Uma noite de recuperação

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Acordo lentamente, meu ombro estava doendo e minha cabeça girava. Olho em volta e percebo que estou em um leito de hospital. O quarto estava vazio, é apenas os bips do monitor cardíaco davam algum som ao silêncio do local.

-Graças aos deueses!- Diz Tyler entrando no quarto.

Ele me abraça e eu retribuo o gesto, meu ombro dói, mas suporto a dor.

-O que aconteceu?- Pergunto quando ele se afasta.

-Você desmaiou devido a grade perda de sangue.- Explica Tyler se sentando na poltrona perto da cama.

-Quer dizer que eu perdi a prova de admissão?- Pergunto triste.

-Na verdade não.- Responde.- Você desmaiou após a iniciação de Néftis. Então tecnicamente você não perdeu.- Sorrindo.

-Menos mal.- Falo.- Mas, onde está a minha mãe, o Pedro, a Lucia?- Pergunto.

-Eles saíram não tem uns dez minutos.- Diz se cobrindo com um lençol próximo.- Eles falaram que precisavam descascar. Então eu fique aqui com você.- Responde.

-Descansar?- Falo pra mim mesmo.- A quanto tempo eu estou aqui?- Pergunto.

-Vinte horas, mais ou menos.- Fala.

-E você?- Pergunto.- Tá aqui a quanto tempo?

-Cheguei aqui assim que a minha prova de admissão acabou.

-Quer dizer que você passou a noite no hospital?- Surpreso.

Ele concente com a cabeça.

-Desculpa por fazer você passa por isso.- Digo cabisbaixo.

-Você faria o mesmo por mim.- Diz.- E alendo mais, já aproveitei e doei sangue.- Acrescenta.- Você tinha perdido muito, é já que o nosso tipo e compatível, eu doe um pouco do meu.

-Quer dizer que agora você está dentro de min.- Falo com malícia na voz.

Tyler semi-serra os olhos e responde.

-Engraçadinho.- Sarcástico.- Não seja tão literal.

Isso me arranca um sorriso. Eu não podia acreditar que tinha um namorado tão incrível. Tyler e muito altruísta. Vou me aproveitar um pouco disso.

-Tyler.- Falo.- Você pode afofar meu travesseiro?- Pergunto com olhos de cachorro pidão.

Tyler se levanta e o faz. Quando ele se aproxima o bastante eu o beijo. Não um selinho, mas um beijo de verdade. Mesmo com a surpresa eu não sinto nenhum sinal de resistência. O monitor cardíaco denúncia a minha excitação. Minha mão se move em direção a nuca dele. Tyler segura delicadamente o meu rosto.

-Olá!- Fala um voz familiar.

Tyler se separa de mim rápido. Olhando pra porta do quarto eu percebo que era o Eric.

-Eu estou atrapalhando algo?- Pergunta Eric confuso.

-Não.- Diz Tyler saindo as presas do quarto.

-Onde você vai?- Pergunto.

-Buscar algo pra comer.- Fala saindo do quarto.

-Oque deu nele?- Pergunta Eric se sentando na poltrona.

-Nada.- Falo.- Ele só é um pouco tímido.- Explico.- Mas oque você veio fazer aqui?- Pergunto.

-Vim visitar minha avó que está internada aqui.- Responde.- Então aproveitei e vim te dar o ar de minha graça.- Completou se vangloriando.

Solto um sorriso simples.

-Você já melhorou?- Pergunta.

-É preciso mais que uma lança pra poder me derrubar.- Falo.

Ele dá uma risada divertida e responde.

-Que bom quê você pensa assim.

-Mas, posso fazer uma pergunta evasiva?

-Sou um livro aberto.- Diz.

-Por quê você se deu ao trabalho de me ajudar?

-Como assim?- Comfuso.

-Você não tinha a obrigação de me ajudar a desviar do golpe de maça, mas você o fez, por quê?- Pergunto.

-Você é um cara legal Allan.- Responde.- E eu gosto de estar com pessoas legais.- Diz.- Imagine a pena que seria se sua cabeça fosse achatada por um golpe de maça.

Um sorriso se forma em meu rosto. Ele sorri de volta.

-Bem, eu acho que já vou indo.- Fala se levantado.- Desculpa não ficar mais, porém eu tenho que voltar pro leito da minha avó.

-Tudo bem.- Respondo.- Pode ir, e obrigado pela visita.

Ele dá uma resposta rápida e sai. Momentos depois o Tyler entra.

-Ele já foi?- Pergunta.

-Sim.- Respondo.

-Ótimo.- Diz Tyler se sentando na sua poltrona.

-Não vamos terminar oque estávamos fazendo?- Pergunto com malícia.

-Não.- Responde pegando um livro que estava na na mesinha do lado da minha cama.

-Por quê não?- Comfuso.

-Não estou no clima.- Responde alheio.

-Pode pelo menos reclinar a cama?

Ele pega o controle remoto da cama e a reclina. Agora eu estava mais confortável, não estava deitado com o rosto apontando pro teto.

-Pode arrumar algo pra mim comer?

Ele pega o mesmo controle da cama e aperta um outro botão. Minutos depois uma enfermeira surge no quarto.

-O que o senhor deseja?- Pergunta a Enfermeira.

-Algo pra comer.- Respondo.

-Vou preparar um café da manhã, espere só um pouquinho.- Diz e sai.

Após a enfermeira sair eu me viro pro Tyler.

-Como foi a sua prova de admissão?- Pergunto.

-Foi boa.- Responde.- Eu consegui passar, agora sou um guerreiro se Sobek.

-Já ligou o seu ka com o do deus Sobek?- Pergunto.

-Ainda não.- Fala.- Sobek não está na cidadela hoje, a cerimônia para a concretização do Ka é so amanhã.

-Ata.- Falo.- Quer dizer que você ainda e só meu.- Falo sorrindo.

Ele cora e sorri de volta. A enfermeira entra minutos depois. Ela coloca a bandeja na minha cama e sai.

-Pode me ajudar?- Pergunto.

-O que você quer que eu faça?- Pergunta.

-Me da comida na boca?- peço com olhos de cachorro pidão.

Um sorriso simples se forma no rosto dele. Tyler se senta na mimha cama e começa a me alimentar.

-Acho que todo esse mimo meu vai acabar te estragando.- Diz me empurrando a colher.

-Não me importo de ser estragado por você.- Digo depois de engolir.

Ela da uma risada abafada e continua. Depois de eu comer, Tyler ussou o telefone da recepção pra ligar pros meus pais. Afinal ele tinha ficado a noite toda comigo, então ele merecia descansar também. Assim que mimha família chegou Tyler foi pra casa. Eu fiquei mais um dia no hospital. Depois eu recebi alta. Agora só precisava concertar meu Ka com Néftis, é ai eu seria um verdadeiro guerreiro.

Allan e a Pirâmide Oculta Onde histórias criam vida. Descubra agora