Capítulo 8

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Eu estava voltando da minha terceira viagem ao banheiro, pensando que meu nariz não poderia estar menos brilhante e feliz por banheiros públicos já não serem um mal necessário para mim, quando um grito me fez virar a cabeça.

― Me solta!

Mesmo acima da música e dos outros ruídos, as palavras eram distintas. Me virei e fui em direção à fonte daquele grito, percebendo que vinha das cabines no canto mais distante, onde encontrei Lauren pela primeira vez. Um grupo de vampiros reunidos em círculo, de costas para mim. Eles tinham alguém no meio deles, e a julgar por aqueles sons, quem quer que fosse não estava feliz.

―Tire suas mãos de mim! - Veio outro grito, muito agudo para eu poder dizer se reconhecia quem estava falando.

― Você conhece as regras. Leve essa coisa para fora das instalações. -O DJ vociferou. Percebi que ele não parecia muito preocupado com o que aconteceria depois daquilo.

Alcancei os vampiros assim que eles empurraram o homem, que estava gritando, para fora do meu campo de visão. Pelo som frenético de batidas dentro de seu peito, ele era humano.

― O que está acontecendo, pessoal? - Minha voz era casual e eu mantive minhas mãos longe da prata presa à parte superior das minhas costas. Afinal, eu tinha prometido a Verses que não quebraria suas regras dessa vez.

Um dos vampiros me olhou de forma hostil.

― Não é da sua conta.

Lauren entrou na área, obviamente por ter escutado a interrupção e o meu envolvimento nela. Ela sorriu para o grupo de vampiros, mas não foi o que os fez parar para lhe dar plena atenção. Foi o poder que Lauren emanava quando ela deixou seus escudos caírem e todo o peso da sua aura explodiu como um gêiser, agitando o ar em torno dela como correntes invisíveis.

― Acredito que minha esposa lhe fez uma pergunta. - Ela fez a observação em um tom, aparentemente, de calma.

Isso era tão ridículo da minha parte, mas as expressões de desconfiança que se instalaram em seus rostos me fizeram morder a bochecha para não rir.

Apenas ter vários dos seus amigos ao redor não significa que você tenha a melhor mão, hein, meninos?

― O humano é um espião. - Aquele que foi brusco comigo falou para Lauren de uma forma muito mais respeitosa. ― Eu o vi vindo aqui antes, fazendo perguntas sobre nossa espécie... agora o pegamos tirando fotos. Você sabe que não podemos ter isso.

Eu ainda não podia vê-lo atrás da parede de vampiros, mas eu estava apostando que esse era o repórter que estávamos procurando. E assim que eles o levassem para fora das instalações, ele estava na merda.

Vampiros e ghouls fariam qualquer coisa para garantir que todos, exceto alguns poucos humanos selecionados, alegremente desconhecessem que dividem o planeta com criaturas que deviam ser um mito.

― Dê ele para mim. - Eu disse, pensando rápido. ― Vou limpar sua mente e destruir todo o seu equipamento. Sem danos, sem infrações.

― Mas estou com fome. - -Um deles protestou.

Ah sim, o controle de danos que pretendiam era muito mais permanente.

― Muitas pessoas aqui ficariam felizes em ajudá-los com isso, mas você não vai levá-lo. - Eu disse, minhas palavras suaves, mas de aço.

O aparente líder do grupo me ignorou quando puxou um cigarro, o enfiando entre os dentes.

― Não há necessidade de lutar. Você o quer? Vou negociar. - Ele disse para Lauren.

Night Huntress Vol #5Onde histórias criam vida. Descubra agora