali aonde? - perguntou sem entender
- Lojas americanas, vou comprar uns doces - falei e ele bufou
- Mas é doida - falou parando o carro - Vou estacionar - falou quando eu desci
- Ta bom - falei entrando na loja
Como a loja estava vazia eu passei pelo caixa rapidinho, demorei mais comprando do que na fila. Quando sai o Marcelo estava entrando na loja.
- Bora lá - falou pegando a bolsa
- Deus me dibre - falei negando com a cabeça - Tenho pânico daquele estacionamento, muito estranho
- Fica ai - falou saindo
- Ei - escutei me chamarem e quando olhei era um menino de uns 18 anos
- Que foi? - perguntei colocando o celular no bolso do casaco
- Bora ali - falou e eu neguei - Eu tenho um dinheiro - falou e eu vi que tinha um grupinho de adolescentes observando a cena, estava meio movimentado por ali
- Eu não sou garota de programa - falei alto pausadamente e quem estava perto riu
- Para com isso, maluca - falou cheio de vergonha
- Cara, não tenho travesti pra te apresentar - falei alto como se tivesse estressada e percebi o carro do Marcelo parar na calçada, logo entrei observando o povo rindo
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Coroa
Fiksi PenggemarEscritora: Ana Souza • Responsável pela história: Ana Caroline Capa: sophiadelrey • +16 | "Alguns amores são proibidos e vistos como errados por maus olhos. Mas, o amor não tem idade, sexo, religião ou raça. O amor apenas acontece!" - Dai Ribeiro