Segundo ano do Ensino Fundamental I.
O ano em que ganhei minha bicicleta.
E pera lá, esse ano quem sofreu foi meu avô, foi diagnosticado com água no joelho, sentia fortes dores, as quais impossibilitavam ele de andar.
Lembro-me que antes de ir dormir, eu arrumava a mochila, o lanche, as coisas do meu irmão, pois ele tinha aula de manhã no outro dia, e quando o dia amanhecia, o meu avô me acordava, e dizia "você precisa ir buscar o leite", eu levantava da cama toda animada, aliás, era a hora de pedalar.
Com dificuldade, ele descia a escada que dá acesso a garagem, abria o portão, pegava suas muletas, eu minha bicicleta rosa de rodinhas com cestinha, e lá ia eu buscar o leite, a 10 km/h.
Quando eu estava voltando, a 8 km/h, (o leite fazia a bicicleta pesar, pô) ele estava na esquina, observando se eu poderia ou não atravessar.
Eu chegava em casa, segurava a bolsa de gelo encima do joelho do meu avô, após terminar, eu ia brincar.
Após um longo período de tempo, e algumas drenagens, o joelho do meu avô melhorou, ele está com 80 anos hoje, e se apostarmos uma corrida ele ganha.
Uma vez, neste mesmo ano, eu e meu irmão estávamos andando de bicicleta na rua de casa, e ele sempre foi mais veloz, e mais aventureiro que eu, então, ele ia na rua do lado, que era uma subida, e descia na embalada, fui inventar de fazer igual, e só subi o comecinho, resumo do acontecido, eu esqueci de usar o freio e me enfiei embaixo de uma kombi que estava estacionada na frente da minha casa, detalhe importantíssimo, assim que eu sai de baixo, falei "Tex, vamos de novo?" KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK, depois disso meu avô murchou os pneus das bicicletas, não andamos mais.