Batalha final - parte IV

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Pov. Michelle

Peter acabou de sair. Sei que vai demorar e tenho pouca coisa para fazer, decido tirar um tempo. No inicio da sala, está uma mesa enorme com umas vinte cadeiras, tiro uma e coloco no meio da divisão. Me sento. Para conseguir observar toda a maquinaria metálica ainda tenho de rodar o pescoço, observo. Observo mais coisas também. Observo todos os sinais de perigo coloridos fazendo reflexo no grande vidro que impede toda essa máquina ficar ao relento. Observo o facto de como as máquinas serem fora do espaço desenhado para a sala, o vidro não está em forma de parede, não, está redondo como num aquário. Observo bem no centro da máquina um cliché de filmes, na verdade o único cliché de que alguma vez gostei: o grande botão vermelho. O grande botão vermelho sempre é carregado, não interessa se seja romântico, terror, drama ou ficção cientifica, há um grande botão vermelho? Algum idiota há de querer tocar-lhe. Claro que os fins podem variar... Mas não passa do mesmo, o cliché do grande botão vermelho sempre resolve a situação.

Me deixo levar pela curiosidade. O que fará esse botão? Me levanto e vou até aos manuais. Regras de utilização? Não... Não agora. Medidas de segurança? Duvido voltar a pegar nele. Manual de montagem? Não vou montar essa coisa mas deve ter o nome das peças... Abro.

Bla bla bla encaixar aqui bla bla bla encaixar além... Nossa, esse tinha de ser o maior de todos! Também com o tamanho dessa coisa! Identificação de peças! Obviamente, o cliché vem em primeiro lugar... Grande botão vermelho: botão de ligar/desligar.

Vou definitivamente ser a idiota que carrega no grande botão vermelho desse filme.

Chega de curiosidade, tenho de fazer alguma coisa para salvar o mundo. Ou fazer uma figura mesmo muito má... Seja qual for a resposta vou ficar bem famosa. Ou morta. Veremos. Ligo o intercomunicador para ver como vai Peter, lembrei que não posso falar nada pois Tony Stark está ligado a essa coisa e ele tem de pensar que estou em casa.

- 'Não devia estar aqui!'-ouço a voz rouca e cansada de Tony, isso deve estar interessante

-'Sim, deveria! Pare de me impedir de fazer o meu trabalho! Eu salvo pessoas, sou o amigo da vizinha, preciso de vizinhança para salvar!'- distingo a voz quebrada e quase aguda de Peter, ele está mesmo a enfrentar Tony Stark! Tenho de dar para ele essa treta do fim do mundo mais vezes... Argh faz seu trabalho Michelle!

Desligo o intercomunicador apesar de querer muito ouvir o resto da conversa, agora tenho que fazer meu trabalho.

Me aproximo da minha maquineta metálica que está um pouco mais à esquerda do centro da mesa e do seu grande botão vermelho. Desenrosco tubo de alumínio da bateria de carro e com as pontas dos dedos retiro os fios que estavam em contacto com a parte de cobre. Agora é só introduzir o fio vermelho que Peter encontrou no sitio onde estavam esses.

Vou até á ultima placa da máquina que já foi retirada por Peter. O fio se dirige para o lado que está limitado por outras placas... Porque é que eu disse ao Parker para não tirar essas também? 

Ele tinha falado que encontrou um pé-de-cabra... Isso agora dava um jeitão... Onde é que ele tinha falado? De baixo da mesa? Me aproximo uns passos e espreito debaixo dela. Ali está, debaixo de uma cadeira.

Pego no mesmo e me aproximo da máquina gigante. A placa que preciso tirar tem o dobro da minha largura mas é finíssima e todas as outras placas são exatamente iguais... Tenho de continuar a arrancá-las até encontrar o fim do fio vermelho.

15 minutos depois.
Assim o fiz, arranquei seis placas de metal e na última, o fio seguiu para cima em de para o lado. Tirei a placa de cima que era bem mais grossa que todas as outras o que me permitirá uns bons calos nos dedos amanhã de manhã. Surpresa das surpresas, o fio foi dar ao grande botão vermelho. Como eu pude ser tão burra? Botão de ligar e desligar! Claro que o fio tinha de dar aí! 

Deambulei para trás e para frente em tentativa de fazer uma pausa. Minhas mãos estão quase rebentando! "Quase" talvez não seja a palavra, elas literalmente estão rebentando! Estavam tão vermelhas e doridas, parecia que tinha uma película espessa por cima delas, tentei esfregar e rebentaram em sangue. Agora estou aqui, limpando o sangue às minhas calças de ganga, às voltas numa sala vazia e somente iluminada pela eletricidade artificial vinda exterior. 

Me lembro que ainda nem acabei meu trabalho e estou fazendo uma pausa, ignoro o facto das minhas mãos não pararem de sangrar e continuo o que tenho a fazer. Já praticamente acabei, é só por o fio em contacto com a parte de cobre da  minha máquina. Sacudi as mãos uma última vez para que não pingasse sangue para o fio e fiz o contacto. Está tudo feito. 

Dou dois passos largos para trás e observo a situação. O meu pequeno engenho, agora mortal, está agora em cima da máquina maior e não a posso mover de lá... O vidro vai ter de ser quebrado... Tenho de dizer para o Peter. Quanto tempo ainda demorará? Ligo o intercomunicador.

-'Inacreditável'-  fala a voz cética mas sem folgo de Tony Stark - 'Pensa que eu tenho a sua vida, criança?'

-'Não'- a vozinha tímida de Peter voltou.

-'Então não mexe com ela!'- Tony disparou num tom agressivo- 'Não vou andar atrás de você, não vou proteger você de todos os males desse mundo e outras tretas do género porque não é meu dever! Não sou seu pai moleque! Não é meu dever!' 

Desligo o intercomunicador. Está ficando demasiado pessoal. Acho que ainda vai demorar, parece que têm assuntos pendentes, mas eu também tenho. Agarro o celular e ligo para casa. Atendem ao segundo toque. 

-'Michelle?'



Gente desculpem informar mas a batalha final vai ter muitos capítulos kkkkk

Spideychelle❤💭 "Será verdade ?"Onde histórias criam vida. Descubra agora