Once Upon a Time, Again

Capítulo 08

- ... Não sei, eu simplesmente odeio ser mandada assim.- Digo para minha namorada, que escuta atentamente do outro lado da linha, enquanto continuo a reclamar de meus pais.- Contei a eles que estamos namorando e...- Sou interrompida pela mesma se engasgando pelo telefone e em poucos segundos a nuvem de fumaça roxa tão conhecida por mim se faz presente no quarto, revelando Regina, que me encara sorrindo de orelha a orelha com o celular em mãos.- O que foi?- Estranho sua visita repentina, mas, ao invés da mesma responder minha pergunta, sou atacada por uma chuva de beijos, assim que a rainha se joga em minha cama.

- Contou a eles?- Pergunta entusiasmada e entendo o porquê da mesma estar aqui. Desligo nossa chamada, já que não precisarei mais dela e encaro a adulta de baton vermelho que me encara sorrindo.

- Contei sim.- Digo sem ânimo, coisa que certamente Regina repara, pois seu sorriso vai embora.- Eles não gostam de você.- Assumo chateada.- Queria poder mudar isso, mas eles são dois antiquados que vivem no passado! Estou quase os vendendo para um museu.- Revelo um tanto indignada com tudo.

- Não fale assim mocinha.- Repreende me beijando os lábios com carinho.- Eles são seus pais e não pode obrigar as pessoas a gostarem de mim, ainda mais os dois... Fiz da vida deles um inferno, durante anos. Essa richa vem de muito antes de você nascer, eu causei isso e agora que estou apaixonada por você... Estou encarando as consequências.- Explica parecendo bastante madura diante a situação, coisa que me impressiona, pois Branca e o príncipe não merecem tanta compreensão.- Não quero que fique contra seus pais, eles estão fazendo o que acham melhor para você...

- Olha o que está falando Regina! Eles não querem que eu namore você!- Me irrito com sua forma adulta de ser ao que também lhe interrompo a fala.

- Eu faria o mesmo no lugar deles se minha filha estivesse namorando uma assassina, que possui magia negra e prometeu acabar com qualquer tipo de amor que sintam.- Reviro os olhos para seu tom óbvio de falar, como se jogasse em minha cara que estou sim errada.- Emma, você não está vendo ou simplesmente não quer ver que eles estão tentando te proteger.- Explica sem deixar o tom carinhoso de lado e nego, totalmente contrariada com suas palavras.

- Eu não preciso de proteção, eu sou a salvadora, esqueceu?- Pergunto chateada, cruzando os braços para mostrar que não estou de acordo com sua passividade.

- Bom... Para você ser a salvadora, de acordo com a profecia... Você deveria ter 28 anos, e agora, você está no corpo de uma garotinha de 16.- Encaro a verdade dos fatos com amargura, e finalmente cai a ficha de que não tenho mais magia.- Não fique tristinha...

- Como não? Agora não sou mais a salvadora de nada.- Sinto meus olhos arderem, mas sou obrigada a me conter para não passar vergonha na frente de Regina. Sinto mãos macias e delicadas sobre minhas bochechas, me obrigando a não abaixar a cabeça, e meu olhar perdido é acolhido por seu sorriso bonito.

- Não importa o que aconteça, não importa quantos anos tenha... Você sempre será a minha salvadora, você me faz uma pessoa melhor Srta. Swan.- Suas palavras me tiram um sorriso, ainda mais por escutar a maneira que a mesma se refere a mim... Como quando ainda éramos inimigas e nenhum pouco íntimas.

- Obrigada por estar aqui.- Agradeço ignorando o drama da situação e Regina me puxa para um abraço.

Sem pedir permissão, engatinho para seu colo e a mesma parece não se importar com meus gestos, apenas me abraça apertado ao que me acomodo sobre suas coxas, fazendo seu cheiro suave de mulher invadir minhas narinas.

- Gosto de estar aqui com você, pequena Swan e vou resolver a situação com seus pais, não precisa se preocupar.- Promete com carinho e apenas afundo a cabeça em seu pescoço.

Poderia sim perguntar o que a mesma irá fazer, mas, pelo visto... A responsável de nossa relação será a mesma. Mesmo não gostando, agora voltei a ser adolescente e já sinto as mudanças em meu corpo... Falta de seios, irritação com pessoas adultas e necessidade de atenção, só mostram que essa maldita poção me fez voltar a pior fase da minha vida.

- Podemos voltar para sua casa?- Peço realmente não querendo permanecer no quarto. Sei que Mary e David não querem que eu saia sem permissão, mas, não vou agir como se me importasse com a opinião de ambos.

- Por mais que eu queira muito isso... Se quero conquistar a confiança de seus pais, devo agir com responsabilidade. Isso significa que não vou mais te tirar de casa sem a permissão deles mocinha.- Bufo para sua resposta responsável.

Eu definitivamente odeio os adultos, como consegui ser uma?

- Então terei que enganar meus pais e ainda enganar você?- Pergunto em tom brincalhão e ganho um tapa na bunda.

- Se tentar me enganar... Seu fim será em meus joelhos.- Seu tom também é de brincadeira, porém, como grande parte da população diz... Toda brincadeira tem um fundo de verdade.

- Está dizendo que irá me bater?- Pergunto rindo de nervoso e a mesma concorda com a cabeça, agora um tanto mais séria.

- Alguém precisa te colocar na linha e certamente seus pais não conseguem.- Diz com convicção, realmente considerando essa possibilidade.- Se der tudo certo, ficarei muito feliz em fazer um acordo com os mesmos.

- Virou Rumpletiltiskin agora?- Pergunto, agora realmente nervosa com o que pode acontecer.- Que tipo de acordo Regina?

- Se der tudo certo, em breve você ficará sabendo, pequena Swan.