No vento frio que esvoaçava seus cabelos no mesmo vento que suas lágrimas congelavam, ela cambaleava até o meio da estrada, enquanto os cortes em seus pulsos sua tristeza anestesiava.
A traição do marido, o emprego perdido, a rejeição dos pais, a solidão que a vida traz.
"Por que comigo?" Perguntava-se ela, mas depois pensava e percebia que preferia à ela, do que outros inocentes. Ela afirmava que merecia aquele sofrimento.
Em meio ao seu desesperado trajeto ela finalmente chegou a estrada. Carros circulavam para todas as direções com uma velocidade que chegava a assustar. Então ela se posicionou no meio da rodovia.
- Moça olha o carro! - um garotinho gritou do outro lado da estrada.
Seu corpo estremeceu ao ouvir aquela voz. E ela saiu do meio da rodovia.
- Pare em nome da lei! - uma perseguição policial ali acontecia.
Ela correu até o garotinho e o abraçou. Tiros foi o que se ouviu e sangue foi o que se viu.
