Lara percebe que Guilherme ainda está parado com os contratos a mão e atravessa a sala até ele, apanha os papéis com cuidado e agarra o braço do homem o forçando a sair da sala, pois deviam limpar o local.
—O que está fazendo?! - Hally chama atenção da loira que eleva seu indicador pedindo um minuto e analiza o contrato, mas quando seus olhos atingem a assinatura, algo dentro dela começa a ficar agitado, fitou a sala logo atrás com vidros espalhados até a porta, que agora estava recebendo a equipe de limpeza. —Lara! - então sente a empresária tocar seu braço.
—Só estava avaliando o contrato! - devolve os papéis para Guilherme com um sorriso que Hally conhecia bem, mas não comentou, pois sabia como Lara se portava quando montava um caso mentalmente e em silêncio absoluto. —Já que não iremos conhecer o tal senhor White, podemos almoçar? Estou faminta! - a amiga concorda dando risada pela cara que a mulher fez.
—Posso me juntar a vocês?! - a voz de Guilherme fez Hally sorrir de imediato, mas Lara fecha a cara e o homem sente suas bochechas tremerem com o que viu. —Okay, Lara! - sua voz grossa mostra ter recebido o recado, e a morena se volta para a mulher que estava com um olhar de poucos amigos pelo convite do homem.
—Fica para a próxima, Guilherme! - a empresária sorri tentando amenizar o estrago feito, caminha sendo acompanhada pela loira que se junta a ela a frente do elevador enquanto esperavam e sente o olhar de Hally queimá-la. —Coitado, Lara! Ele só queria companhia para o almoço! - Lara revira os olhos ao adentram o elevador que se fecha rapidamente.
—Quero almoçar com você somente! - tenta disfarçar. —É pecado querer almoçar com a melhor amiga?! - cruza os braços e bate o pé rapidamente fazendo a morena fitar o chão pelo movimento.
—Você está gostando dele, não é? - a pergunta fez o movimento constante parar e Lara fica vermelha igual pimentão deixando Hally com uma cara de surpresa e logo dá um grito de felicidade junto a uma dança desengonçada, porém a porta abre e as pessoas as fitam pelo som feito pela empresária que se recompõe rapidamente, e sorri coçando a nuca como se nada tivesse acontecido.
Lara sente suas bochechas coradas e a vergonha a atinge em dobro pela cena que Hally havia proporcionado de graça, então rapidamente devolvem o crachá e fogem da empresa, pois a vermelhidão no rosto era comum entre as duas e adentram o veículo, fazendo o silêncio se instalar instantaneamente.
A empresária conhecia a loira e sabia que nos últimos anos não havia se envolvido com ninguém por querer seguir a carreira de advogada, ela se focou e nem quando os mais esbeltos estudantes da sala dela ou até mesmo professores davam em cima, negava. Se afastou de todos os homens que tentavam uma aproximação e no máximo tinha contato com o sexo oposto em trabalhos obrigatórios de grupo, tribunais, Edvar, capatazes da fazenda Sanders e Guilherme, que foi o único com quem ela tinha contato constante.
Por essa razão a morena desconfiou de algo quando a loira negou o pedido do almoço, pois já haviam almoçado altas vezes e sairam sozinhos por trabalhos que ela precisava de uma mão e por ele ser advogado a mais tempo, a ajudou ter suas melhores notas e aprendeu francês com o sócio.
Logo que chegaram ao restarante, pediram o prato do dia e Hally não parava de encarar a loira que arqueou uma sobrancelha com a cara fechada.
—Pare de me encarar, Merlinda! - a morena abre seu sorriso lentamente, e se apoia com os braços acima da mesa.
—Ter segredos entre nós é pecado capital! - a mulher dita uma das regras que elas estipularam e Lara revira os olhos, mas então arregala nos segundos seguintes se lembrando de algo e sorri deixando a morena confusa.
—Obrigar a outra falar algo para o que não está pronta, é término de amizade! - Hally solta o corpo sobre a mesa não acreditando que ela havia jogado contra, daquela maneira. —Você é amiga de uma advogada, Hally! Não tem chances! - rebate elevando o olhar para o garçon e as duas se afastam esperando o prato ser servido.
—Eu criei essa regra para minhas crises, Lara! - Hally apanha o saleiros para temperar a sala, e logo está com os talheres em mãos enquanto vê sua amiga cortar o bife que tomava conta de metade do seu prato branco de porcelana.
—Nunca achei que essa regra iria se encaixar na minha vida?! - a mulher argumenta colocando uma garfada com o pedaço da carne e logo coloca o arroz e feijão.
