31 - O Tiro

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~ Bruno ~

Eu estava a caminho de casa quando percebi que meu celular não estava comigo, eu havia deixado na casa de Rodrigo. Pedi ao motorista para mudar o rumo e seguir para a casa de Rodrigo.

Quando chegamos lá, eu dispensei o motorista por não saber o tempo que eu iria demorar.

Eu toquei o interfone uma, duas, três vezes, mas ninguém atendeu, até pensei que não tivesse ninguém em casa. Decidi então, usar a chave que Rodrigo havia me dado algum tempo atrás, eu nunca tinha usado, mas como dizem, sempre tem a primeira vez.

Destranquei o portão, entrei e o fechei em seguida. Segui o caminho de pedras que levava até a entrada da casa. Entrei na casa e fui em direcão a escada, mas antes que eu subisse, ouvi um barulho vindo da sala de estar.

- Olá, tem alguém em casa ? - ninguém respondeu. Decidi ir até lá para verificar se havia mais alguém em casa. Quando cheguei ao comodo, fiquei pasmo com a cena. A mãe de Rodrigo estava amarrada em uma cadeira e com fita na boca, completamente desesperada.

- Dona Marlene, o que houve ? - perguntei indo em direção ela, mas antes que eu chegasse perto dela, senti alguma coisa bater com forca em minha cabeca. Caí e fiquei tonto por um tempo. Vi um vulto preto na minha frente, devia ser a pessoa que me agrediu. Estava tudo embaçado, eu não conseguia encherga-lo direito.
Coloquei a mão na cabeça e senti um líquido quente, era sangue. Isso explicava a tontura.
Eu aguardei algum tempo até a visão voltar ao normal. Nesse tempo, eu estava orando para que a pessoa não fizesse nada comigo nem com a mãe de Rodrigo.
Eu ouvi passos se afastando, ele havia saído do cômodo e subido as escadas.
Eu aproveitei a oportunidade e tentei me levantar, o que não foi , mas consegui. Peguei meu celular para ligar para a polícia, mas a visão ainda estava um pouco turva e não consegui discar o número.

Ouvi os passos dele descendo as escadas, eu tinha que fazer alguma coisa e agora.
Fui até o balcão da cozinha, peguei um rolo de abrir massa de pão e me escondi atrás da porta de entrada da sala de estar.
Ele se aproximava cada vez mais; a cada passo que ele dava, era um calafrio que percorria pelo meu corpo, eu estava suando frio, estava muito nervoso.
Quando ele apareceu na porta, eu acertei o rolo com força na cabeça dele, fazendo-o cair. Mas ele era duas vezes mais forte do que eu, e se levantou logo após. Meu corpo gelou, isso não ia ser tão fácil quanto eu pensava que seria.

Ele olhou em direção ao balcão, onde estava sua arma. Eu não podia deixar ele chegar até ela. Corri em direção a arma no mesmo instante que ele.
Ele conseguiu chegar na minha frente, mas na hora em que ele colocou a mão na arma, eu o acertei com o rolo. Vi sangue saindo de alguma parte do seu rosto, aproveitei o momento em que ele estava fraco e peguei a arma que tinha caído no chão.

- O que você vai fazer ? Atirar em mim ? - ele perguntou quando viu que eu mirava a arma em direção a ele.

- Se você se mexer, vou sim. - disse com a voz mais ameaçadora que consegui. Mas acho que não o convenci.

- Quero ver se vai ter coragem. - ele tirou a máscara, revelando sua identidade.

- Peter ? O que você está fazendo ? - eu estava muito surpreso. Peter era meu ex, ele tinha a vida perfeita, seus pais deixaram uma quantia enorme em dinheiro e a metade da empresa deles como herança.

- O que eu estou fazendo ? Estou fazendo isso por você. O que esse cara tem que eu não tenho ? O que ele te da que eu não posso ? Porque você está com ele e não comigo Bruninho.

- Não me chame assim, nos não somos mais namorados mais.

- Porque você não quer. - ele chegou mais perto de mim. - Nós ainda podemos ser. É só você vim comigo. - ele estendeu a mão. - Venha comigo que não farei mal nenhum a essa velha rabugenta.

- Peter, me desculpa. Eu não te amo mais. Você teve sua oportunidade e desperdiçou. A fila anda meu bem. Agora outra pessoa está dando valor no que você não deu.

- Não diga isso Bruno.

- Mas essa é a verdade Peter. - eu cheguei mais perto dele com a intenção de pegar a arma, mas ele percebeu e me empurrou, me fazendo cair no chão.

- Se eu não vou ter você, ninguém mais vai ter. - ele apontou a arma em minha direção.

" Eu não vou morrer aqui agora " pensei.

Aproveitei que ele estava sem coragem para apertar o gatilho e dei um chute na mão dele, fazendo-o jogar a arma pra longe.

- Seu desgraçado. - ele veio pra cima de mim, quando dei um chute na barriga dele e me levantei.

- Isso não será tão fácil assim.

- Você é um merda Bruno.

- O merda mais amado de São Paulo. - Dei um chute na barriga dele e outro no rosto. Tenho que agradecer muito a Viúva Negra por ter me ensinado esses golpes através dos filmes da Marvel.

Quando ele foi se levantar, eu me sentei em cima dele e lhe dei alguns murros na cara, dizendo todas as coisas que ele já tinha me feito.

- Isso é por ter me traído - soquei o rosto dele. - Isso por ter marcado um encontro comigo e não ter ido. - lhe dei outro soco. - Isso por ter me chantageado - Outro soco. - Isso por ter me humilhado na frente das suas amiguinhas - mais um soco - E isso, por ter dito que não gostava da minha mãe, só porque ela disse que você não prestava, e advinha só... Ela tinha razão. - Dei o soco mais forte da minha vida. Quando olhei para minha mão, ela estava ensanguentada.

Ouvi barulho de sirene e batidas na porta. Quando olhei para trás eles tinham entrado na casa e estavam indo em nossa direção. Senti Peter me segurar e logo após, me tirar de cima dele.

- Você vai se arrepender seu merdinha. - ele pegou a arma do chão e me deu três tiros, um no ombro, um na perna e outro no abdômen. Depois disso, tudo ficou lento, eu não conseguia respirar e minha visão estava cada vez mais escura, até ficar preta por completa.

Meu ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora