Once Upon a Time, Again

Capítulo 03

Ruby comia como um animal ao que meus sete anões preferidos a acompanhavam no ato. A linda e delicada Belle abandonou algumas horas em sua biblioteca para vir ao nosso encontro, juntamente de seu companheiro, o novo e mudado Sr. Das Trevas, ou como preferimos chamar... Sr. Gold. Archie e Geppetto conversam animadamente entre uma e outra garfada, enquanto o mais velho sustenta seu pequeno filho, que antes de madeira e agora em carne e osso, em seu colo. Ao meu lado, David come com cara de poucos amigos, desgostoso com as atitudes de nossa filha Emma, que a pouco decidiu deixar de comer com todos para comer em seu quarto, juntamente de Regina. Até entendo meu marido. Este era para ser um almoço em família, com amigos e muita diversão, mas nossa pequena preferiu nos deixar e fazer companhia para sua nova amiga.

- Meu amor, não fique assim.- Sussurro em tom baixo ao me aproximar de seu ouvido.- Logo Emma deixará de mandar no próprio nariz, e assim nós dois vamos poder tomar as rédeas da situação, então anime-se, hoje é dia de comemoração.

David me encara por alguns segundos, talvez analisando minhas palavras, e logo um sorriso brota em seu rosto, por saber que falo a verdade.

Um pouco antes de servir o jantar, meu marido e eu chamamos Rumplestiltskin para uma conversa particular, onde expomos nosso desejo de ter Emma sob controle, pois somos seus pais e queremos poder agir como tais. Gold por sua vez, lembrou-se de quando achou Baelfire, seu filho que a muito tempo se encontrava perdido, e disse que poderia dar um jeito nisso. Ele nos explicou sobre uma poção, que o mesmo pretendia usar no filho quando lhe encontrasse, uma poção que poderia restaurar o tempo longe, devolvendo a Baelfire sua infância perdida novamente. Perguntamos o que devíamos fazer, pois, como sempre... Toda magia tem um preço. Mas me surpreendi com sua resposta, ao que soube que desta vez seria por "conta da casa". Sei que o grande Senhor das Trevas sente falta do filho, que morrera a alguns meses atrás, e admiro sua bondade ao nos ajudar. A poção foi feita literalmente em um passe de mágica, e agora se encontra guardada no bolso da camisas xadrez de David.

- Não vejo a hora de colocar Emma em seu devido lugar.- Escuto meu marido sussurrar, em um tom desagradável, e só assim percebo o quanto a nova amizade de nossa filha lhe abalou.- Ela verá quem manda e quem obedece aqui.

________________________

O jantar correra bem, conversei um pouco com Ruby sobre o que pretendo fazer e a mesma me deu todo apoio, tanto que ficará aqui para me ajudar no processo. Todos já foram embora, e Emma não foi vista desde o início de tudo. David vem ao meu encontro demonstrando seriedade em cada parte de seu corpo, Ruby a loba mais confiável que conheço se coloca a meu lado e nós três passamos a subir os degraus da escada, que logo nos leva para o segundo andar de meu apartamento. Com nosso caminhar pelos corredores, logo nos colocamos a frente de uma porta de madeira antiga, com lascas de tinta branca descascando como prova de sua idade. Antes de qualquer coisa, David bate três vezes na porta, por educação, e ficamos a espera da menina loira mestre em causar confusões. Ao que a porta se abre, Emma nos encara com tédio visível e mais ao fundo Regina nos observa, sentada aos pés da cama de nossa filha, retocando seu batom vermelho marcante.

- A que devo o desperdício de tempo que me fazem passar?- O tom de minha primogênita é debochado e isso não passa despercebido aos meus ouvidos.

- Precisamos conversar.- David responde secamente, não deixando brechas para brincadeiras.- Regina, você se importa de ir embora?- Pede tentando ter educação, e antes mesmo que a mulher de madeixas pretas possa abrir a boca para responder, Emma bate a porta com força, fechando a mesma em nossa cara.

Furioso, David força nossa entrada no quarto, fazendo Emma se surpreender com a atitude do pai.

- Eu não quero conversar, saia!- Grita autoritária a menina mais nova no recinto.

- Eu não vou sair! Nós vamos conversar por bem ou por mal Emma Swan!- Determina o pai, deixando a falta de paciência falar mais alto.- E Regina, por favor... Se retire.

- David!- Grita Emma em tom de repreensão.

- É pai para a senhorita.- Corrige meu marido não dando ouvidos a nossa filha.

- Tudo bem Emma, conversamos depois.- Decide a rainha má, e mesmo a contra gosto a loira concorda. Logo, Regina some envolta em uma fumaça roxa de magia negra.

- Ótimo! Conseguiu o que queria, já podem sair!- Tenta nos expulsar se jogando contra a cama, de costas para todos, como se a conversa se encerrasse ali.

- Vamos conversar minha filha.- Digo tentando dar voz a conversa.- Eu e seu pai decidimos que Ruby será sua madrinha de batismo, isso não é legal?- Começo pela notícia mais branda e Emma da de ombros.

- Não me leve a mal Ruby, mas não sou criança e vivi a vida toda sem presentes no Natal. Não é agora que preciso de alguém assim.- Vejo minha melhor amiga arquear uma de suas sombrancelha, um tanto surpresa com a resposta de minha filha.

- Emma! Não fale assim... Que feio.- Dano sabendo que minha repreensão entrará por um ouvido e sairá pelo outro.

Observo a loba de mechas vermelhas caminhar em direção a menina mal educada, e assim que se encontra perto o suficiente, vejo Ruby virar Emma na cama com sua força surpreendente, fazendo a loira lhe encarar surpresa.

- Escute aqui mocinha, eu não sou seu pai e muito menos sua mãe. Então deixe de ser mimada e escute o que ambos tem a dizer, ou você vai se ver comigo. Estamos conversadas?- Sinto minhas bochechas queimarem com as palavras duras de minha amiga para minha filha, que sem exitar concorda com a cabeça, talvez até mesmo um tanto amedrontada.- Ótimo.

Ruby se afasta, sorrindo vitoriosa para o resultado obtido e lhe agradeço mentalmente por isso. Agora a conversa de Emma será conosco, e garanto que não será algo bonito de se ver. David está bravo, Emma irritada, Ruby rígida, e eu... Eu terei que ser mãe dela, principalmente depois da poção.