~ Bruno ~
- Bruno ? - Acordo com o Rodrigo me gritando. - Bruno ? - Ele abre a porta e acende a luz, fazendo minha vista doer até se acostumar com a luz.
- Que horas são Rodrigo ? - digo cobrindo a cabeça.
- São exatamente 07:10 - ele se joga na minha cama.
- Sabia que posso te processar por invasão de privacidade né ?
- Não pode não porque sou seu namorado.
- Espera aí, como você entrou aqui ?
- Pela chaminé. Igual o papai noel porém mais gostoso.
- Que engraçado. - lhe dei um soquinho de leve. - Mas é sério, me lembro de trancar a porta.
- Digamos que... Você não vai ficar com raiva não né ? - me sentei na cama.
- O que você fez Rodrigo ?
- Tirei uma cópia da sua chave escondido.
- O que ? - Me altero um pouco.
- É pro caso de eu querer fazer uma surpresa pra você aqui e não ter que pedir a chave e atrapalhar toda surpresa. Entendeu ?
- Não. Não entendi e não gostei.
- Me desculpa. Prometo compensar você hoje a noite.
- Como assim ? O que vamos fazer hoje a noite ?
- É surpresa. - ele diz sorrindo e levanta da cama. - Vai tomar um banho que eu faço o café.
*
Rodrigo estava dirigindo há duas horas e ainda não tinha me contado para onde estávamos indo.
- Tudo bem ?
- Tudo. Porque a pergunta ?
- Você parece estar nervoso Rodrigo.
- Não. To de boa. Porque acha isso ?
- Sei lá. Você está com as mãos suando e secando elas na calça a cada dois minutos. Sem dizer que está quieto e não me olha desde saímos de casa.
- Paranóia sua. - E a conversa parou aí, decidi ficar em silêncio também.
*
Durante o resto do percurso, nenhum de nós disse uma única palavra.
- Chegamos. - ele me olhou e colocou sua não sobre a minha. - Olha, me desculpa alguma coisa. Não quero que fique chateado comigo. Não hoje.
- Não estou chateado, só te deixei pensar em paz. Esta tudo bem. - sorri calorosamente à ele e lhe dei um beijo.
Nós estávamos em uma chácara, bem distante da cidade, era um lugar calmo, tranquilo e relaxante.
Era um lugar simples porém, aconchegante.Saímos do carro e caminhamos lentamente até a casa. Quando nos aproximamos, eu ouvi vozes vindo de dentro da casa.
- Quem está aí? - perguntei ao Rodrigo.
- Pessoas... - ele zombou de mim.
- Que engraçadinho.
- Convidei algumas pessoas para almoçar com a gente. Espero que não se importe.
- Tudo bem. Só me avisa na próxima. - dou um sorriso tranquilizando ele.
A cozinha estava cheia de pessoas que eu não conhecia. Presumo que fosse amigos do Rodrigo.
- Bruno, meu amor. - a mãe de Rodrigo me abraçou e me deu um beijo na bochecha.
- Ah... Oi. - disse surpreso. Ainda estava me acostumando com toda aquela gentileza.
- Pessoal - Ela falou alto para chamar a atenção de todos. - Quero apresentar a vocês o Bruninho, o futuro Black.
- Mãe, eu estava te procurando em todo lugar. Você está bêbada? Agora tá explicado por que não fecha a boca.
- O que ela quis dizer com "futuro..." e desde quando ela me chama de Bruninho? - Cochichei a ele, que deu de ombros antes de sair abraçado a mãe dele em direção a cozinha.
Algumas pessoas que eu não conhecia vieram se apresentar: amigos e parentes de Rodrigo.
Depois de muita conversa, muitas fotos de Rodrigo bebê, eu olhei pela janela e vi que Selena e Caio estavam caminhando até a entrada da casa.- Me deem licença. - Me levantei e fui até a porta de encontro com eles.
- Ah que bom que vieram. - Eu os abracei.
- Tá tão ruim assim? Se quiser a gente entra no meu carro e dá o fora daqui.
- Não. É que eu já estava sem assunto. Eu estava me sentindo um intruso aqui. Vamos entrar, a casa não é minha mas fiquem a vontade. Aliás, obrigado pela sugestão Caio, e pelo apoio também. - Sorri pra ele.
- Se precisar a oferta ainda está de pé. - Ele sorriu de volta.
*
A comida está ótima, e o clima familiar melhor ainda. Eu estava vendo aquelas pessoas reunidas na mesa e lembrando da minha mãe. Eu jantava com ela todos os dias, contávamos como foi nosso dia e depois assistíamos TV antes de dormir.
Senti alguém me chutar por debaixo da mesa. Olhei pro lado e vi que Selena estava me dando sinal, olhei para onde os olhos dela estavam fixos e percebi que estavam todos me olhando.
- Me desculpa, o que? - Perguntei olhando para todos, pois não sabia quem tinha falado comigo.
- Eu disse que queria ter tido a oportunidade de conhecer sua mãe. Rodrigo fala muito bem dela e imagino que herdou todo esse encanto dela.
- Ah, sim. Ela me ensinou tudo o que sou hoje. Se me deem licença, tenho que ir ao banheiro. - Levantei e subi as escadas em direção ao cômodo.
Assim que entrei, tranquei a porta, sentei no chão e comecei a chorar. Eu estava segurando minhas lágrimas com tanta força lá na mesa pra não estragar o clima maravilhoso, mas não consegui contê-las quando citaram a minha mãe.- Bruno? Tudo bem aí? - Ouço Selena bater na porta.
- Tudo. - Me levanto, lavo o rosto e abro a porta.
- Você tá bem? Se quiser, podemos dar uma desculpa e irmos embora.
- Não, tudo bem, obrigado. - Dei o sorriso mais sincero que consegui. - Vamos descer?
- Aí está você. - Rodrigo me abraçou. - Tudo bem?
- Tudo ótimo. Eu só fui ao banheiro, não precisa se preocupar.
- Que bom. Vem, tenho algo a dizer. - Ele pegou na minha mão e me levou até a mesa, porém, não se sentou.
- Bem, eu reuni todos vocês aqui hoje para fazer um pedido muito importante ao Bruno. - Ele me olhou com ternura.- Eu sempre tive somente um propósito na vida que era trabalhar, montar minha própria empresa e ajudar pessoas necessitadas. Hoje eu tenho o que sempre quis e muito mais. Eu nunca pensei em me apaixonar e querer ter uma família. Mas aí, eu conheci você e minha vida mudou completamente. Hoje, eu imagino a gente velhinho, olhando nossos filhos correndo pelo gramado ao pôr do sol. Não tenho palavras para dizer o quanto eu te amo e é por isso... - ele se ajoelhou na minha frente. - Que eu te pergunto - Ele pegou uma caixinha preta aveludada de algum lugar e a abriu. Dentro dela tinha uma aliança dourada com uma pequena pedra dentro.
- Bruno, você aceita se casar comigo?
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Meu Chefe
Fiksi PenggemarBruno é um jovem estudante que adora festa, balada e muita curtição. A vida dele é completamente normal, ele estuda de manhã e a tarde e vai às festas à noite. Um dia, voltando de um rolê, ele vê as contas da casa em cima da mesa e descobre que su...