"Camisa branca, agora vermelha, meu nariz sangrando
Estou dormindo, você anda na ponta dos dedos
Saindo de fininho como se ninguém soubesse
Se acha o criminoso"|Para melhor leitura, clique sobre a música na mídia|
***
● Park Jimin ●
— Parece uma cabana como aquela outra. — disse Yoongi baixinho enquanto tinha a arma erguida. Jin vasculhava o lugar com a lanterna.
— Aquela outra que vocês saíram e me deixaram sozinho? — sussurro ríspido.
— Esse é apenas um mero detalhe. — Yoongi agitou a cabeça, a expressão se suavizando. — Desculpe, cara! Fiz merda ontem, mas minha viatura é minha bebê.
— E minha vida é menor que sua viatura, é... faz sentido. — empurro a porta que dá para um quarto. Há uma cama de casal, aponto a luz da lanterna pelo lugar e uma mancha no lençol chama minha atenção. Depois de olhar de perto, percebo se tratar de sangue.
— Colete uma amostra! — instruo Yoongi enquanto me abaixo e apanho uma corda no chão. Na verdade, são duas, com certa dificuldade vejo pedaços de pele no objeto.
Entrego para Yoongi que a põe em uma sacola transparente. Caminho até a cômoda e a vasculho.
Há apenas algumas cuecas, fósforos e... balões.
— Ele estava aqui. — olho para Yoongi que ainda coleta o sangue. — Espere! Não está fresco, mas não faz tempo que coagulou... talvez ele tenha saído a pouco tempo. Quer dizer, você disse que ouviu solas de sapato, certo? — Jin confirma tirando a pistola do coldre.
— Deve ter uma porta nos fundos. — digo já deixando o quarto. Passo por um cômodo minúsculo que supostamente é uma cozinha e o piso range quando encontro a tal porta.
A porta emperra quando empurro, mas depois de usar meu ombro, ela se abre. O sol da tarde me cega por alguns segundos, pisco rapidamente enquanto continuo parado no mesmo local.
Quando meus olhos finalmente se acostumam com a claridade, passo a enxergar as árvores ao redor. Sendo prático, me ajoelho e olho a terra. O lugar está de fato pisoteado, a grama formando vagamente o formato de um sapato, mais a frente, na parte terrosa, vejo detalhadamente a forma de um sapato, porém menor desta vez.
Ignoro Jin que me chama e sigo as pegadas, os olhos atentos aos pares de pés que se encontram na terra.
Meus passos se tornam cada vez mais rápidos enquanto mal desvio dos galhos que se encontram na minha frente. Um leve ruído de motor reverbera pelos meus ouvidos. Estaria ficando louco? Não. Sem dúvida tem algum carro por aqui, e parece estar exatamente na direção das pegadas. Engulo em seco enquanto corro, tiro a pistola do coldre e permaneço com o dedo no gatilho.
Mais algumas árvores passam e finalmente consigo ver a origem do som.
Uma picape preta velha está começando a se mover. Os galhos estalam ao serem esmagados pelo automóvel. Meu corpo congela quando o vejo.
Alice está no banco de passageiro. No momento em que me vê, seus olhos escuros se arregalam. Ela empurra um braço, mas não é necessário. Taehyung já me viu também.
Ele sorri friamente e levanta a mão em um aceno. Não mudou muito. Os cabelos castanhos estão cortados na altura das orelhas, a pele continua do mesmo tom de caramelo. Noto que seu lábio inferior está inchado e a lateral de sua bochecha está roxa. Parado alo, o encarando sem conseguir me mover ou dizer algo, percebo o quanto devo parecer o mesmo de anos atrás.
O carro finalmente ganha velocidade, o automóvel parece passar lentamente diante dos meus olhos. Sei que deveria fazer alguma coisa, mas meu cérebro parece não ter forças de espalhar essa mensagem para meu corpo.
Assisto minha mão levantar quase inconscientemente, uma mira não muito certa é formada. Apenas o som do tiro me desperta, a bala quebra o vidro traseiro do veículo que se explode em uma chuva de vidro dentro do carro.
Minhas pernas recuperam os movimentos, ainda atordoado corro em direção ao carro.
