'É a minha vez!' Kara disse enquanto tirava a revista das mãos de Lena e deitava na grama macia. A morena riu, deitando a cabeça para a direita encostando na da loira. Uma mexa escura caiu na visão da loira, e instintivamente ela enrolou em seu dedo.
O céu brilhava um azul perfeito naquela tarde. As aulas haviam terminado para o verão e ambas mal podiam esperar para comemorar. Elas se amontoaram no veículo novo de Lena e marcharam em direção ao parque, onde caíram na grama e olharam para as nuvens com os corações acelerados. Ele sempre aceleravam. Estavam acelerando á dois meses desde o quarto de Lena. Seu primeiro beijo virou o segundo, o terceiro, o quinquagésimo segundo. Elas se beijaram por horas. O que começou na parede inevitavelmente migrou para as duas cadeiras, depois uma, depois o chão, e finalmente a cama. As mãos permaneceram inocentes, presas aos ombros, braços e quadris, assim como seus lábios ficaram presos um ao outro.
Foi uma tarde perfeita de inocência. E a maioria das tardes depois disso seguiram o mesmo ritmo. Elas roubavam beijos na escola quando podiam, nos banheiros, vestiários e embaixo das arquibancadas. Elas mal podiam se separar para realmente assistir ás aulas. Era tortura, mas havia acabado.
Os dedos da mão direita de Kara, sem pensar, traçaram os dedos da mão esquerda de Lena na grama entre elas. Isso enviou arrepios pela braço e ombro da morena, e ela sorria ainda mais. Cada toque errante era sinônimo de que Kara não podia se conter.
Lena não pôde lembrar de outra época de sua vida em que estava tão feliz. Ela olhou para o lado, para a garota culpara pela sua alegria. O vento bagunçou seus cabelos loiros enquanto ela lia alegremente a próxima pergunta do questionário da revista. Sua voz deixando Lena ainda mais feliz. Ela não conseguia tirar seus olhos verdes daquela garota, aquelas bochechas rosadas e sorriso enorme a inflando toda vez que olhava. Quando ela teve tanta sorte? Ela estava ali, amando a garota que ela sempre quis amar. É como se ela estivesse assistindo àqueles filmes perfeitos da televisão.
Ela se perguntava como a vida poderia ficar melhor que isso, enquanto observava cada curva e linha do rosto de Kara. Seus brincos de borboletas brilhavam ao sol enquanto sua voz preenchia o espaço entre elas. A loira soltou uma risada quando terminou de ler a pergunta, mas Lena ainda estava perdida em sua bolha de afeto. A risada mandou borboletas para o estômago da morena, e ela puxou o celular do bolso para tirar uma foto dela. Depois disso, ela enrolou seus dedos no de Kara e parou de lado, seu braço indo instintivamente para a cintura da outra garota e seu rosto repousando no pescoço da outra. Kara gaguejou com o movimento, e finalmente parou de ler quando os lábios de Lena encontraram sua bochecha. A loira inclinou sua cabeça para trás, finalmente olhando a outra garota nos olhos.
'Você não quer mais fazer o teste?'
Lena simplesmente inclinou-se e deu um pequeno beijo no pescoço de Kara, para então se acomodar e olhá-la direitamente no olhos com um sorriso puxando nos lábios.
'Você está bem?' Kara perguntou ' Você parece toda... sonhadora. E nós estamos tentando descobrir se somos Óbvias ou Misteriosas aqui, Lena. Isso é um teste sério! E estamos apenas no número dois. Vou ler novamente, preste atenção. "Em um dia típico, quão longe você vai com o seu namorado, ahn, namorada?" Eles deveria tornar os gêneros neutros nesses testes.'
'Primeiro, essa é uma revista para mulheres heterossexuais. Segundo, nós já sabemos que eu sou a Misteriosa e você é a Óbvia. E terceiro, sonhadora, é?'
'Eu não vou aceitar nenhuma das suas respostas. E sim, sonhadora como...'
'Como o que, Kara?'
'Como se estivesse bêbada de felicidade ou algo assim.' ela riu. 'Até seus olhos estão meio fechados. Talvez você esteja drogada? Você está drogada, Lena?' a morena riu.

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Drive My Heart
FanfictionUma história sobre como Kara vê seu coração lentamente deixar seu corpo e habitar outro, sabendo desde os quinze anos qual o preço do amor.