versões

45 4 0
                                    

me perdi nas faces
das pessoas que fui
e que afoguei
pra vir de novo a vida como a deusa vênus
vomitadas pelo mar

me perdi nas faces da terra
nos caminhos
nas estradas
e em cada entrada que saí.

nas faces das folhas que escrevi
nos versos
na frente
atrás
atroz
e nas atrizes que vivi

viúva
de meus próprios poemas
vaiei roma
com raiva
e sai de cena
com outra face
plena

só mais um cigarro não me mata
não nasci pra viver esse dilema
sou filha das artes
físicas
plásticas
sou puro traste
mas a face que me condena ainda não vivi

to fora da caixa
e vou chutar outras
para que vejam o que eu vi
para que se vejam
e sejam
todas as faces que estão por vir.

maréOnde histórias criam vida. Descubra agora