Dia 4: A valsa das 16:46

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A valsa é uma dança linda, não acha? Ela consiste em ter um par, antes de tudo, e logo após a junção das duas pessoas, segurando a mão uma da outra com dedos entrelaçados, a que vai conduzir apoia seu braço e sua mão firmemente na cintura da outra, e a segunda, encosta sua mão até então livre no ombro de seu companheiro. As duas são guiadas pelo ritmo da música, e seus pés que são como fumaça, névoa, levados pelo vento. Sinto como se minha vida fosse exatamente assim, a alegria e a tristeza unidas em uma Valsa infinita. Às vezes a tristeza fala mais alto e só quer ficar sentada na cadeira do salão de festas, observando toda energia a sua volta. E às vezes a alegria grita dentro de mim, ela quer pular, extravasar, ela pulsa por todo meu corpo e eu só quero falar OI MUNDO OLHA EU AQUI! EU SOU FELIZ PRA CARAMBA!!! Acredito que a tristeza e o medo quando veem a alegria mostrar todo seu brilho e excentricidade, ficam com inveja e sentem uma pequena coceira para entrar na dança, então a alegria como uma boa anfitriã estende sua mão para a companheira sentimentalista que habita em mim a convidando para fazer passos de dança melhor que de qualquer dançarino do Fit Dance.
Não só a dança e bela como suas vestimentas também. A tristeza usa uma roupa toda preta com cinza, parece a lua, ela tem sua luz mas quase nunca a acende, ela tem um penteado jeitoso e com presilhas na cabeça. Já a alegria com toda sua exuberância e glamour, se mostra incandescente, fluorescente, ela e dourada e tem muito brilho, quente como o sol, ofuscando qualquer um que esteja participando desse baile que parece não acabar. Seus cabelos estão desgrenhados, mas ela não liga, não liga pros vestígios de purpurina presos em seus fios e o glitter em seus olhos, diferente da tristeza que usa um salto agulha fino, a alegria está descalça no maior conforto, como se o mundo fosse seu lar, e é.
E no meio desse grande baile que é meu corpo, eu, que fico dividida entre ficar sentada e apenas observando ou participar dessa dança maluca sem fim, afinal quem não gostaria de cantar grandes sucessos do karaokê até à noite virar dia?
Então tomo controle da festa e chamo as duas para pular, hora uma, hora outra, sempre equilibradas e para que as duas aproveitem seu momento no tempo certo.

Ás vezes Clara, a valsa se mistura com os ritmos do carnaval, e a gente só precisa de momentos como esse, onde possamos cantar o mais alto que puder e dançar o passo mais esquisito que conseguir inventar, seja dentro de casa, com os amigos em uma festa ou até no meio da rua. Viva o ritmo, viva a melodia, viva a vida! 

30 Maneiras de desejar Feliz AniversárioOnde histórias criam vida. Descubra agora