Capítulo 12

1.2K 132 39
                                    


O hotel Ritz-Carlton estava localizado muito próximo do French Quarter, de frente para a Canal Street. Seu exterior era uma bela combinação de arquitetura moderna e da influência do velho-estilo do Sul, com gesso branco e gárgulas esculpidas em forma de leão adornando o edifício. Quando nós fizemos o check-in, os atendentes foram educados a ponto de subserviência, me fazendo querer dizer a eles para relaxar, eu não era tão difícil de agradar. Apenas quando estive na casa de Vlad eu tive a minha bunda tão completamente beijada, e a administração aqui não tem uma reputação por expressar descontentamento com o seu povo empalando-os com longas varas de madeira. Pelo menos, não que eu saiba.

Uma vez dentro do elevador que conduz ao nosso andar, porém, eu entendi o motivo da gentileza extrema dos funcionários. Se a mulher coberta de pele ao meu lado tivesse o nariz mais empinado, pegaria a doença da altitude, e sério, quem usava um casaco de pele comprido durante o verão, afinal? O homem com ela, seu marido, eu deduzi pelos seus anéis combinados, também parecia ter uma vara permanentemente fixada na bunda. Ela me deu um olhar frio, seu olhar percorrendo sobre meu cabelo açoitado pelo vento e aparência um pouco relaxada com um desdém que me levou diretamente de volta aos meus dias como uma desclassificada de cidade pequena. Hey, por vir direto de Chicago a Nova Orleans em uma moto, eu parecia muito malditamente bem. Nem um inseto nos meus dentes ou outra coisa.

Um leve fungado a acompanhou enquanto se afastava para sussurrar.

― A clientela aqui parece ter caído. - O marido disse alto o suficiente para que mesmo sem audição sobrenatural, eu a teria ouvido. Meus dentes rangeram quando eu me lembrei que a hipnotizar para fazê-la crer que a bunda dela tinha crescido cinco tamanhos não era uma coisa madura a se fazer.

As portas do elevador abriram no momento seguinte, agradecidamente no andar do casal. Enquanto eles saíam, Lauren deu ao marido um sorriso afável.

― Ela está transando com o encanador toda quinta-feira enquanto você está no clube. Você realmente pensou que seu banheiro precisava de reparos quatro vezes no mês passado?

A mulher soltou uma arfada chocada ao mesmo tempo em que o rosto do marido ficava corado.

― Você me disse que ele estava colocando o cano, Lucinda!

Lauren resmungou.

― Você está certo, companheiro. Só não é no encanamento convencional.

As portas fecharam ao mesmo tempo em que a mulher começou a soltar uma negação indignada, mas pouco convincente. Meu queixo caído ainda balançava com todo o diálogo.

― Lauren! - Eu finalmente consegui dizer.

― Entreguei a vagabunda exatamente pelo que ela estava pensando sobre você, e ele não era melhor. - Foi sua resposta sem arrependimento. ― Agora eles terão algo a mais para ocupar o tempo deles além de olhar para as pessoas com desprezo.

Parte de mim estava horrorizada pelo que ela tinha feito, enquanto que a outra, a parte menos caridosa gargalhava descaradamente. Deus, o olhar no rosto daquela mulher! Ela tinha sido rebaixada de acordo com toda sua expressão arrogante anterior.

― Não é como se eu tivesse partido o coração de algum sujeito inocente, tampouco. - Lauren continuou. ― Ele está transando com a advogada dele. Os dois se merecem.

― Isso só reforça a minha opinião que eu não quero poderes de ler a mente. - Eu disse, balançando minha cabeça. ― Eu não preciso entender coisas como o que vem da cabeça das outras pessoas.

As portas do elevador se abriram de novo, no nosso andar dessa vez. A mão de Lauren tocava levemente nas minhas costas enquanto nós andávamos até nosso quarto. Uma vez lá dentro, meu queixo caiu novamente. Este não era um quarto de hotel; era do tamanho de uma casa. Olhei lentamente para o piso deslumbrante de madeira, tapetes orientais, o elegante mobiliário antigo, uma sala de jantar completa com lustre de cristal, a sala familiar ornamentada com uma lareira dourada, portas de vidro do chão ao teto que proporcionavam a vista do rio Mississipi e do pátio ao ar livre e eu ainda não tinha chegado ao quarto. A outra vez que vim à Nova Orleans, nós ficamos na casa da Lauren no Quarter, mas sabíamos que seria o primeiro lugar que alguém procuraria por nós, então fazer o check- in em um hotel parecia mais seguro. Apesar de muito mais caro, julgando por todas as decorações à minha volta.

Night Huntress Vol #5Onde histórias criam vida. Descubra agora