Capítulo 10

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- Marcelo Narrando -

Eu errei com a Brenda e entendo mas porra essa última dela foi demais. É muita sacanagem com a minha cara ir pra baile, se esfregar em um e no dia seguinte beijar outro.

- Bem feito - meu filho falou quando eu terminei de contar

- Bem feito? Eu dou maior moral pra essa filha da puta e ela faz isso - falei com raiva

- Pai, ela fez isso porque sabia que você iria descobrir - falou como se fosse óbvio

- E ela queria o que com isso? - perguntei ainda com raiva

- Olha você pintou de maluco botando o Macedo pra seguir a garota, ela não gostou e com razão - ele estava falando mas eu interrompi

- E pra mostrar que eu estava errado ela se comporta igual uma puta - concluí sério

- Não, ela fez isso pra te afrontar e você mereceu. Pelo que você me falou a mina é maneirona e você ficou ignorando ela a troco de nada - falou sério

- Isso não dá o direito dela fazer isso - falei me levantando

- Por que não? - perguntou sério - Eu realmente te apoio com ela mas decide o que você quer da sua vida, não é justo com ela ficar nessa de sumir do nada

- Você mesmo tinha falado pra mim fazer parecido - falei olhando as fotos

- Eu falei uma coisa e você fez outra totalmente diferente - continuou falando sério - Abre o jogo com você mesmo antes de querer roncar pra cima dela

- Depois disso eu não sei se vale a pena - falei sincero

- Você sabe a resposta - falou saindo

Mais uma semana passou e eu não entrei em contato com a Brenda, ela não me ligou e nem mandou mensagem também. Resolvi ir na casa dela e quando cheguei lá ela estava abraçando um cara que estava sem camisa.

- Marcelo - a avó dela falou animada e eles se viraram - Alex, esse é o Marcelo, amigo da Brendinha

- Amigo é? - perguntou debochado e riu

- Oi dona Sônia - falei cumprimentando e ela me abraçou

- Vamos tomar um sorvete, velha - o tal Alex saiu com uma camisa no ombro e chamando a dona Sônia

- Quer entrar? - perguntou me olhando

- Melhor - assenti e entramos

Nos sentamos no sofá e pela primeira vez parecia que nenhum dos dois sabiam o que falar, mais do que nunca entendi o que meu filho veio me falando a semana inteira.

- Desculpa - falei olhando nos olhos dela

- Eu talvez tenha exagerado - falou desviando o olhar e vi que ela estava com os olhos cheios de lágrimas

- Não chora - pedi fechando os olhos

- Eu não consigo - falou limpando o rosto - A pessoa que me vigiou não te contou que eu dei dois foras naquela semana, não contou que todo dia quando eu chegava em casa eu ia pra casa do Nandinho e chorava até dormir - falou olhando nos meus olhos

- Eu tenho vergonha do que eu fiz, fiquei com raiva da sua atitude e só de lembrar de outro cara te tocando me deixa puto - falei sincero

- Eu gosto de você, Marcelo. Mas gostar de você me machuca, ao mesmo tempo que você é bom pra mim, ao mesmo tempo que cuida de mim e ao mesmo tempo que me dá as melhores transas da minha vida - parou sorrindo fraco - Você é uma incógnita pra mim, não sei nada de você - Aliás porque você me ignora do nada? - perguntou e eu percebi que isso machucava ela

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