Allan e a Pirâmide Oculta

Um passeio po Paris part: 2

Concordo e saímos da torre Eiffel. Seguimos até o táxi que nos esperava, Eric pede pro motorista acelerar e o mesmo dá a partida.

  -Posso te perguntar uma coisa?- falo.

  -Claro.- Responde meio alheio.

  -Como você conhece tão bem Paris?

Ele dá um sorriso fechado e fala.

  -Morei aqui até o começo do ano. Bem, meus avós foram assassinados.- Triste.- E Meus pais tinham morrido quando eu tinha oito anos, então não tinha muitas opções. A cidade estava se tornando perigosa pra eu ficar aqui sozinho. Então eu tive que me mudar pra Nut.

  -Meus pêsames.- Respondo abalado.

O clima no carro estava pesado. Teria ficado assim a viagem toda, se não fosse o Eric.

  -Você já transou com o Tyler.

  -Que diabos de pergunta é essa!- Respondo de sobre salto.

  -Pra quebrar o clima estranho.- Fala estalando a língua.

  -Bem….. Já fizemos algumas vezes…Mas isso não vem ao caso.- Respondo.

Ele dá uma gargalhada e fala.

  -Como vocês se conheceram?- Pergunta.

  -Faz quatro anos.- Falo.- Eu tinha quinze anos, e tinha acabado de me mudar. Eu era aquele adolescente espinhento meio esquisito, combine isso a minha sexualidade. E temos um alvo perfeito de bullying.- Já tomado pelas lembranças.- Minha mãe tinha me escrito no campo de treinamento, pois mesmo ela sendo uma renomada treinadora, ela não tinha tempo para me treinar.

  -Foi lá que você conheceu o Tyler?- Pergunta.

Aceno de forma positiva e eu continuo.

  -Ele era o meu oposto.- Falo.- Ele era bonito, atlético e hetero. Bem é basicamente o conto do popular e do nerd.- digo com um sorrisinho de canto.- Se passou alguns meses, e eu estava escondido no banheiro, esperando alguns garotos que me perseguiam irem embora. Ouço a porta abrir e depois escuto alguém chorar. Sai do meu esconderijo e vi que era o Tyler. Perguntei o'que tinha acontecido, ele disse que não estava aguentando a pressão que o pai dele estava pondo sobre ele, disse que não aguentava fingir ser perfeito, é essas coisas todas.

  -E oque vc fez?- Pergunta Eric totalmente entretido.

  - Eu disse que ele era popular e que não precisava se preocupar, pois era um excelente lutador e que iria se dar bem na vida.- Falo.- Ele por sua vez, disse que tinha inveja de mim, pois mesmo com tudo que faziam comigo eu ainda voltava pra lá sorrindo. Ele disse que queria se parecer comigo. Depois desse incidente do banheiro, acabamos ficando mais próximos. Ele começou a passar mais tempo comigo, a me convidar pra casa dele.

  -Mas e o primeiro beijo?- Perguntou Eric ansioso.

  -Foi no meu aniversário de dezessete anos.- Digo levemente corado.- Meus pais tinham feito uma festa simples pra mim. Ninguém apareceu, eu obviamente fiquei arrasado. Me senti naquele momento a pessoa mais desprezada da terra. Eu estava trancado no meu quarto e escutei batendo na porta. Perguntei que era e o Tyler respondeu. Abri a porta e ele entrou carregando um presente. Perguntou por que eu estava triste. Falei que eu percebi que eu era o esquisito do campo de treinamento, é que não importasse o quanto eu me esforçasse eu não era aceito.

  -O que ele respondeu?- Pergunta.

  -Ele disse que isso era mentira, que eu era um cara legal, é com o tempo as pessoas iram ver o meu potencial. Aquilo me deixou um pouco melhor, porque eu sabia que poderia contar com ele. Como só tínhamos eu e ele na casa, resolvemos aproveitar para assistir alguma coisa. Ele tem uma fascinação por filmes de terror que eu não entendo. Em um determinado momento do filme eu me assustei e sem querer me abriguei no peito dele. Quando eu voltei a mim eu sai de cima dele, pedi desculpas, mas mal tinha começado a falar quando ele me deu um beijo. Obviamente fiquei chocado, o afastei, perguntei por que dele fazer aquilo, ele me disse que já sentia uma coisa por mim fazia algum tempo, mas tinha medo de falar, mas depois falou que se sentia bem de estar comigo, que eu fazia ele esquecer das preocupações e que estar comigo era a única coisa que mantinha ele fora do abismo.- Digo com uma lágrima escorrendo do rosto.