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     Eram dez da noite e eles ainda não haviam voltado ou mandado uma mensagem. Eles disseram que às oito já estariam no píer da praia novamente, e uma ou meia hora depois estariam em casa. Mas, os celulares começaram a parar de dar caixa postal e sim começarem a dar sem serviço. Comecei a ficar mais preocupada ainda quando eu lembrei que o campeonato seria amanhã, às 16h. E, o Lucas sempre precisou de pelo menos treze horas de descanso para algum desses campeonatos de surfe. Liguei para os tios de Fernanda e Jean, perguntei se eles foram para a casa dos dois, ou se pelo menos tinham pegado alguma informação, como fizemos nesses últimos dois dias.

--Eles não te ligaram pedindo nenhuma informação?-- Eu perguntei segurando firme o telefone

--Não, Lua. Eles ligaram uma vez no almoço e não tivemos mais notícia deles. Porque, aconteceu alguma coisa?

--N-não, n-não-- eu coloquei uma das mãos na testa e comecei a suar frio, onde eles poderiam estar? Mas, acima de tudo, eu não queria preocupá-los. Eles poderiam simplesmente ter ido em alguma balada.-- Caramba, me lembrei agora que eles medisseram de uma festa que teriam de virar a noite! Desculpe por preocupar vocês! Vou desligar. Tchau.-- Coloquei a cabeça no travesseiro e me concentrei para dormir, rezando para que às quatro da manhã eles venham me acordar. Eu estava nervosa e minhas mãos suavam. Senti um nó no estomâgo. Onde eles poderiam estar? Será que eles estão bem? E se aconteceu o pior? Pensamentos horripilantes não saiam da minha cabeça e, eu estava à beira do abismo de uma crise de asma. Céus. Como eu precisava da Fernanda agora. Comecei a ficar sem ar e tremer, tossi sem parar e meu peito começou a doer e meu coração a bater mais rápido do que nunca. eus olhos se encheram de lágrimas e minha cabeça latejou. Céus, eu precisava tanto de ajuda. Levantei da cama e fui à minha mala e comecei a procurar meu remédio. No desespero, minhas vistas estavam embaçadas e eu estava agitada, foi quase impossível. Tomei meu remédio e imaginei Fernanda e Nina ali na hora, como elas realmente me ajudariam ali. Usei minha bombinha e tentei me tranquilizar. Seria uma noite longa. Muito longa

Talvez nós estejamos todos perdidosOnde histórias criam vida. Descubra agora