Estamos em maratona, cem comentários liberam o próximo capítulo amanhã, se não a gente se vê na sexta-feira.
Não se esqueça de seguir a página da autora www.facebook.com/senhoranunes e entrar no grupo Loucuras românticas da Bárbara Nunes.— O que você faz aqui? — perguntei levemente trêmula.
— Vim conversar com você, tivemos alguns momentos traumáticos na nossa separação, mas eu sinto muito a sua falta.
— Não sei se você lembra, mas foi você que me expulsou da sua vida.
— Sim e me arrependo. Não devia ter sido tão inflexível com você. Como foram esses meses? Eu sinto sua falta, e...
— Pare com isso, agora! Eu não vou te falar sobre a minha vida, e não estou nem aí se você sente ou não minha falta.
Carlos se levantou e veio até mim, eu rezei para todos os santos que puder imaginar, eu desejei, eu implorei aquela volta e naquele momento eu me sentia apenas incomodada.
— Angela eu fui um babaca... — começou a se explicar.
— Não, você é um babaca, não é um estado temporário, Carlos você lembra como a gente terminou? Lembra?
— Eu fui um otário, me desculpe... — ele passou a mão pelos cachos escuros, a pele cor de chocolate era luminosa, o corpo atlético estava visível sob a roupa de ciclista, era tão bonito que olhando não parecia um babaca.
— Eu fui a otária, eu fui! Foi eu que foi chutada por você no meio de uma tempestade, foi eu que vim pra casa entre raios e trovões, foi eu que quase fui atropelada, foi eu quem ficou resfriada, eu que passei por tudo isso e ainda mendigava teu afeto...
— Angela me escute, eu não sei o que deu em mim...
— Você se apaixonou, ué? Isso acontece, não tem porque inventar desculpas. Mas você me tratou como lixo, isso não tem desculpa.
Carlos veio em minha direção:— Sim eu me apaixonei, e talvez isso tenha sido meu maior erro, porque não soube diferenciar paixão de amor e Angela é você quem eu amo..
Encarei meu ex-noivo, ele havia sido meu primeiro namorado, meu primeiro homem, eu o amei tanto, mas ele simplesmente partiu meu coração, me largou, arrumou outra, a apresentou a nossos amigos e me isolou.
O término oficial tinha cerca de três meses, mas não acabou assim do dia pra noite, acabou quando ele não me dava a mão para sair na rua, quando ele não ia mais aos ensaios me ver, quando ele dava sumiços sem explicação.
Acabou quando o telefone dele vivia desligado quando estava comigo, ou ia atendê-lo sorridente no portão e eu só olhava pela janela.
Eu o vi escapar entre meus dedos e agora ele vinha com isso, eu o havia esperado tanto, tantos planos e sonhos desfeitos.
Tantas lágrimas e sorrisos partidos no meio do caminho.
Era tarde demais pra nós dois.
— Eu te amei, Carlos! Amei com toda a força da minha alma, você sabe disso, viu o estado em que eu fiquei quando você disse que ia seguir de qualquer jeito...
— Me perdoe — Carlos ajoelhou-se na minha frente.
— Sim, eu te perdoo, não tenho nada contra você, quero que você seja feliz com uma pessoa que te ame como eu te amei, mas eu não te amo mais.
— Eu vou te reconquistar, neguinha — lágrimas escorreram pelo meu rosto.
— Carlos vá cuidar da sua vida, da sua namorada, não perca seu tempo comigo, eu não te quero mais, te perdoo, pode seguir em paz, eu também seguirei.
— Você tem outro cara? É isso? — ele ergueu-se nervoso.
— Não, eu não tenho ninguém, você tem!
— Não, ela me mandou vir atrás de você...
— Atrás de mim? — o encarei secando meu rosto.
— Sim, porque ela sabe que eu te amo...
— Sua visão de amor é perturbadora, Carlos a resposta é não —respirei pausadamente — não há mais nada entre a gente, não haverá, siga, porque eu já segui, não me procure.
— Já seguiu? — ele esfregou os cachos escuros, num gesto de preocupação — Há realmente um outro cara na jogada?
— Não, eu já disse, aliás, para uma mulher seguir em frente ela só precisa de si mesma.
— Eu vou te reconquistar, neguinha. Serei melhor que qualquer príncipe encantado que você conheça...
— Melhor que um príncipe? — olhei para ele, e meu pensamento foi direto até Soren.
Carlos era um homem lindo, másculo, cheiroso, a pele negra era sempre impecável, os cabelos cacheados eram sempre definidos, o sorriso era radiante, ele era lindo e mesmo assim não era melhor que Soren que se dizia horrível, deformado por uma doença, porque enquanto meu norueguês era marcado pela doença externamente, Carlos era marcado pela falta de caráter internamente e não há feiúra maior que essa.
— Melhor que qualquer príncipe.
— Carlos vá embora — sorri — Não preciso que você seja um príncipe, aliás, não preciso que você seja nada, preciso apenas que você siga em frente.
— Você me amou Angela, se me amou há uma chama em você, eu vou reacendê-la, daqui a pouco esse momento vai ser tão insignificante que nem lembraremos dele. E fique certa eu estou te esperando, você ainda não me perdoou, mas eu farei por merecer.
— Carlos...
Ele parou na minha frente e beijou minha bochecha demoradamente, fiquei impactada com aquilo, com o gesto e com a falta de reação, não quis abraçar, ou retribuir, apenas dei um passo para trás.
— Eu vou, mas eu volto.
Fechei a porta a chave na hora que ele saiu, era o momento mais estranho da minha vida, era a primeira vez que a presença dele não me dizia nada.
Subi para meu quarto e tomei um banho demorado, não chorei, não comemorei, não estava nem triste ou feliz, Carlos não mexia mais comigo a ponto de eu ter uma reação mais forte.Mamãe bateu na porta avisando que o jantar já estava pronto.
Peguei meu celular e mandei uma mensagem de boa noite para Soren, ele provavelmente não havia chegado dos exames.
Não saber a doença dele era algo que me deixava em cólicas, eu tinha medo.
Desci e jantei com o celular no bolso da calça do pijama.
Subi e liguei a televisão, escolhi um filme na Netflix e antes dos créditos iniciais, meu celular vibrou.
“Angela posso te ligar, preciso falar com você agora” — mensagem recebida.
“Claro, ligue agora” — mensagem enviada.
Fui até a porta e passei o trinco, ansiosa pela ligação.
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Sob sua pele
ChickLitAngela precisava falar com o ex. Só mais uma vez, uma última chance, um último pedido para voltar. Com esse pensamento, digitou com pressa os números e talvez o nervosismo, ou a rapidez, fez com que fosse o número errado. Soren estava acostumado a s...