Nascidos Para Matar

indrestutiveis

Não me serve. A palavra ecoava em minha cabeça diversas vezes. Não e meu filho. Se aquela maldita garota não tivesse nascido, eu não teria que viver assim, meu pai não seria assim, nos seriamos felizes, eu poderia sair desse quarto e conhecer o resto do mundo. Maldita, maldita, maldita. Vai pagar, ela vai pagar, pagar por cada coisa que me fez passar, por apenas nascer.

Sai da cama e fui em direção ao meu armário de espadas, abri a porta e peguei a minha mais nova espada. Cabo de madeira negra com rosas entalhadas, a lamina prata com desenhos de espinhos. A espada de minha corte. Fui em direção ao boneco de madeira, a segurei com as duas e mãos e passei pela pescoço fazendo um corte extremamente fundo, passei novamente só que dessa vez nos braços, passei de novo nos joelhos , e por fim, no meio de seu peito, fazendo com que as outras partes se desgrudassem e caíssem, só a minha espada que atravessou a madeira e despontou do outro lado. Fui em direção ao mapa e comecei a estudar, cada centímetro, a cidade onde ela morava já fora revelado algumas vezes, e por mais que estivesse protegida, eu daria um jeito de entrar nela. Eu tinha estudado cada mínimo detalhe, e tinha fortalecido as barreiras de minha mente, nada iria me impedir. Nada.

/LILYANA\

Eu tinha me trancado dentro do quarto, e talvez minha família fosse compreensível o suficiente para saber que eu queria ficar sozinha, tudo o que estava acontecendo nos últimos dias, tinha sido muito difícil, os grãos senhores queriam um prova de que um dia eu conseguiria governar, e a Corte Dos Pesadelos, eles também estavam ficando inquietos e ansiosos pela minha presença, era esperado que eu governasse como meu pai e minha mãe, mas, eu não gostava daquele lugar, eu queria governar, mas, não daquela maneira, eu queria que eles conhecessem a Lilyana das estrelas, a sonhadora que sentava no telhado, sozinha para sonhar, que dançava nas ruas de Velaris junto com as crianças, que deitava nos tapetes da biblioteca para ler, que tinha medo de ter amigos e sonhava além das fronteiras.

Observei a porta mais uma vez, antes de abrir uma passagem secreta atrás do meu armário e subir uma escada ate o telhado, me sentei em cima das telhas e inclinei a cabeça para olhar as estrelas, deixei que algumas lagrimas rolassem pelo rosto, meus ancestrais deviam ter vergonha de mim, uma guerreira lilyriana, nada a mais que isso, uma que devia morrer na linha de frente. Eu tinha coragem e não a usava, eu tinha sonhos e não os realizava, e as vezes eu perguntava se alguém no mundo era feito para mim, e tinha pena dessa pessoa. Abaixei a cabeça e fiquei em pé, abri as asas e decolei para cima, batidas firmes e fortes que me impulsionavam para cima, ate atravessar as nuvens e parar, com batidas leves eu me mantinha em parada, inspirei o ar fresco da li de cima e comecei a dar piruetas pelas nuvens, fechava as asas em volta do corpo e girava, as abrias e planava. Ate que ouvi um bater de asas perto de mim e me posicionar, ate ver uma figura negra a poucos metros de distancia, apertei mais um pouco as vistas e pude ver as sombras em volta de si, não conhecia muitas pessoas que eram encantadoras de sombras, a não ser...

-Azriel?

Ele se aproximou mais e acenou com a mão.

-Queria me matar do coração?!

-Bom , estávamos todos preocupados quando não apareceu no jantar de hoje.

- Perdi a hora.

Ele se aproximou ficando de frente para mim e levantou as sobrancelhas cruzando os braços.

-Perdeu a hora?

-Sim, não vi o tempo passar.

-So por que perdeu a hora?

Abracei-me e disse olhando para o lado.

-Não... Só não estava disposta.

-Não e sua forma de resolver problemas, digo, sair batendo os pés.

-Já disse, não estou disposta.

-Fui sincero hoje com você, sua vez de ser sincera comigo.

Suspirei e olhei para ele. Muitos temiam tio Az por ser tão misterioso, mas ele era um ótimo ouvinte.

-O que e esse agora de que vocês temem tanto?

-Estão ameaçando sua segurança.

Revirei os olhos e gesticulei com as mãos para que ele continuasse.

-para ser mais sincero, acho que é algo mais como cuidem bem da sua princesinha, nunca se sabe.

-Princesinha?

- Seus pais acham que e alguém da corte dos pesadelos, então estávamos planejando uma visita sua para lá.

- E por isso que vocês estão tão apreensivos?

- Já faz tempo dês que nos visitamos eles.

Suspirei e soltei os braços ao longo do corpo, mas tive uma ideia. Eu já estava cansada de ser a princesinha a ser protegida.

-Tio? Como vai nosso amigo Bryaxis?

- No que esta pensando?

-Quero conversar com ele.