Hally arqueia uma sobrancelha ao ver que o assunto estava finalizado e sabia que não conseguiria tirar nada dela.
Ainda.
A porta do restaurante se abre e os olhos de Lara se atentam a pessoa, Hally está de costas para a entrada do local, o que a faz atuar para não dar bandeira, sua amiga estava atenta ao seu almoço e pensava na próxima reunião que tinha. A loira analisou que o homem que acabava de entrar se sentou perto a saída, pediu o prato do dia sem a carne deixando claro que todas as exigências eram iguais a de Hally, e quando o garçon se retirou a advogada se engasgou com o que viu.
Todos do local se atentam a ela que tossia para tirar o arroz que se prendeu na garganta e isso chamou a atenção do cliente que estava sendo observado, que fecha o punho enfaixado de gaze e em segundos se levanta saindo do restaurante como se estivesse fugindo delas, ocasionando em Lara se recuperar em segundos, e se levanta correndo, deixando Hally confusa com o que estava acontecendo para ela agir daquela maneira.
A advogada abre a porta e vê o homem acelerar em sua moto potente deixando-a intrigada.
—O que aconteceu?! - Hally consegue alcança-la, e a toca no ombro vendo que a mulher fitava a moto virar a esquina e sumir de seu campo de visão. —Lara, o que houve?! - a morena a vira fazendo-a olha-la nos olhos.
—O senhor White estava aqui! - seu comentário fez os olhos escuros da empresária se levar na direção que viu uma moto acelerar com potência máxima e sumir. —Era ele na moto! - as duas fitam por alguns segundos a direção e se olham logo depois. —Vou investigar tudo sobre esse cara! - Lara apanha seu celular já jogando-o na orelha, e Hally a conduz de volta ao local sendo observadas por todos que a pouco viram a agitação das duas. Porém eram acostumados, pois onde a dupla estava, era confusão na certa, e não era somente por uma delas, mas as duas pareciam atrair confusão por onde passavam.
Enquanto Lara alternava entre seu celular e seu prato que mesmo frio ela continuava a comer sem se incomodar, Hally mandou uma mensagem para sua secretária pessoal e pediu que mandasse seu sistema operacional da empresa procurar tudo sobre o homem.
Logo elas terminaram o almoço e Lara anunciou que ficaria por ali mesmo, pois necessitava resolver um assunto pendente, e depois iria para casa. Hally se jogou para dentro do carro e voltou para a empresa, passou as próximas seis horas enfurnada com papéis e projetos de um armamento novo que seria distribuído, até que um pedido em especial para a Noruega lhe chama atenção.
Suas mãos puxaram os papéis e analizou o contrato se supreendendo que sua empresa estava exportando armas químicas a mais de quatro anos, a deixando intrigada de como não tinha conhecimento daquilo, e rapidamente apertou o botão de seu telefone chamando sua secretária e conselheira após se formar em administração.
—Pois não, senhora Hunter! - a mulher adentra o local rapidamente e se coloca a frente de Hally que não tirava os olhos do papel.
—O que vê escrito nesse contrato... - os papéis são passados para a mão de Liandra que apanha e começa a ler com velocidade elevando suas sobrancelhas.
—Armas químicas transportadas para a Noruega e isso vem acontecendo a mais de quatro anos! - a menina se surpreende com sua própria fala.
—Eu assinei isso?! - a mulher eleva seus olhos para a empresária e nega, pois conhecia cada contrato assinado, principalmente por serem poucos. —Agora procura pelo campo de assinaturas... - a mulher volta a observar as folhas e as folheiam quando algo cai na mesa fazendo a presidente ficar curiosa e apanha o que parecia ser papel, trazendo para si.
Seus dedos viram o pequeno e amarelo papel e seus olhos atingem um recado em letras miúdas, mas que a faz se levantar com velocidade.
—CHAME LARA, AGORA! - Liandra não se prestou a querer saber o que continha ali, somente correu para fora da sala e discou os três números que somente eram usados para emergências, pois a última vez que precisaram, foi quando tentaram matar Hally com uma bomba implantada dentro do elevador, e se não fosse pela loira, o prédio teria ido pelos ares.
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Sou fã de Lara e o poder de Hally!!Bjs
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Sr. White por engano (ou não) - Livro II
RomansEla seguiu em frente Ele voltou do passado Ela superou sua perda Ele não se lembra dela Ela o amou Ele a odeia Ela se sacrificou Ele não soube como reagir! -Eu te amo! - sussurra, ele enfraquece suas mãos em seu pescoço com aquela frase, a de...