lima

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--Pietro, faz um favor?-- Perguntou Jean sem tirar os olhos do mar, e eu respondi sem tirar os mesmos do celular

--Depende, se me pagar, sim.-- Eu disse e escutei o som da sua risada

--Pega uma água lá em baixo pra mim, bobo.-- Ele terminou e eu levantei da espreguiçadeira e tampei meu celular com uma toalha

--Já que você insiste tanto, tá bom, né-- Eu disse e desci o lance de escadas, estava indo em direção ao frigobar quando comecei a escutar umas risadas. Desci mais um lance para chegar até em um dos quartos, onde estavam todos reunidos ao redor da escrivaninha, onde a Mia estava sentada ali-- Do que vocês estão rindo tanto aí, hein?-- Eu perguntei e entrei no quarto

--Estamos vendo o diário da Mia de quando ela tinha onze anos de idade.-- Disse a Bruna ainda rindo

--Se baseia em criar filhos com olhos azuis e Magcon.-- Nina disse rindo e apontando para o computador

--Eu lembro que uma vez eu peguei o diário dela e li que ela tinha ficado cinco dias sem lavar o cabelo e a-m-o-u-- Eu disse afinando a voz e ela me deu um leve soco no braço, enquanto todos nós rimos

--Foram só quatro e meio, seu exagerado!-- Ela disse, tentando segurar a risada-- É que ele ficava cheio, tá? -- Ela disse rindo, ainda-- Eu lembro que eu chorei quando você disse isso pra Fernanda, porque nós estavamos brigadas e eu tinha medo dela falar pra alguém.-- Ela completou e o Henrique segurou uma risadinha irônica e começou a falar:

--E esse "alguém"-- ele fez aspas com as mãos-- é bem específico, né?-- Ela ficou vermelha e olhou com cara feia para ele

--Eu lembro que nós estavamos brigadas feio. Eu disse que queria cortar o cabelo e alisar, aí você foi lá e fez isso.-- Fernanda disse rindo

--Olha, em minha defesa, eu tinha te avisado. Ah, e também, tinha um menininho que eu era apaixonada e dizia que amava meninas assim.-- Mia disse sorrindo

--Falando no Diabo, olha você falando do Jean aí.-- Bruna disse e Mia só faltou virar um pimentão de tão vermelha.

--Gente, não fode.-- ela disse e todos nós rimos, minha barriga começou a doer e minhas bochechas pareciam querer explodir, me joguei na cama e comecei a tentar respirar. Olhei para Lucas e ele estava visivilmente desconfortável, Mia percebeu e se afastou do computador.

--Assim, gente, passado é passado, né? Olha, nessa página aqui eu estava falando do Pedro.-- ela disse e a Nina colocou a mão no peito. Escapada de mestre falar do nosso amigo que morreu para fugir de um assunto cosntrangedor.

--O que fala aí?-- Bruna perguntou e Nina, que havia assumido o posto do computador começou a falar:

--É o dia que nos reencontramos. O Pedro estava com a Mia e a Bru, eles estavam fazendo um trabalho quando eu cheguei. Foi um dos melhores dias da minha vida, foi ali que minha vida começou a brilhar.-- Ela disse sorrindo. Já faziam pouco mais de dois anos, e ela estava na fase de saber que ele estava em um lugar melhor e que queria que ela estivesse feliz. Assim como todos nós

--Ele está rindo com a gente.-- Fernanda disse colocando a mão num braço

--Ele vai estar sempre aqui.-- Lucas disse e Nina se levantou em direção à sua bolsa. Ficamos em silêncio e ela pegou sua carteira, pegou algo de dentro e vimos que era algum tipo de papel. Ela colocou na tela do computador e era uma foto de todos nós, no aniversário de 18 anos dele.

--Em espiríto.-- Ela disse e colocou as duas mãos em direção do coração. Ficamos alguns segundos encarando a foto e lembrando de nossos momentos juntos. Até que, vi que haviam se passado quarenta minutos desde que desci, assim que ouvi um grito do Jean

--Oi, Jean! foi mal!-- Eu fui em direção ao corredor e ele estava andando se segurando pela parede

--Você demorou demais, cara.-- Ele disse e vomitou e a Fernanda saiu do quarto correndo.

--Jean! Gente, ajuda aqui!-- Ela correu para segurá-lo antes que ele caísse. Ele havia desmaiado

     Ficamos alguns minutos tentando acordá-lo, até que a Nina soltou um berro

--Gente! Ou eu bebi demais, ou o barco ainda tá em movimento.-- todos olharam para mim, já que eu era o mais sóbrio dali.

--É, está em movimento-- Eu coloquei as mãos na cintura e Lucas olhou para mim com os olhos arregalados

--Eita.-- Eu corri junto com ele, Henrique e Bruna

--Gente, a gente, eu não quero assustar nem nada, mas...-- eu estava olhando para o horizonte ainda incrédulo. Enquanto todos subiram.-- mas eu acho que aquilo ali é uma ilha.

--Meu Jesusinho.-- Henrique disse e nós nos olhamos nauseados

Talvez nós estejamos todos perdidosOnde histórias criam vida. Descubra agora