♥ Capitulo 27 ♥

201 18 2
                                    

Lauren POV

Austin: Mãe? - Ele chamou assim que abriu a porta de casa. Não se ouviu barulho nenhum ou qualquer tipo de resposta por isso calculo que estejamos sozinhos em casa. - Vamos para o quarto? - Assenti e fomos até ao seu quarto. Fechei a porta atrás de mim assim que ambos nos encontrávamos dentro da divisão. Ele respirou fundo e virou-se para mim. - Antes de começar eu quero que saibas que isto aconteceu muito antes de te conhecer. - Assenti. - Então, mais ou menos há dois anos, quando ainda andava na minha escola antiga, eu era um dos rapazes mais nerds, eu usava aparelho na altura e mesmo o Trevor sendo o rapaz mais fixe da escola eu era precisamente o contrário, ele só andava comigo por causa da tal cena que te contei. Houve um dia em que ele me levou para trás da escola, depois de as aulas acabarem, e estava lá o seu grupinho de porcaria a fumar e a beber. Ele juntou-se a eles, claro, e, como eu suspeitava, perguntaram-me se eu queria. Como eu era um rapaz melhor que hoje, digamos assim, eu disse que não e comecei a dizer que aquilo fazia mal e que eles também não deviam estar a tomar aquilo. Eles apenas se riram de mim e disseram que, para ser fixe, aquele era o caminho certo. Aquilo ficou gravado na minha cabeça Lauren, a toda a hora e a todo o momento eu ouvia aquela frase vindo de um rapaz qualquer daquele grupo de nojeira. Na semana seguinte eu pedi ao Trevor se podia ir com ele de novo e assim foi, quando cheguei lá pedi um cigarro. Óbvio que na primeira vez é sempre complicado mas, com o tempo, aquilo até nem era mau de todo. No mesmo dia experimentei a minha primeira bebida, cerveja e vodka, acho que sabes no que deu certo? Cheguei a casa podre de bêbado e ainda vomitei no chão da cozinha, o que fez com que a minha mãe tivesse que limpar. Claro que no dia seguinte eu não me levantava da cama por estar todo mocado, a sorte é que era fim-de-semana e por isso não tinha aulas. Passei o dia inteiro na cama e jurei para nunca mais voltar àquele sítio, nem me dar com aquele grupo, ou até mesmo com o Trevor. Mas não foi bem assim, quando voltei à escola o Trevor "obrigou-me" a dar-me com ele. Mostrou-me onde andava metido e sabes o que era? Tráfico de drogas e armas. Ele propôs-me bastante dinheiro Lauren, nem tu imaginas o quanto, por cada arma ou droga que vendia eu ganhava bastante. Por sorte ou por azar a minha mãe estava quase na falência, e pouco tempo antes o meu pai tinha morrido, e, como sabes, o dinheiro da empresa só passava para mim quando tivesse 18 anos, o faltava ainda 2 anos. Por isso eu aceitei, fui burro e aceitei, quer dizer, não fui totalmente burro, eu dava o dinheiro à minha mãe para ajudar a pagar as contas. Mas mais tarde eu usei-o para o tabaco, sabes o que é quando sentes raiva de algo ou de alguém e não tens como te refugiar dela ou até mesmo livrar-te dela? Pois, eu utilizei o tabaco e a bebida para ver se a raiva ia desaparecendo porque foi aí que descobri que o Trevor só era meu amigo por interesse. Assim que tirei o aparelho mudei um pouco o meu visual, não muito, mas o suficiente para as miúdas começarem a atirar-se a mim. Todas as noites eu saída com ele mais o seu estúpido grupinho e íamos para um bar ou discotecas para engatar miúdas. Todas as noites era uma nova. Aquilo que o Trevor te disse de eu violar raparigas era completamente mentira, eu não era capaz de fazer mal a uma rapariga, por mais arrogante que ela posso ser eu não era capaz de lhe bater e tu devias saber isso. Ele sim, o Trevor violava-as e normalmente ele pedia-me ajuda para as engatar, eu ajudava-o mas não sabia que ele as violava, só mais tarde é que vim a saber mas depois aí deixei-me de dar com ele, mais precisamente quando mudei para a nossa escola. Uma das miúdas que eu engatei foi a Kelly. Ficámos muito próximos e ela acabou por entrar para o nosso "gangue". Curtia-mos todas as noites mas ambos sabíamos que não íamos para além daquilo, curtes, não significavam nada acredita. Quando mudei de escola ela mudou de país porque os negócios em que ela estava metida estavam a dar-lhe problemas, digamos assim. Ela chegou a andar na nossa escola, mas, como disse ela depois teve de se ir embora. Mesmo sem ela eu continuava com uma todas as noites e a planear qualquer coisa para mandar o Trevor ao chão, mas não conseguia, ele sabia todos os meus passos e eu não sabia nada dele, nada. Mas quando te conheci Lauren, quando te conhecei pareceu que apagaste todas as porcarias em que me meti. Não havia mais Trevor, mais álcool, mais tabaco, mais festas, mais miúdas, nada. Tu fostes simplesmente a melhor coisa que alguma vez me podia ter acontecido. Eu deixei de beber e de fumar, pelo menos reduzi, quando me comecei a dar contigo. E depois quando nos beijámos pela primeira vez eu soube que tu eras a tal, que era contigo que eu ia conseguir ultrapassar o passado, deixá-lo onde ele pertence, lá atrás, e ser finalmente feliz com alguém que eu amava, e amo, realmente. Mas o estúpido do Trevor tinha que aparecer e estragar tudo. Quando tu foste raptada naquela noite ele pediu-me para voltar a trabalhar para ele e só assim é que ele não te faria mal nenhum. Eu estava desesperado, por isso aceitei. Nos dois meses que estive desaparecido ele não me deixou ver-te ou saber alguma coisa de ti, tive que trabalhar e nem sequer pude aparecer nos locais onde tu ou a tua família costumavam ir, basicamente, não podia sair de sua casa que era onde eu estava instalado. A minha mãe sabia onde eu estava e eu tinha-lhe dito que ia passar um tempo a casa de um amigo porque já não estávamos juntos há muitos anos e então queríamos ficar um com o outro para "matar as saudades" e ela, ingénua como é, deixou-me e assim foi. Se queres saber sim, eu ainda trabalho para ele, mas não tanto, eu exigi regras, não pode ser sempre ele a ganhar certo? - Ele respirou fundo. - Ouve Lauren eu só quero que saibas que tudo o que fiz de errado quando estávamos juntos foi para te proteger daquele canalha. Tu tens de acreditar naquilo que eu estou a dizer. - Ele agarrou nas minhas mãos. - Não vais dizer nada?

Eu: Eu não sei o que dizer... - É impressionante como é que eu ainda não chorei, talvez por já ter chorado demais por ele.

Austin: Por favor não me abandones! - Ele implorou.

Eu: Eu não era capaz de te abandonar... - Confesso e baixo a cabeça. - Eu estou melhor contigo. - Uma lágrima cai-me do olho e eu ganho coragem para olhar para ele.

Como é que alguém pode ser tão perfeito?

♥ I'm Better With You ♥Onde histórias criam vida. Descubra agora