Dois Mundos

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O som das laminas se chocando preenchia o quarto, desviar, atacar, rasgar. Era só isso que eu tinha que fazer. Parei alguns minutos e fui beber agua me curvei e peguei uma jarra de agua em cima do criado-mudo, quando me levantei meu reflexo se refletiu no espelho a minha frente, os cabelos loiros grudados na pele levemente morena, os olhos verdes, a cicatriz no canto da boca pálida, os ombros largos o corpo definido e nu da cintura acima totalmente molhado de suor, as pernas cobertas por um tecido leve e esverdeado. Ergui a jarra deixando a agua escorrer pela minha boca e cair molhando o meu corpo.

- Esta molhando o chão que eu acabei de limpar.

A voz feminina e mais velha soou e eu me virei assustado.

- Quer me matar do coração?! Pela mãe Matil!

Coloquei a mão sob o peito fazendo-a soltar uma gargalhada rouca e então inspirar o ar.

-Uh... Pela mãe Fenix! Que odor!

Levantei os braços revirei os olhos e balançando a cabeça.

- Vamos garoto, banho!

Soltei um riso e fui ate o banheiro tirei minha calça e sentei na banheira com os joelhos recolhidos, Matil entrou e estalou os dedos e agua começou a preencher a banheira, ele se ajoelhou ao meu lado e começou a esfregar meus braços com uma esponja e espuma.

-Falta pouco tempo para o seu aniversario de dezesseis anos.

-Tamlin disse que vai me dar uma nova espada e novas adagas.

- Seu pai?

Ele parou e me encarou com as sobrancelhas erguidas eu assenti voltei a encarar a parede a fazendo soltar um suspiro e continuar a limpar meus braços.

- Sabia que os garotos de fora tem pais e mães ?
- Tamlin diz que isso e inútil, que vai atrapalhar meu objetivo.

Olhei para seus olhos que estavam cheios de lagrimas, ele segurou meu rosto com a mão livre e acariciou.

-O seu objetivo e ser feliz.

-Tam diz, que vou ser feliz quando o sangue dela estiver em mim.

Ela abaixou o rosto e tirou a mão do meu rosto e limpou as lagrimas que escorriam por seu rosto, depois me olhou e disse que já tinha terminado saindo do banheiro e me deixou sozinha com a agua fria.

/LILYANA\

O doce som de Velaris invadiu meus sentidos nos primeiros raios do dia, junto com as vozes dos meus pais, me virei olhando para a janela e depois empurrando as cobertas para baixo. Me levantei descalço e fui ate o banheiro fiz minha higiene matinal e troquei meu pijama por uma roupa mais casual e simples, a camisa negra e de cor preta que cobria meus braços ate os cotovelos e deixava uma parte da barriga a mostra, uma bermuda solta e leve que ia da cintura ate os joelhos. Sai do banheiro a abri a porta do meu quarto descendo ate cozinha da casa e encontrando toda a família junta.

- você e seu péssimo habito de andar descalço.

A voz do meu pai me fez olhar para baixo e colocar mão na testa, eu tinha esquecido de novo os sapatos, me sentei entre ele e meu tio Cassian.

- Bom rhys, pelo menos ela não se esqueceu da cabeça.

Deu uma cotovelada e mostrei a língua o que o fez soltar uma gargalhada rouca.

-Já vai fazer dezesseis anos Ly.

Virei-me para o lado da minha mão e fiz uma carinha de dó, o que a fez rir e depositar um leve beijo em minha testa.

-Mas ainda vai ser minha pequenina.

Sorri e tio az se levantou da mesa afastando o prato e pegando uma maçã.

- tomara que a pequena não se atrase para nosso treinamento.

Assustei-me e lembrei que eu deveria sair da mesa junto com ele para nosso treinamento liliryano, coloquei o máximo de comida na boca e sai correndo atrás dele antes de ouvir meu pai rindo.

-Az! Tio me espera.

Corri ate o alcançar ofegante estávamos indo para o ringue que tínhamos na casa de vento e ele ainda andava concentrado.

- Tio, o que foi?
Ele parou e começou a encarar as montanhas.

- Tenho uma questão a dezesseis anos, e ainda não consegui resolve-la.

- Dezesseis? O que? Pode confiar em mim, somos melhores amigos de espada.

Sorri e ele meu olhou e retribui o gesto.

- Para você eu posso ser sincera, a dezesseis anos a esposa de Tamlin passou nove meses sem ser vista ou ouvida e então morreu depois desse tempo.

Seu olhar ficou preocupado e depois confuso abrimos as asas e antes de voarmos eu respondi.

-Um filho.

Nascidos Para MatarWhere stories live. Discover now