Estamos em maratona, cem comentários liberam o próximo capítulo mais tarde, se não a gente se vê na segunda.
Não se esqueça de seguir a página da autora www.facebook.com/senhoranunes e entrar no grupo Loucuras românticas da Bárbara Nunes.Tremi segurando aquele cartão entre os dedos, Soren havia vindo até minha casa, era algo surreal, eu esperava uma barra de chocolate entregue pelo carteiro em alguns dias.
Peguei o celular no bolso da calça e liguei para ele, chamou até cair na caixa postal.
Fiz o que deveria ter feito na noite anterior, joguei o nome dele num buscador.
Soren Haraldsen.
Não houve qualquer resultado em português.
Ainda tentava entender aquilo quando o celular tocou em minhas mãos.— Angela? — a voz dele me deu uma sensação estranha, algo que na época não saberia explicar.
— Soren! — afirmei sorrindo.
— Sim, gostou do chocolate? Viu como é bom?
— Eu acabei de chegar, não acredito que você esteve em casa e não me esperou.
— Você não ficou triste com isso, não é? Eu queria muito ver você, mas sinto que você vai se distanciar de mim quando nos vermos.
— Por que eu faria isso?
— Angela, eu não sou uma criança, eu só vivo isolado, mas entendo que meu isolamento foi causado por minhas deformidades...
— Como assim? — havia tristeza em sua voz.
— Acha que se eu fosse normal, eu não estaria com a minha avó? Você é uma moça bonita, não faz ideia o que é ser feio.
— Soren você está me dizendo que sua avó te mandou pra cá por causa da sua doença?
— Eu vi sua mãe, ela é muito bonita — tentou mudar de assunto, mas eu não me daria por vencida.
— Sim, mamãe é linda, mas por favor me responda...
— Sim, minha avó não me quis lá por conta disso, mas eu a entendo, na posição dela não era fácil, ela fez o certo...
— Soren como isso pode ser certo? — sentia um nó na garganta.
— Hoje quando estive aí, eu desejei ser normal, imaginei conversar com você pessoalmente, deve ser legal ver seu sorriso, mas estou limitado a apenas ouvi-lo.
— Soren somos amigos, não há mal nenhum em eu te ver.
— Eu não quero, desculpa eu não me sinto bem, me sinto em um circo de horrores com as pessoas me olhando.
— Soren eu acho, aliás, eu tenho certeza de que não há um motivo pra se esconder...
— Você não entende, se você puder ser minha amiga, eu quero, mas assim como está...— ele suspirou e me vi forçando-o a fazer algo que ele não queria.
— Desculpa, eu não quero que você se sinta pressionado, eu sou uma boa amiga — ouvi o suspiro do outro lado da linha — Eu só não quero que se sinta feio, você é normal, Soren. Aliás, você é lindo, só um homem lindo dá uma quantidade tão generosa de chocolates e um bom livro.
— Coma e me fale se gostou, Angela esse livro era meu, então há algumas anotações nele, nada que incomode a leitura.
— Obrigada Soren e esse meu número também recebe mensagem, pode mandar se quiser.
— Tá bom, você também pode me mandar mensagem, Angela.
— Posso te ligar amanhã?
— Pode me ligar até daqui a pouco se quiser, ah Angela amanhã tenho uma bateria de exames pra fazer, se eu demorar a responder é isso e...
— Soren faz assim, me liga quando você chegar, estarei esperando... Não se esqueça de ligar.
— Está bem, um beijo meu bem.
— Outro, meu querido.
Desligamos e eu me sentei diante daquela cesta, haviam barras e bombons, eu não só descobri que tinha chocolate na Noruega como também descobri que eram maravilhosos.
Dei alguns para minha mãe e para o meu pai e subi para o meu quarto, tirei a roupa e fui direto para o chuveiro, tomei um banho morno que reviveu cada célula do meu corpo.
Coloquei o celular para carregar e aguentar o tranco do dia seguinte, e me dediquei à minha massagem corporal, estava quase finalizando quando mamãe bateu na porta, abri e a vi com um grande sorriso estampado no rosto :
— Telefone — pensei que fosse Soren, mesmo não tendo passado o número do fixo e devo dizer que atendi com um sorriso no rosto.
— Alô?
— Angela sou eu, Carlos — foi como tomar um soco no estômago.
Desliguei o telefone e o entreguei para minha mãe.
— Mãezinha a partir de agora, todas as vezes que o Carlos ligar, eu não estou...
— Filha achei que tinham feito as pazes, já que ele te mandou aquela cesta de doces, e...
— Mãezinha aquela cesta foi presente de um amigo — a interrompi — Acha mesmo que receberia uma cesta dele e comeria? Eu a jogaria fora!
— Você esperou tanto essa ligação! — Mamãe ergueu os olhos e me encarou.
— Realmente eu esperei, mas você não me criou para ser segunda opção de ninguém.
— Oh minha neguinha — Dona Clô me apertou em seus braços — minha felicidade não cabe no meu peito.
Minha mãe saiu e eu peguei um chocolate, o gosto era delicioso, joguei-me na cama.
E mandei uma mensagem para Soren."Deveria ser pecado mandar chocolates tão bons para uma rainha de bateria" — mensagem enviada.
Fixei meus olhos no teto, sentindo o gosto do doce enquanto tentava me acostumar ao fato de que uma ligação de Carlos não mexera absolutamente nada comigo.
O telefone vibrou na cabeceira e o peguei com os olhos fechados.
Pisquei algumas vezes antes de ler a mensagem..
“ Vovó sempre me disse que a realeza merece absolutamente tudo, além do mais tenho pago mais pecados que os cometido, então de certa forma estou no lucro" — mensagem recebida.
" Não sei se gosto da sua avó" — mensagem enviada.
" Gostando um pouco do neto, a família agradece" — mensagem recebida.
Sorri instintivamente, mordi os lábios antes de responder.
"Não sei, como a gente gosta de algo que não vê?" — mensagem enviada.
"Eu nunca te vi e gosto de você" — mensagem recebida.
"Se gostasse teria me esperado para conversarmos hoje" — mensagem enviada.
" Foi por gostar que não esperei, boa noite, Angela" — mensagem recebida.
"Boa noite, Soren" — mensagem enviada.
Coloquei o celular na cabeceira e dormi, um sono sem sonhos, mas ainda assim revigorante.
O segundo dia de trabalho me aproximou mais da minha patroa, ela me chorava escondida no estoque quando entrei, a acalmei.
Conversamos sobre a vida e relacionamentos.
A irmã veio até ela no final do expediente, o que me deixou aliviada para ir embora.Olhei no celular ainda não havia qualquer sinal de Soren, cheguei em casa e para minha surpresa, Carlos me esperava no sofá da sala.
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Sob sua pele
ChickLitAngela precisava falar com o ex. Só mais uma vez, uma última chance, um último pedido para voltar. Com esse pensamento, digitou com pressa os números e talvez o nervosismo, ou a rapidez, fez com que fosse o número errado. Soren estava acostumado a s...