09. this will not happen

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Naquela mesma tarde, liguei para JungKook. Eu precisava de atendimento médico na cidade, afinal eu não iria todo mês em Daegu fazer consultas com os médicos que iniciaram o pré-natal. Tivemos uma conversa breve sobre isso e ele disse que falaria com a produtora deles, para saber se ela tinha uma clinica obstétrica para indicar. Após isso, eu dormi durante um tempinho. Ao acordar, decidi que faria algo descente com a minha vida e fui até meu quarto, mexer nas caixas com as coisas que eu havia trazido de casa — até o momento, eu não tinha tocado nelas.

Aos poucos eu fui espalhando minhas coisas pelo apartamento, dois quadros pequenos, em um deles eu estava abraçada com Ji Yeon e no outro quadro eu estava com a minha mãe. Suspirei, sentindo falta da presença das duas, e só faziam alguns dias que eu estava ali. Uma vontade arrebatadora de chorar se fez presente e não consegui evitar que algumas lágrimas caíssem. Me sentia tão solitária, e estava mesmo, minha família estava longe de mim. Quando me recompus, me arrisquei a fazer alguma coisa para comer, algo que não fosse besteira.

Jantei lendo um dos meus HQ's da marvel. E essa foi a minha tarde, pelo resto da noite eu apenas fiquei sentada no sofá assistindo a terceira temporada de Stranger Things. Antes de dormir eu apenas tomei um banho e fui pra cama.

Na manhã seguinte, resolvi limpar o apartamento. Ao olhar na lavanderia encontrei um aspirador de pó. Eu estava limpando a sala quando a campainha tocou, imediatamente desliguei e fui até a porta da frente, pelo monitor reconheci JungKook, eu só não reconheci a mulher ao seu lado. Estava bem vestida e os cabelos negros estavam presos em um coque. Será que ela é a mãe dele? Respirei fundo e abri a porta.

— Olá. — cumprimentei.

— Olá. — ela me olhou dos pés a cabeça.

Dei espaço para que os dois entrassem e fechei a porta. A mulher deixou a bolsa que carregava sobre o sofá e virou para mim.

— Han-Byeol essa é a minha mãe Jeon EunHa. — estendi a mão para ela.

— É um prazer.

— Idem.

O silêncio se tornou constrangedor mais uma vez, afinal eu não sabia o que falar ou o que fazer.

— Você não tinha me contado que ela é bonita, JungKook. Com seus genes misturados, o bebê vai nascer lindo. — a senhora Jeon sorriu, se aproximando — Espero que esteja se alimentando bem, Han-Byeol.

— Bem, eu ainda não tomei café, para falar a verdade. — o sorriso sumiu dos lábios da mulher.

— O que tem de bonita, tem de sonsa. — revirou os olhos, caminhando em direção a cozinha.

Olhei para JungKook que ajeitou a franja que insistia em cair em seu rosto.

— Desculpe. — sussurrou.

— Não peça desculpas, Jeon JungKook, você sabe que é verdade. Onde já se viu ir jantar na casa, de uma pessoa que acabou de conhecer? — me virei para a mulher que abria os armários a procura de algo.

— Ela parecia ser simpática, e achei que não teria nada de mais, já que moramos no mesmo prédio. — me defendi.

— Não acho que diria isso se ela, tivesse feito algo contra você. — se virou com uma frigideira em mãos e logo acrescentou —  O que agradecemos aos deuses por não ter acontecido.

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