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O Natal na casa dos Way sempre era a maior celebração do ano dentre qualquer das datas festivas, mas este ano em específico o mais velho dos irmãos estava ainda mais animado. Seria o primeiro Natal de Gerard com seu namorado e ele saltitava pela casa verificando se a decoração estava perfeita.

As festas de Natal da família era sempre um grande evento e Donna, mãe de Gerard, não poupava custos para que tudo estivesse exatamente como ela queria. A mulher não aceitaria nada além da perfeição. Os pratos típicos com toque sofisticado e garçons servindo os convidados selecionados a dedo fazia do evento mais relevante ao status do que ao nascimento de Jesus Cristo.

O segurança na porta da mansão Way verificava o nome dos convidados antes que os permitisse entrar. Do lado de dentro, Donna recebia a todos com um sorriso polido, exibindo seu longo e deslumbrante vestido vermelho ao lado do filho mais novo, Michael. Costumava ter Gerard junto a si, mas este ainda se arrumava e Donna não deixaria os convidados esperando.

Depois do falecimento de Donald, pouco antes de dar a luz ao seu segundo filho, Donna herdou a empresa do marido e fez da sua renda três vezes maior. Mudou seu status de viuva para ser apresentada como uma das maiores empresarias do país, desprezando os comentários sexistas sobre como chegou em sua posição.

Donna nunca se casou outra vez, e não pretendia fazer no futuro. A ausência de presença masculina não interferiu na criação de Gerard e Michael, apesar de ser a primeira coisa a ter de escutar quando o filho mais velho anunciou estar namorando um homem.

Gerard o conheceu na faculdade e acabou por se apaixonar. Era sua primeira experiencia fora dos estudos domésticos e se apaixonou pela liberdade que Robert exalava. Suas diferenças rapidamente se tornaram suas coisas favoritas como casal.

Analisava o reflexo no espelho e sua figura nunca parecia perfeita como gostaria que fosse. Nunca teve problemas de autoestima ou autoconfiança, mas nunca havia ficado tanto tempo longe dele. Escorregava o indicador pelo pingente em seu pescoço, recordando da circunstância em que foi presenteado com a jóia.

Um sorriso saudoso se formou nos lábios avermelhados quando ouviu as características batidas na porta. Seus olhos foram de encontro à aquele que tanto esperou rever durante os poucos meses fora de casa. Gerard estava com saudades e um abraço não era suficiente para dar fim ao sentimento.

"Você continua lindo" O professor disse, afastando os corpos mas mantendo as mãos unidas "Senti sua falta nas minhas aulas"

"Eu senti sua falta a todo instante" O sorriso de Gerard crescendo ao recordar dos momentos em que teve a mente tomada pelas lembranças "Todo dia antes da primeira aula eu me lembrava do seu sorriso me explicando algum conteúdo novo"

"Você nunca gostava e ficava emburrado o dia todo" Gerard ria alto, contagiando o professor antes de a melancolia se fazer presente "Então eu tentava te acalmar e você começava a me provocar"

"E você me rejeitou todas as vezes"

"Eu era seu professor, Gerard" Entregou-se aos sentimentos e Gerard voltou a sorrir, fitando as mãos tatuadas.

"É pra mim?" Apressou-se para tomar o presente em mãos.

"É para nós dois" À medida que o papel de presente era rasgado, os olhares e sorrisos se intensificavam "Você se lembra da nossa última aula?"

"A gente lembrou-" O professor pigarreou e Gerard revirou os olhos, mantando intacto seu sorriso "Nos lembramos da nossa primeira aula" Passava os dentes pelo lábio inferior, soltando em um estalo. Os olhos fixos na pequena caixa "Eu te chamei de papai"

"Abre a caixa, Gee"

Os dedos deslizavam pelo revestimento de veludo e pararam ao chegar no pequeno trinco. Trocavam olhares significativos enquanto os dedos de Gerard estudavam os pertences que dentro havia. Sabia o que indicava e havia esperado em demasia por esse momento.

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