Ouço a gargalhada dele vinda de dentro do veículo. Ainda correndo, levanto a pistola e miro em um dos pneus, a bala se aloja na terra onde poucos segundos o pneu passava.
O carro agora está mais longe, meu peito parece pesado enquanto minha respiração falha, tateio o bolso desesperadamente, sinto o mini rastreador entre os meus dedos.
Uso minhas últimas forças para seguir o carro. As árvores passam em um borrão verde, meus pés mal tocam o chão, aperto o rastreador na mão e o jogo discretamente para a traseira do carro. Para disfarçar levanto a pistola e dou mais um tiro que se enterra na velharia.
O carro acelera ainda mais, mas minha corrida muda de direção, enquanto ele segue pelo oeste, corro para o leste, onde posso pegar a viatura.
Inspire...
Expire...
O suor desce rapidamente pela minha testa, meus pés parecem chumbo quando percorro metade do caminho até a viatura. Por um momento tenho medo de estar indo na direção errada, mas ao mesmo tempo meus instintos dizem que estou no caminho certo.
E não demora muito para que se prove que estou certo, vejo a única viatura parada em uma clareira, agradeço baixinho pela chave estar no meu bolso. Assim que chego no carro, abro a porta o mais rápido possível e me jogo no banco, ligando o veículo em seguida. Ele avança rapidamente pela terra irregular, com uma das mãos livre, abro o porta-luvas e pego meu celular, sintonizo ele ao rastreador e logo vejo o ponto onde o carro de Taehyung está.
Piso no acelerador e logo estou ultrapassando os 110km/h. A viatura cambaleia perigosamente enquanto rasga a terra da floresta, meus olhos vão para o aparelho por um momento antes de voltarem para a direção.
Agradeço silenciosamente quando atinjo a estrada. Taehyung dirige 400 metros a minha frente, deve estar em uma velocidade alta também, fico em dúvida sobre ligar a sirene, por um lado não quero alertá-lo, mas dirigindo em alta velocidade não seria muito sábio mantê-la desligada. Agito a cabeça e a ligo, o som estridente passa a me acompanhar enquanto viro a esquerda na rua da loja de Tacos, aumento a velocidade para 180km/h, o vento que entra pela janela meio aberta castiga meus cabelos.
Dirijo por alguns minutos com a sorte ao meu lado, todos os semáforos que eu passava estavam verdes, parecia que o trânsito estava colaborando para que Taehyung fosse pego.
— Achei você. — murmuro ao virar a esquerda de uma rua movimentada, o pneu parece queimar com a curva brusca.
Abaixo a janela totalmente e o vento assobia em meu ouvido. Taehyung acelera o carro ao perceber minha chegada, as casas passam como um borrão pela minha visão. Mordo o lábio com força enquanto piso novamente no acelerador.
Taehyung desvia de carros com agilidade, esses veículos são forçados a parar, o que só complica ainda mais minha situação. Prendo a respiração ao manobrar o carro para esquerda e depois para direita a fim de desviar de carros no meio da rua.
Pego a pistola apoiada no meu colo, com a mão direita no volante, ergo a esquerda pra fora da janela, espero a estrada seguir em linha reta e não ter nenhum veículo no campo de mira, me inclino mais para a janela e tento fazer uma mira. Inútil. Não confio na minha mão esquerda para atirar, e a última coisa que quero é ferir alguém.
Vejo o primeiro semáforo aparecer a poucos metros a frente, a luz vermelha se torna meu maior tormento enquanto meu carro chega cada vez mais perto, ele troca para o amarelo, Taehyung o atravessa como um furacão.
— Vamos lá. — sussurro apertando firmemente o volante. Por alguma sorte, consigo passar sem ser atingido por nenhum veículo.
Me pergunto até quando essa sorte durará.
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ᴄʜᴏɪᴄᴇs | sᴘɪɴ-ᴏғғ | + ᴋᴛʜ
Fanfiction❌SPIN-OFF DA SHORTFIC BALLOONS❌ ⚠ Leia "Balloons" para poder ler essa⚠ Cinco anos se passaram desde o "Caso dos balões", como ficou conhecido pela população de Seul. O problema? Ainda não acabou. Mentes confusas e frágeis são facilmente influenciada...