"Cuidado boquinha com o que fala
Pois palavras e promessas vazias
Levam corações despedaçados a se desviar
É um lento esmaecer
Quando você se deixa levar
É um lento esmaecer
Quando o preto e o branco se tornam cinzas
Pensamentos dominam, e escolhas são feitas
Um preço será pago quando você se deixa levar
Pessoas nunca se entregam de uma vez
É um lento esmaecer"|Para melhor leitura, clique sobre a música na mídia|
***
● Park Jimin ●
Me sinto estranho. Agoniado.
Enquanto mostro várias áreas no slide – lugares onde amanhã procuraremos por Taehyung –, sinto que deveria estar fazendo outra coisa. Um pressentimento ruim pesa em meu coração. Afasto essa sensação antes de perder o foco naquele auditório cheio de outros policiais, principalmente porque metade não gosta de mim, já que estão se sentindo injustiçados por nunca pegarem um caso tão rentável e importante. Acredite, gostaria de não ter que fazer isso, mas algo me diz que Taehyung só está dando as caras porque, de alguma forma, sabe que eu estou no comando do caso.
— Faremos as rondas com as sirenes desligadas, não podemos chamar atenção. — concluo desligando o data show. O barulho de cadeiras sendo arrastadas ressoa no ambiente, todos os policiais rumam para a saída. Namjoon, Jin, Hoseok e Yoongi são os únicos que permanecem na sala.
— Gosto dessa estratégia, — diz Namjoon, se aproximando. — achei inteligente da sua parte elaborá-la. — o moreno alto começa a recolher as tomadas.
— Ele está atento. — diz Hoseok com uma aparência péssima. Pelo que ouvi de Yoongi, ele estava tentado conversar com Hyorin, mas a sobrinha havia se fechado de vez, recusando conversar com o tio. Consigo imaginar o quão estressante deve ser pra ele. — Não vai funcionar se ele não quiser ser pego. — conclui cruzando os braços e perdendo o olhar no notebook da mesa.
— Discordo! — se pronuncia Yoongi que anda pela sala. — A partir de amanhã cobriremos mais áreas do que já fizemos em todos esses anos! — um pouco de esperança se acende em mim, é bom saber que ao menos estou indo pelo caminho certo. No campo teórico pelo menos.
— Concordo com o Yoongi. — diz Jin, dividindo sua marmita com Namjoon. Seu queixo está sujo de algum tipo de molho de cor avermelhada. — Não podemos esperar que Taehyung queira ser pego, nós temos que pegá-lo. É aquele ditado: "Se Maomé não vai até a montanha, a montanha vai até Maomé". Nós somos Maomé.
— Somos a montanha, Jinnie. — corrigiu Namjoon com um pequeno sorriso no rosto.
— Isso. — ele sorriu constrangido. — Vocês entenderam! — o policial levou uma grande colherada de arroz à boca.
— Parece que sou o único pessimista aqui. — Hoseok levantou as mãos em rendição. Eu queria dizer que não pensava que aquilo daria totalmente certo, mas acho que todos naquela sala sabiam disso, por isso fiquei calado enquanto desligava o notebook. — Que seja! Estou com vocês de qualquer forma, só quero vê-lo pagando pelo que fez, apenas isso. — sem dizer mais nada, Hoseok sai do auditório, parando na porta para perguntar se alguém queria carona.
Levantei a mão. Eu havia deixado meu carro com Jungkook, porque sabia que ele precisaria mais do que eu que praticamente passava o dia inteiro dentro da viatura.
— Vou esperar no estacionamento. — ele disse. — Tente não demorar. — e com isso, saiu.
Guardei o notebook na bolsa e fechei o zíper. A sensação agonizante ainda me incomodava, por mais que eu tentasse ignorá-la. Respirei fundo tentando esvaziar minha cabeça, afinal, depois de três dias eu estava retornando pra casa. Eu poderia ver Jungkook e, ao menos por essa noite, me permitiria esquecer de todas as merdas que me cercavam, e apenas me aconchegar nos braços fortes de Jeon.
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ᴄʜᴏɪᴄᴇs | sᴘɪɴ-ᴏғғ | + ᴋᴛʜ
Fanfic❌SPIN-OFF DA SHORTFIC BALLOONS❌ ⚠ Leia "Balloons" para poder ler essa⚠ Cinco anos se passaram desde o "Caso dos balões", como ficou conhecido pela população de Seul. O problema? Ainda não acabou. Mentes confusas e frágeis são facilmente influenciada...