Asas?!

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"Sai daqui garoto, você não vale nada, é um merdinha inútil." Dizia o homem com um cheiro ruim.

"Não fale assim com ele!" A titia gritou.

Ela ta brigando com o homem fedorento. Ele puxa uma coisa brilhante, a mesma coisa que os policiais têm. Ele coloca na cabeça da titia. A coisa brilhante faz um barulhão. A titia cai no chão. Ela tá vindo até mim. To com medo, quero minha mãe.

Acordo de supetão, minha respiração está ofegante. Demoro um pouco pra recobrar a minha total consciência. Fazia tempo que eu não sonhava com ele. Penso. Tento relevar esses pensamentos ruins e saio da cama. Ainda sonolento percebo uma ave bicando a janela do meu quarto. Um íbis sagrado, com suas penas brancas e pescoço negro, batia insistentemente na minha janela. Me aproximo receoso e percebo que na perna da ave havia um pergaminho. Abro a janela, pego o pergaminho e leio a mensagem.

Selena Tray foi avistada por duas vezes em um moinho de trigo na fronteira leste fora da cidade, nossos informantes afirmam que ela irá lá novamente, sua missão e interrogar e executar o alvo. Ajam com cautela, e interceptem Selena. Ela é uma mulher morena de pele parda, e possui um serpente tatuada no pescoço, se essa mulher entrar em seu caminho, faça o que foi pedido.

Adelio Reis

Finalmente um pouco de ação, penso.

-Eric, acorda.- Digo tocando nele.

-Mais cinco minutos.- Diz de olhos fechados.

Dou um suspiro de lamentação e falo.

-Vou tomar banho e ir para aquela cafeteria de ontem, me encontra lá ok?- Pergunto.

Ele dá uma resposta rápida e mau humorada e volta a dormir. Saí dali e sigo até um banheiro. Uma ducha rápida era o suficiente, a água quente pode me ajudar a aliviar meus pensamentos ruins. Termino meu banho e me troco ainda no banheiro. Saio do mesmo, e arrumo meu cabelo desgrenhado enquanto saia do quarto com minha Khopesh e escudo escondidos dentro da minha bolsa. Sigo pelo saguão do hotel, recebi um bon jour do porteiro e segui até a cafeteria.

-Bon jour monsieur, como posso ajudá-lo hoje?- Pergunta a garçonete ao me ver sentar na mesa.

-Estou esperando meu companheiro, então só um café está bom.- digo com um sorriso simpático.

Ela rapidamente tirou uma caderneta do bolso do avental e anotou meu pedido, após esse simples ato, ela se retirou até a cozinha. Eu esperava o meu café enquanto admirava através das vidraças as pessoas transitando nas ruas. Todas tão irrelevantes para com a existência das outras. Uma série de assassinatos ocorreram na última semana, mas parece que a grande Paris está irrelevante perante esse assunto. Ainda distraído em meus pensamentos, sou tirado deles pela presença de uma ruiva de formas esculturais que acabará de entrar no estabelecimento. Ela tinha lindos olhos azuis e a pele branca como a espuma do mar. Suas roupas era bem modernas e estilosas. Uma calça de couro preto acompanhava uma blusa listrada verticalmente, um casaco de pele cobria a mesma e para finalizar, sobre sua cabeça descansava uma boina vermelha que combinava bem com seus sapatos pretos.

-Tem alguém sentado aqui?- Pergunta a mulher com um sorriso simpático.

Por algum motivo meu coração acelera. Sinto minhas mãos suarem e quase não consigo responder.

-Estou esperando um colega.-Balbucio.- Mas pode se sentara.

O sorriso dela se alarga e ela se senta à minha frente. Em um franceses fluente a ruiva chama a garçonete e faz o pedido.

-Desculpe ser intrometida desse jeito, mas odeio sentar sozinha.- Diz retirando a boina e a colocando sobre a mesa.

-Tudo bem.- Respondo segurando meu cordão.

Allan e a Pirâmide Oculta Onde histórias criam vida. Descubra agora