Ocean Eyes - Snowbaz One Shot

Capítulo Único

×

Nota da autora: essa é minha primeira fanfic Snowbaz. Resolvi começar com angst em vez de smut, mas quem sabe em uma próxima.

Os eventos retratados aqui se passam cerca de um ano após Simon vencer o Insipidum.

Boa leitura!

Não se esqueçam de comentar e votar.

xoxo, Vic

×

Baz já havia visto aquela cena.

Milhares e milhares de vezes em seus sonhos mais recorrentes.

Não, pensou ele, não é um sonho dessa vez.

Ele já havia presenciado a vida sendo tomada de Simon Snow de diversas formas diferentes. Seus olhos cor de céu tomando para si um tom profundo e nadando perdidos nas órbitas — piscinas de lágrimas se formando em seus cantos e inundando o mundo ao seu redor.

Em todo pesadelo acontecia de uma forma diferente. Quando eram mais novos, ele era aquele que sempre roubava o último suspiro do Escolhido, reduzindo-o ao pó. (Nessas noites, Basilton costumava acordar ofegante e suando frio — é ridículo que vampiros possam transpirar. Ele acendia uma chama sobre sua mão e observava Simon respirar na cama ao lado da sua até pegar no sono mais uma vez.) Depois de Watford e do Mago, era sempre algo. Alguma criatura mágica que aparecia de sabe-se lá onde e ceifava a vida de Snow sem que ele ao menos pudesse pensar em se defender. (Ele era um Normal agora, depois de ter aberto mão da sua magia para derrotar o Insípidum.) (Um Normal com asas e uma cauda, mas ainda assim...)

Apenas uma coisa se mantinha a mesma em todos os sonhos. Os olhos de Snow. Fundos, vazios e escuros como um lago. Agindo como um maldito buraco negro, mas o oposto disso. Soprando para longe toda a felicidade do mundo e o resquício disso que ainda habitava o peito de Basil.

Mas aquilo não era um sonho. Os dois e Bunce realmente haviam sido encurralados por um Ichneumon quando estavam perdidos em uma estrada a rumo de Telford para visitar um dos buracos em que o Professor Bunce estava trabalhando.

Ichneumon não costumam atacar sem motivo. Eles são como lontras — só que com dois metros e meio de comprimento, mais gordos, enlameados e medievais. Costumam matar dragões, tapando seus narizes e rasgando suas barrigas para expor suas entranhas. Talvez o que os atacou tenha confundido as asas de Simon com as de uma criatura maior e mais perigosa quando os três pararam no acostamento e desceram do carro para que Penelope pudesse conferir o mapa e gritar ordens, culpando-os por estarem perdidos.

A criatura rasgou a lataria do carro de Baz como se suas unhas fossem um abridor de latas e partiu para cima deles. Bunce entoava feitiços sem parar, como se os estivesse cantando.

— Siga em frente, olhe para o lado — dizia ela, apontando o seu anel para a coisa. — Circulando, sem novidades! — E também: — Do jeitinho que estavam.

Nada funcionava. Penelope não era forte o bastante. Nem mesmo Baz era forte o bastante. Aquelas criaturas eram feitas para derrotar dragões grandes, vermelhos e flamejantes. Simon seria, se ainda tivesse seus poderes e soubesse controlá-los.

— Por Charles Leadbeater, Samuel Mathers e Alice Bailey — praguejou Basil, sacudindo a sua varinha no ar. — Nada disso está funcionando, Bunce.

— Você acha que eu não notei isso — ela gritou de volta. Para uma garota pequena, Penelope sabia ser intimidadora. Se o Ichneumon tivesse alguma consciência ele fugiria dela só pelo fogo em seus olhos.