Faça-me enxergar...

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É fácil despertar quando se está sem sono quando adormece, foi o que aconteceu comigo logo que o garoto levantou da cama, eu não me mexi para indicar a ele, que eu estava acordado, mas pude ver que ele tirou a maldita máscara por um momento e a deixou sobre a pia do banheiro, ao qual tenho visão limitada, por isso, não consigo ver o rosto da criatura ao colocar a máscara novamente. Me aquieto novamente, imaginando como minha família deve estar com o meu sumiço.

Nunca fui do tipo de sumir por tantos dias, tirando a curtição da época da faculdade, era algo normal e eu nunca fui de dar motivos à ninguém para me chamarem de irresponsável. Aliás, eu era considerado o “velho” da turminha dos garotos, por sempre estar mais sóbrio do que eles e, muitas vezes, acompanhar alguns até em casa. Tenho me lembrar de alguém que tenha entregado algum sinal de que gostasse de mim, algum menino... Mas creio não ser tão fácil quanto imagino e desejo, é difícil prestar atenção no mesmo sexo quando não se têm interesse nessas coisas.

Sem aguentar mais ficar deitado, eu me sento, Minnie logo aparece com uma bandeja e se senta na cama. Nos olhamos por alguns segundos, os olhos castanhos me analisam e logo parece se lembrar de que estou acorrentado e não posso me alimentar sem que ele me dê algo na boca. É o que ele faz. O café da manhã é baseado em salada de frutas, três pães feitos na chapa e um copo grande de fortificante, com proteínas básicas e eu reconheço a marca da vitaminas, comprovando que ele me conhece como havia dito antes. O meu café da manhã costuma ser bem reforçado, além de tomar conta da Academia, preciso cuidar do meu visual para as sessões de fotografias de algumas marcas, acabei me acostumando com esse estilo de vida sem perceber. Mas alguém percebeu. Isso me faz imaginar as coisas que esse garoto não fez para estar aqui, fazendo isso, me mantendo aqui, porque, abrir mão da própria vida e se arriscar a isso, não é para qualquer um.

— Você tem família? — pergunto chamando a atenção dele pra mim. Ele apenas balança a cabeça, negando. — O que aconteceu?

— Acidente. — ele se limita a falar sobre, assim como evita olhar pra mim. Entendo que o assunto possa mexer com o sentimental dele, então, apenas respeito.

— O que você faz da vida, Minnie?

— Por que quer saber sobre mim? Até ontem você estava bravo comigo, eu não entendo.

— Tenho curiosidade em saber que de tantas outras coisas que você poderia estar fazendo, até mesmo sendo um ajudante da minha academia, optou por gastar o tempo comigo. Isso é realmente curioso. — exponho minha opinião e ele sorri.

— Não há nada que eu mais queira na vida, do que estar aqui com você, Hyunwoo, e isso é algo que você nunca vai conseguir entender. Nem mesmo pela criatura com quem você namora, sabe que ela não faria algo desse tipo por você e, eu realmente não entendo como duas pessoas tão completamente distintas, puderam ficar juntas, como vocês.

— E, você tem alguma outra pessoa melhor em mente?

— Uma que te ame realmente, talvez? — ele volta a me olhar. — No mínimo, que te dê o devido valor, e você sabe do que eu estou falando.

— E... Essa pessoa seria... Você? — testo o garoto e ele percebe.

— Eu não iria tão longe, Hyunwoo. Você é do tipo de homem que tem a masculinidade frágil, se beijar alguém do mesmo sexo, seria o fim do mundo, um apocalipse aconteceria, tudo isso porque você tem medo de gostar. — ele entra no meu teste, já que estamos sendo sinceros um com o outro, mas, de alguma forma, eu me sinto diferente com o rumo da conversa. — Eu fico me perguntando se, isso se dá ao fato de que teve uma criação tradicional e difícil ou se é por ter um interesse encubado, mas não quer admitir, pois seria o infortúnio.

O seqüestro - ×ShowHyuk×Onde histórias criam vida. Descubra agora