23 - A vergonha

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~ Bruno ~

Eu estava vendo aquela cena, meio espantado e meio encantado, não sabia qual sentimento meu cérebro dava prioridade. Rodrigo dançava sensualmente em cima daquele palco, jogando whisque no seu corpo, colocando a mão no seu volume e fazendo alguns movimentos exóticos. Tudo bem hétero.

Todos estavam maravilhados com aquela cena, gritavam, tentavam tocá-lo e até jogar dinheiro no palco. Eu só estava olhando e rindo de vez enquando.

Ele me viu no meio da multidão e fez sinal com a mão para que eu subisse no palco com ele. Mas eu balancei a cabeça negativamente. Meus amigos insistiam para que eu fosse, mas acabei não indo. Não ia passar aquela vergonha.

Depois de uns trinta minutos de show, Rodrigo desceu do palco, vestiu sua roupa e ficou cercado de homens e mulheres.

Eu dancei mais um pouco, e quando deu 2:45 da madrugada eu e meus amigos decidimos ir embora. Chamamos um Uber e dividimos a corrida.

Eu cheguei tão cansado em casa que só tirei a roupa e dormi. Acordei de manhã com meu celular despertando. Decidi não ir à escola, aliás, eu já tinha passado e só estava esperando chegar o dia da formatura.

À tarde, quando eu cheguei na empresa, todos estavam vendo algo no celular boquiabertos. Amanda, uma funcionária do RH, veio correndo falar comigo.

- Amigo, você viu que babado. - ela me deu o celular dela sem eu ter a oportunidade de falar.

Eu vi o vídeo do Rodrigo dançando na festa.

- Nossa amiga, mas você sabe quem é ele ? Aliás, ele está mascarado né ? - Fingi não saber de nada.

- Não migo, ninguém sabe. Mas todos nós queremos saber, aliás, olha que corpo né ? É lindo demais. Sem contar outras coisas também né. - ela disse com uma cara de safada.

Eu comecei a rir e fui pra sala de Rodrigo.

Quando ele chegou, ele me pediu um café, pois estava de ressaca.

- Obrigado - ele agradeceu quando eu lhe entreguei o café. - você não está de ressaca ? Você bebeu bem mais que eu ontem à noite.

Eu comecei a rir.

- É porque eu sou acostumado a beber, já você pelo visto não né ? Uma bebida já fez você dançar só de cueca no palco, imagino o que você faria se bebesse pra valer. - ele engasgou.

- O que ? - ele ficou desesperado, ele estava branco.

- Tudo bem ? Ta mais branco que uma vela.

- Como assim dancei só de cueca ?

- É, você subiu no palco e começou a tirar a roupa e a dançar. Tem até um vídeo.

- Tem o que Bruno ? - ele estava cada vez mais exasperado.

- Relaxa, você estava mascarado, ninguém sabe que é você.

Eu mostrei o vídeo pra ele.

- Não sabem quem é ainda. Mas logo logo vão descobrir. Droga - ele esmurrou a mesa.

- Calma, não vão descobrir, tinha muitas pessoas naquela festa. E ninguém vai pensar que o gogo boy da balada é o maior empresário do Brasil.

- É, tem razão. Mas eu ainda to preocupado... E arrependido... Como eu cheguei a este ponto ? - Ele colocou a mão na cabeça.

- Isso acontece, todo mundo já passou alguma vergonha na vida. Coloca a culpa na bebida. - eu me retirei, mas antes de eu sair eu olhei pra ele e disse - Só não deixa sua mulher descobrir, ela não vai querer saber se foi a bebida ou não. - disse e saí da sala.

*

No final da tarde, eu fui tomar café. Coloquei a cafeteira para fazer sua função e me virei para pegar pão na mesa, mas o que vejo é Rodrigo parado atrás de mim.

- Você aparece assim atrás de todo mundo ? Porque parece que você adora assustar os outros com sua presença inesperada. - disse num tom de sarcasmo.

- Não, faço isso apenas com quem mexe com meus sentimentos. Ah, falando nisso, o que quis dizer com " minha mulher " hoje mais cedo ? - ele fez aspas com as mãos quando se referiu a minha mulher.

Eu apenas ri e me virei pra pegar o café que já estava pronto.

- Tenho algumas coisas para fazer, até mais tarde Rodrigo. E não se esquece da viagem amanhã para...

- Para. Bruno, para de mudar de assunto e me responde o que perguntei. - ele me interrompeu, e estava falando sério.

- Não é nada RO... Rodrigo. - eu fui em direção à porta. Ele me puxou pelo braço.

- Nada ? Primeiro a gente se beija, você fica todo mole comigo, depois não fala mais comigo e agora fala que não é nada ? O que que ta acontecendo Bruno ?

- O que que ta acontecendo ? - eu coloquei meu café na mesa com força - você que me beijou, mexeu com meus sentimentos, recebeu uma ligação, me disse para ir embora sem me dar explicação, não que eu mereça explicação, mas seria bom você mandar uma mensagem ou ligar para dizer que estava bem. Depois disso, some de todas as maneiras, e quando eu vou na sua casa, uma mulher semi-nua aparece na porta para me atender. O que você quer que eu faça ? Que eu fique te agradando ?

Ele começou a rir, a rir tão alto que estava chamando atenção dos outros funcionários.

- Do que você está rindo ? Quer saber, não me fala, isso não me importa. - peguei o café e joguei no lixo, pois já estava até frio, e saí de onde estávamos.

Quando eu estava no meio do corredor, ouço Rodrigo gritar.

- Aquela mulher, era minha irmã. Não precisa ficar com ciúmes Bruninho. - ele disse rindo.

Olho pra trás assustado com o que ele disse e vejo que todos estão olhando para mim. Fico sem reação, então viro as costas e saio correndo.

Pessoal, vi que tem alguns erros na história e peço perdão por isso. Assim que der, vou arrumar.
Obrigado pelo carinho gente... Rumo à 9 k... Amo vocês ❤️❤️❤️
Obs: As fotos da capa não são os personagens.

Meu ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora